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Essa noite seria a quarta tentativa de jantarem juntos depois de quase um mês se desencontrando dentro da própria casa.
Heloísa era extremamente boa em esconder suas emoções, mas estava difícil fingir que esse distanciamento todo não estava irritando cada um de seus neurônios. Ficava muito mal humorada sem ele, e isso era bem irritante para uma mulher orgulhosa como a delegada.
Creusa não estava nada satisfeita com o distanciamento dos patrões e estava dando o seu melhor na cozinha para esse jantar. Sabia como os dois se amavam, e que o trabalho as vezes era estressante demais para qualquer um, ainda mais com as profissões que os dois escolheram.
Heloísa terminou de se vestir e olhou no espelho. Stenio sempre elogia seu corpo, mas quando ela usa esse macacão deixa o advogado sem as palavras. Realmente o tecido se agarra em sua pele como se fosse uma segunda pele, e devido ao seu treinamento do mês passado na polícia o seu corpo estava a cada dia mais desenhado.
Ela penteou os longos cabelos e se perfumou do jeito que ele gostava, em seguida saiu do quarto olhando as horas no celular e sentindo um cheiro delicioso de comida tomar conta de todo apartamento.
— Cheirinho bom.. — ela entrou na cozinha bisbilhotando as panelas e recebeu um sorriso da mais velha.
— Oxi, donelô.. Tô fazendo aquela caldeirada que vocês amam. Tá quase pronta. — Creusa voltou a se concentrar no fogão.
A delegada abriu a geladeira e pegou o vinho que tinha separado mais cedo, em seguida buscou duas taças no armário.
— Que horas que dotô Stenio chega?
— Boa pergunta, Creusita. Também gostaria de saber. — ela responde e faz questão de se servir de uma taça generosa da bebida.
— Oxi que a senhora não vai esperar o homem chegar pra abrir o vinho e beber com a senhora? — a mais velha colocou a mão na cintura em um claro sinal de descontentamento.
Era uma eterna fã de Stenio Alencar.
— Estou precisando de álcool, Creusa. E não é minha culpa se ele não está em casa. — ela balançou a taça olhando para o líquido.
— Eu sei que a senhora nunca bebe vinho sem ele, e nem ele sem a senhora.
Heloísa respirou fundo fechando os olhos.
— Ô Creusa, tira uma dúvida minha. O Stenio te paga para você defender ele ou tu faz por conta própria mesmo? — a delegada estreitou os olhos com a mão na cintura.
