"Escreve com sangue e aprenderás que sangue é espírito". - Nietzsche
Um livro de contos de terror, mistério e suspense.
Ao ler, coloque-se no lugar de cada personagem, viva cada momento, sinta todas as emoções possíveis. Questione, reflita.
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Desde que nos mudamos para a nova casa, ele tem me deixado quase louco, tudo mudou drasticamente
Resolvi mudar de casa para que ele tentasse esquecer o forte trauma que sofreu e parasse de se isolar como antigamente.
Ele não fica mais em sua cadeira como antes, não sei mais como reagir a tudo isso, se fico feliz ou entro em choque
Mas sempre que ele me abraça e mostra um recomeço, é nisso que eu acredito, que ele quer que eu foque.
Meu filho agora corre pela casa com seu irmão e um amigo todos os dias, mas eles ficam geralmente mais agitados a noite e preferem ficar na escuridão.
Eles parecem não se importar com mais nada, meu filho não tem mais medo, ele e seus companheiros agora ficam juntos, como em uma tríplice união.
Desde o acidente em que fatalmente perdeu a mãe, ele ficou assim, como posso melhor defini-lo: Diferente.
Mesmo não saindo de casa e ficando aparentemente noites acordado, quando eu pergunto se ele está bem, ele nunca mente.
Por incontáveis noites acordei com ele em pé ao lado da minha cama me olhando, não sabia como reagir, as vezes assustado ou as vezes com calma
Porque seus olhos ficavam opacos, ele não piscava e com um semblante meio macabro ficava como se esquadrinhasse minha alma.
As vezes o pego conversando com seus amigos no quarto, quando chego, como se planejassem algo todos se calam.
E com uma frase não tão bela ele sempre me fala: "Papai, verdadeiros amigos não dão as costas e nem se apunhalam".
A verdade é que todos os dias ele está só, trancado na casa, mas diz estar sempre acompanhado
Em seu quanto me deparei várias vezes com ele deixando Cristo pregado de ponta cabeça crucificado.
Mesmo hoje aceitando a mudança de ele ser uma criança que corre e brinca com seus amigos, passando a ser um garoto enérgico
Isso também me assusta, pois todos os dias olho a foto da nossa família antes de dormir, e nela vejo Eu e minha falecida esposa ao lado do nosso filho único, que nasceu paraplégico.
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