Gina Pellegrine
18hAcordei me sentindo pesada.
Meus olhos doíam.
Minhas pernas também.
A claridade me incomodava.
Abri meus olhos mais ainda e vi Saulo, Damon, Victor, Stefan e dona Eleonora no quarto olhando pra mim.
Tentei me levantar, mas ela me ajudou a apoiar suas costas.- Gina, está me ouvindo? - ela perguntou.
- Sim.
- Sabe onde está?
- Sim.
- Bonequinha, você está bem? Está sentindo alguma dor? - Victor perguntou acariciando meu rosto.
- Saia de perto de mim, Victor. Agora.
- Mas por que?
- Saiam! Saiam todos vocês, seus malucos!
- Gina, se não quer levar uns tapas, é bom que se comporte e não nos desrespeite na frente da mamãe. Peça desculpas.
- Me deixem em paz!
- Cansei dessa pirraça. Vamos, venha mãe.
- O que vão fazer?
- Vamos ensinar bons modos á nossa noiva. Saia do quarto, mãe.
- Não! Não vou deixar que tranquem ela.
- Mãe, agora por favor. Não queremos ferir nossa noiva e nem te desrespeitar, só queremos que ela aprenda a ter boms modos. Agora saia do quarto. - Damon disse num tom frio.
- Eu prometo te ajudar, querida. Eu volto logo. - ela beijou minha testa e caminhou lentamente até a porta, onde parou ao lado deles e esperou para ver o que iria acontecer.
- Iremos viajar hoje e semana que vem estaremos de volta. Você irá ficar trancada aqui durante esse período pra aprender a nos respeitar, estamos cansados de tanto tentar te educar. Até logo, amore mio. - Saulo disse.
- Espero nunca mais vê-los.
- Nunca, meu amor. Você é nossa. Até semana que vem.
Saulo puxou a porta e a trancou, me deixando sozinha ali. Começei a chorar intensamente. Meu peito doía e minha cabeça estava girando. Eu só sabia gritar e chorar naquele momento. Eu me sentia presa, presa á eles pra sempre. Eu nunca conseguiria deixá-los, porque eles me oprimiam. Eu me sentia vazia, destruída, sozinha no mundo. Era eu comigo mesma, somente eu poderia me ajudar naquele momento.
Enquanto fiquei deitada na cama, adormeci durante algum tempo. Acordei com um barulho da porta e ao olhar, vi dona Eleonora na minha frente desesperada.
- Gina, querida, acorde! Venha, não temos tanto tempo.
- O que aconteceu?
- Eles já estão no avião, a hora é agora, querida! Vamos!
- Espera, mas o quê...?
- Me escuta: eu já arrumei suas malas. Vou te entregar um passaporte e dinheiro, você irá pra um apartamento na França e de lá você vai me ligar todo dia pra eu te auxiliar.
- Oh Deus... obrigada! Eu finalmente vou ser livre! Meu Deus, nem estou acreditando! Mas como eu...? E se eles descobrirem?
- Se eles descobrirem, você já estará muito longe daqui. Venha logo!
Ela agarrou meu pulso e andamos pelo corredor, até pegar minhas malas no quarto. Descemos até o portão principal e os seguranças abriram pra nós, onde tinha um carro me esperando. Nós entramos e pedimos ao motorista que fosse rápido.
- Andiamo! Per favore!
- Oh Deus! Estou com medo!
- Calma, vai ficar tudo bem Gina.
- E se eles?...
- Eu vou escondê-la, não se preocupe.
- Mas eles não foram para Paris? Como irei me esconder deles se eles foram pra lá?
- Eles estão num Conselho em Paris, você irá pra Marselha. É uma cidade com 8h de diferença para Paris, eles não vão te encontrar.
- Dona Eleonora, não me deixe!
- Eu irei te ajudar, não se preocupe. Avisei á uma amiga minha para te ajudar enquanto está lá, você vai adorá-la.
- Tudo bem.
- Mais rápido, motorista, por favor!
O motorista acelerou o carro o máximo que pode e continuamos conversando até que chegássemos no aeroporto. Quando chegamos, retiramos minhas malas e fomos até a fila do avião, onde uma moça checou meus documentos e passagem e me encaminhou até o avião.
- E agora?
- Agora você está livre, Gina. Qualquer coisa que precisar, me ligue ou peça ajuda á minha amiga. Não se exponha muito, é perigoso. Não confiem em estranhos e nem aceite nada deles, por favor.
- Tudo bem, obrigada, Dona Eleonora! Obrigada por tudo que está fazendo por mim.
- Não se preocupe, querida. Eu sei como é, já estive no seu lugar. Meus filhos puxaram aos pais deles.
- A senhora sabe que eu...
- Eu sei. Eu sei de tudo, Gina. Agora vai, vai por favor.
Eu corri junto com a multidão para o avião e assim que passei do portão, eu disse num sussurro:
- Obrigada.
Ela com certeza entendeu e mandou um beijo com a mão para mim. Foi ali que eu senti que fosse minha chance de crescer.
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𝑷𝒂𝒓𝒂 𝑺𝒆𝒎𝒑𝒓𝒆 𝑵𝒐𝒔𝒔𝒂, 𝑺𝒐𝒎𝒆𝒏𝒕𝒆 𝑵𝒐𝒔𝒔𝒂
Romance📍Sicília - Itália Gina Pellegrine é uma menina doce e inocente criada sob educação religiosa, que conquista os olhares de todos aonde quer que passe. Possui uma beleza estondiante, é inteligente e bem curiosa, mas ás vezes sua beleza conquista olh...