Tentações

920 127 53
                                    

O olhos dourados de Robert demoraram-se nos olhos verdes de Marion

Ops! Esta imagem não segue as nossas directrizes de conteúdo. Para continuares a publicar, por favor, remova-a ou carrega uma imagem diferente.

O olhos dourados de Robert demoraram-se nos olhos verdes de Marion. Suas mãos ainda seguravam os braços dela e por um instante ele pensou em puxa-la para si e envolvê-la nos braços."Hei! O que estou fazendo?",  perguntou a si mesmo e então afastou-se.

— Venha! Vou colher mais algumas flores. Aquelas estão arruinadas! — Ela apontou para as flores esmagadas na grama.

Grandes carvalhos os cercavam. Marion começou a caminhar entre eles.

Ele se juntou à ela e seguiram por um tempo em silêncio.

— Gillian Hastings gostou da minha maquiagem... — Marion falou de repente.

—Gillian? Aquele idiota... Briguei com ele também se quer saber.

— Oh, Robert! Você precisa aprender a controlar seu gênio! — ela respondeu com um pouco de sarcasmo na voz.

— Percebi que você e ele estavam bastante amigos um do outro durante o jantar! Não tem vergonha? Qu espécie de educação minha mãe te deu? Flertar com o irmão de seu noivo no mesmo dia de seu noivado é... — Ele a encarou com o cenho franzido, lembrando-se do jantar insuportável que os Hastings haviam oferecido na noite anterior. Delany Hastings, prima de Francis e Gillian, sentara ao seu lado e o importunara com conversas fúteis e com uma voz estridente.

—Pensei que vocês também fossem amigos. Não reparou que ele estava tentando te distrair e fazer com que aquela prima chata deles parasse de falar?

— Você está apaixonada por ele?— A ideia surgiu de repente em sua cabeça e ele parou de andar, assustado com a revolta que ela lhe causava.

—É claro que não! —ela riu alto. —Mas os olhos de Gillian são tão azuis...

—Realmente, minha mãe não soube educá-la... — ele comentou com um sorriso irônico e voltou a caminhar.

De repente, lembrou-se de uma canção engraçada sobre as noivas que ouvira na vila e começou a cantá-la baixinho. E depois, mais alto quando percebeu que Marion sorria divertida. Parou quando estava prestes a cantar a estrofe principal, que era decididamente indecente e inadequada para os ouvidos de uma dama.

— Continue! — ela pediu decepcionada com a interrupção brusca. — Eu estava gostando! O que a noiva do marceneiro iria fazer com o jovem aprendiz?

— Desculpe-me! Não sei por que esta canção me veio à cabeça! Não é para ser ouvida por uma dama.

Uma risada escapou dos lábios de Marion.

— Não seja bobo! Vocês, homens, ficariam horrorizados com as conversas das mulheres que visitam o castelo. E o que elas nos contam, principalmente para sua mãe...

Muitas vezes, ela as ouvira conversando com sua madrinha. Por ser da famosa "corte do amor" de Poitiers era natural que a procurassem pedindo conselhos. Algumas vinham de longe, camponesas, criadas e até damas da nobreza; elas choravam e confessavam suas desventuras amorosas. Bethany sempre as ouvia atentamente e procurava aconselha-las com sabedoria. Contou-lhe isso como se estivesse revelando um segredo perigoso.

— Pensava que as mulheres vinham se aconselhar sobre bordados e vestidos franceses! — Robert exclamou, surpreso. E, finalmente, cantou a estrofe  em um tom alto e animado.

— Oh! Deus! — Marion mordeu os lábios.

— Eu avisei! — ele levantou as mãos, desculpando-se.

Ela encostou-se ao tronco de um dos carvalhos, escolhendo as melhores flores do novo buquê que colhera, o pensamento ainda na canção.

—Você as beijou? Quero dizer, as garotas Mosley? — perguntou de maneira casual enquanto cheirava o perfume doce das flores de primavera. As garotas revoavam ao redor dele como mariposas, atraídas por sua beleza e pelo seu ar confiante. E quando ele desaparecia com uma delas, ela não podia deixar de sentir uma certa curiosidade.

Robert virou-se para ela, surpreendido pela pergunta inesperada.

— Bom... Sim... — respondeu de um jeito meio evasivo. Fora apenas um beijo discreto e rápido na bochecha de uma delas enquanto cantavam e dançavam animadamente na taverna, embora a história que contara a Lawrence tivesse sido um pouco mais indecente, e este a repassara ao resto do mundo com vários detalhes, provavelmente mais indecentes ainda. E é claro que ele não os desmentira.

— Então, mostre-me! — Os olhos de Marion brilharam em desafio.

— Mostrar-lhe? Como assim?! — ele surpreendeu-se, imaginando que provavelmente não havia escutado direito.

— Beije-me, oras! Quero saber como é! Muitas mulheres já são mães na minha idade e eu ainda não fui beijada... 

— Está louca? Não deveria ter pedido isso ao seu noivo? — Robert exclamou, não podendo acreditar no que ouvia e sentindo seu coração bater mais rápido.

— Como poderia? Conheci Francis há uma semana.  Como seria se chegasse para ele e falasse "Olaaá, quero ser beijada"! Seria um escândalo! — Ela fez um gesto engraçado com as mãos e balançou a cabeça.

Os lábios dele se curvaram em um sorriso enquanto imaginava a cena. Quem sabe isso não teria cancelado o maldito noivado?

— Nos conhecemos desde que nascemos e para quem mais eu poderia pedir isso? Você é quase meu irmão... — Marion insistiu.

— Irmãos não fazem isso, Marion! —ele replicou cada vez mais horrorizado.

Quase eu disse! Não somos parentes de verdade, lembra-se?

Robert recostou-se no tronco de árvore ao lado dela, a alma dividida entre o demônio do desejo que pulava animado e o anjo da intuição que o avisava de que não deveria fazer aquilo.

Ela é como uma irmã..., seu anjo arguiu.

Não, não é! Apenas foram criados juntos..., disse o demônio.  Ela confia em você mais do que em qualquer outra pessoa! Qual o problema se for o primeiro homem a lhe dar um beijo?

Nota da autora: E então quem vencerá, anjo ou demônio? Não deixem de votar e deixar seus comentários! Eles são muito importantes para nós, autores.

Sobre Amor e Lobos vol.1  VERSÃO WATTPADOnde as histórias ganham vida. Descobre agora