Gina Pellegrine
Após o surto de ciúmes de Stefan, eu me dirigi até a mesa onde estava dona Eleonora e me sentei com um ar de frustração. Eu me senti envergonhada, queria me esconder num buraco e não sair mais de tanta vergonha que Stefan me fez passar. Minha sogra acariciou minhas costas e disse:
- Gina, o que aconteceu?
- O Stefan acabou de me envergonhar na frente de um homem que foi gentilmente educado comigo, agora eu estou morta de vergonha! Eu nunca o vi assim antes, ele sempre foi o mais calmo dos irmãos e sempre me defendia, mas agora pude ver o quão ciumento ele é também.
- Querida, infelizmente você não conhece meus filhos por completo, muito menos o Stefan. Ele é calmo durante certo tempo, mas quando está com raiva, ele explode e é grosseiro.
- Dona Eleonora, o que eu vou fazer? Aquele homem só estava sendo educado e gentil, coisa que eles nunca foram comigo. Eles só sabem gritar, me punir, me bater, etc! Como vou amá-los dessa forma?
- Olha, aguente mais um pouco. Já estou providenciando a sua fuga para a França e depois você irá para onde achar melhor, mas não pode voltar pra cá, senão só o Diabo sabe o que eles irão fazer para te torturar.
- Até o Stefan?
- O Stefan é como os irmãos, ele só sabe se controlar. Infelizmente, se algum dia ele ousar te ferir, ninguém irá conseguir impedir.
- E se eles me pegarem?
- Então reze muito, Gina. Reze pela sua vida e reze para Deus te proteger da fúria deles.
- Díos mio.
- Olá, mamãe. - Damon disse se sentando em umas das cadeiras com seus irmãos á mesa. Eles ficaram me olhando o tempo inteiro, mas eu não queria falar com eles.
- Então, como foi a festa? - ela perguntou.
- Eu detestei. - Stefan disse curto e grosso.
- Mas por que, querido?
- Porque aqui tem muitos homens cobiçando o corpo da minha mulher e meu sangue pega fogo só de pensar em alguém tocando nela.
- Stefan, por favor! Tenha modos, eu não lhe ensinei assim! Respeite sua noiva.
- Respeitar? Como vou respeitar uma garota que dá confiança para outro homem na frente dos noivos? E ainda deixou tocá-la, porra.
- Stefan, para com isso. Estão todos nos olhando, está nos envergonhando.
- Você nos envergonhou ao dar em cima de outro homem na nossa frente, minha vontade era de dar um tiro na cabeça dele!
- Chega, eu cansei!
- Gina, se acalme.
- Não, dona Eleonora, eu sinto muito, mas eu cansei! Com licença.
- Volte aqui, Gina! É uma ordem, volte aqui!
- Vá pro inferno, seu maluco.
Eu me retirei da mesa e fui até a porta do jardim, onde cheguei e apreciei o céu estrelado. Estava frio e ventando, inspirei bem fundo e soltei meu corpo. Eu estava tensa demais. Logo, ouvi passos e ao me virar eu vi aquele homem que me cumprimentou no baile. Era Vincenzo!
- Buonasera, Srta. Pellegrine.
- Boa noite, senhor Vincenzo. O que faz aqui?
- Vim fumar meu charuto, e a senhorita?
- Eu vim respirar um pouco, estou me sentindo sufocada ao redor dessas pessoas corruptas e imorais.
- Belo crucifixo.
- Ah obrigada, foi um presente de valor sentimental.
- Seus pais?
- É, eles me deram antes de morrer.
- Sinto muito.
- Tudo bem, obrigada. Já passou.
- É religiosa?
- Sim, sempre tive fé em Deus e suas criações, mas ultimamente sinto que Deus me abandonou. Não sinto mais sua presença.
- Ás vezes, o nosso salvador não é necessariamente Deus, mas sim alguém que ele pôs em sua vida.
- É, tem razão.
- Onde estão seus noivos? - pude sentir o desdém em sua pergunta, até porque não era muito normal um noivado com quatro homens.
- Lá dentro.
- E não vai ficar com eles?
- Quero que eles me deixem em paz por um minuto, não aguento mais.
- Eu já sei de tudo.
- Tudo o quê?
- Sei que está sendo forçada, não precisa disfarçar, eu já sei. Na verdade, o Conselho todo sabe.
- E de que adianta? Estou presa á eles.
- Eu posso te ajudar. Posso te ajudar a fugir, eu a levo embora daqui nesse minuto se você quiser.
- Senhor Vincenzo, agradeço a hospitalidade, mas infelizmente terei que recusar. Se eles descobrem que eu...
- Gina! Saia de perto dele agora, porra! - eu ouço a voz de Victor interrompendo nossa conversa.
- Díos mio, me proteja.
- Sua vagabunda! - Saulo avançou em minha direção e segurou meus braços com sua força imensa, mas Vincenzo se colocou em minha frente e o empurrou.
- Deixe ela, Salazar! Ela é sua noiva!
- Cala a boca, seu filho da puta!
- Saulo, para por favor! Eu posso explicar!
- Vá pro inferno, Gina! O nosso acordo acabou, se prepare que o seu inferno de verdade irá começar!
- Não, para!
- Salazar, não faça nada com ela. Fui eu quem a encontrei aqui e começei a conversar com ela! Ela já estava aqui sozinha, ela não violou as leis do casamento!
- Desgraçado! Você quer roubá-la de nós!
- Eu vou apenas ajudá-la a fugir de vocês, se for preciso! Malditos doentes!
- Ela é nossa, se tocar nela, reze pra que eu não te esquarteje bem lentamente.
- Chega, parem com isso!
- E você cala a sua boca, sua mentirosa! Você se faz de santinha, mas é uma vagabunda que tenta fugir de nós o tempo inteiro, mas agora eu juro por Deus que você vai ficar presa á nós pra sempre, Gina. Isso é uma promessa!
Saulo agarrou meu pescoço com força, fazendo minha garganta se fechar. Eu comecei a tossir e a ficar tonta, senti um peso em meus olhos, enquanto ele me apertava.
- Saulo... está me machucando...
- Saulo, meu filho, para! Vai matá-la! - dona Eleonora gritou desesperada, fazendo com que Saulo me soltasse no chão. Eu tossi e tentei respirar desesperadamente, meu pescoço estava doendo. Vincenzo e Dona Eleonora me ajudaram a levantar e me seguraram.
- Saulo, quando chegarmos em casa, espero que esteja bem para conversar comigo.
- Amore mio...
- Não. Não encoste em mim. Eu te odeio, vá embora por favor.
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𝑷𝒂𝒓𝒂 𝑺𝒆𝒎𝒑𝒓𝒆 𝑵𝒐𝒔𝒔𝒂, 𝑺𝒐𝒎𝒆𝒏𝒕𝒆 𝑵𝒐𝒔𝒔𝒂
Romance📍Sicília - Itália Gina Pellegrine é uma menina doce e inocente criada sob educação religiosa, que conquista os olhares de todos aonde quer que passe. Possui uma beleza estondiante, é inteligente e bem curiosa, mas ás vezes sua beleza conquista olh...