Shadow - Tríade Sombria

Calvário [2/7]

Nada é permanente, exceto a mudança. - Heráclito

Capítulo 2

Ali estava ele, Padre Hoffman, Peter um senhor de 40 e poucos anos cabelo grisalho olhos escuros, não era tão alto, devia ter por volta de 1,70. Ele me levou aos fundos da igreja em uma sala e cuidou de meus ferimentos, a dor era horrível, ele estancou o sangramento do meu braço que estava cheio de furos e rasgos, resultado dos dentes afiados do cão, mal saberia eu que horas depois levaria varias agulhadas em volta do umbigo e levaria uns pontos no braco.

Nunca contei a minha mãe de como realmente aconteceu a história, porque tinha medo de que ela sofresse mais nas mãos do meu padrasto, tentando me defender pelo ocorrido. Desde aquele acontecimento passei a ficar mais amigo do Sr.Hoffman, ele sempre cuidava de mim, minha casa estava sempre em clima ruim com brigas, me sentia mais a vontade na igreja, do que em meu lar.

1979

Estava com 10 anos, bem mais ativo e participativo na igreja, minha mãe se separou do antigo marido, ela estava só novamente. Comecei a passar as noites na igreja com o Sr.Hoffman, ele me pediu para ajudá-lo nas ornamentações da igreja pois estava chegando a época natalina, tempo de comemoração.

Naquela noite estavam eu, o Sr.Hoffman e outros coroinhas, alguns com olhares estranhos para ele, e ele os olhava com indiferença não entendi o porquê, ele os dispensou e ficamos a sós, ele alegou que eu era o melhor naquilo, mais ágil e que sozinhos faríamos da igreja algo a ser inesquecível, questionei sobre voltar para casa, mas ele me confortou ao dizer que já havia avisado a minha mãe e que eu não devia me preocupar com nada.

Ele fechou a igreja, fiquei ansioso pois no dia seguinte todos veriam a Igreja totalmente ornamentada, perfeita para a celebração, então começamos. Subi na escada colocando umas bolas de vidro coloridas, cortinas vermelhas e vários outros adereços incríveis, a escada em que estava era alta, tive um leve desequilíbrio, porém o Sr.Hoffman segurou minhas pernas evitando que eu caísse, me deixando mais seguro, sua mão desceu para meus joelhos até a ponta dos pés, senti uma sensação estranha mas devia ser algo da minha imaginação.

Após horas trabalhando e quase terminando a igreja estava ficando magnífica, senti sede e pedi algo para beber, ele com um olhar manso e um sorriso se retirou e disse que traria um suco para nós, ele voltou com o um copo em mãos e pediu para que eu descesse da escada e se sentasse ao seu lado. O suco era de uva mas o sabor estava um pouco diferente, pelo menos minha sede passou.

Me levantei e voltei para a escada para finalizar a ornamentação,no alto da escada passei a me sentir cansado, com sono. Ele pediu para eu descer novamente e ir descansar um pouco, eu mal consegui descer as escadas, com as pernas fracas quase caindo ele me pegou em seus braços.

Ele passou a me olhar com um brilho diferente como algo afetivo, eu mal conseguia manter os olhos abertos, não entendi o que estava acontecendo, nunca tive um sono tão repentino assim. Então ele me levou aos fundos da igreja entrando em um quarto e me pôs sob uma cama, apagando a luz e saindo.

Parou em frente a porta e ali ficou por um tempo, fez o sinal da cruz, e voltou.

Sentou na cabeceira da cama, eu não conseguia me mexer me sentia dopado, ele começou a passar a mão sob meu corpo, me acariciar, eu não podia fazer nada, ele me olhava por completo enquanto me acariciava, chegou perto dos meus ouvidos e disse:

- Que esta noite seja inesquecível.

Começou a tirar minha roupa, me deixou nu, entrei em desespero, não conseguia sair de lá, ele começou a descer seu rosto em meu corpo e parou em minhas pernas, não sabia o que ele estava fazendo, era repulsivo, ele com a boca em minhas partes começou a se despir, uma cena nauseante, tentei fechar os olhos, ele fez pressão em meus olhos para que ficassem abertos e me disse:

-Quero que você assista e sinta tudo, e não diga nada ninguém ao sair daqui, ou estarão mortos, você e sua mãe!.

Deitando sobre meu corpo, me colocou de bruços... e me estuprou a noite toda.

Desmaiei de dor.