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Ao chegarmos ao local, escondo o meu carro, desço e arrumo minha blusa, Kate desce e bate a porta me olha e cruza os braços me dando um meio sorriso.

_ Então chefe, o que faremos?

_ Eu entrarei na floresta agora! - Faço uma adaga de gelo. _ Tome, enfie em quem você achar que é uma ameaça, ele será eletrocutado. - Visto minhas luvas.

_ O que? Mas.. Eu não irei com você?

_ Eu nunca colocaria a sua vida em tanto risco, mais do que já está! Bom mocinha, fique aqui... E... isso é uma ordem!

_ Você vai ficar bem?

_ Em um piscar, eu estarei de volta.

_ Boa sorte Luna.

Sorrio e entro na mata.

Ando em meio a galhos e tocos. Droga eu até tinha me esquecido de como se anda na mata.
Ando alguns passos e um galho acerta meu rosto provocando um corte que logo cicatriza. Merda.

Quanto mais eu entro, mais escura a mata fica. Tudo bem, eu irei me transformar, a ocasião pede.

Me transformo no animal que sou. Começo a correr, ao meu redor ouço barulhos e então vejo as árvores se moverem e todas vir atrás de mim, sinto meus pelos arrepiarem e na minha frente vejo uma enorme cobra.
Paro imediatamente e me transformo em humana novamente. Materialiso meu cetro e o miro na cobra.
Uma das árvores com suas raízes enormes vem ao meu encontro porém eu a congelo.
A enorme cobra negra, com aquela língua enorme entrando e saindo de sua boca diz:

_ O que faz aqui criança?

_ Vim encontrar a bruxa que mora aqui.

_ Não existe nenhum a bruxa aqui, mentirosa!

_ Não eu não estou mentindo - Levanto as mãos em rendição.

Ela se enrola em mim com tanta força que alguns ossos meus saem do lugar.

_ Você me parece tão suculenta. - Ela olha no fundo dos meus olhos, seus olhos verdes me encaram por um breve momento, sustento o olhar porém ela desiste frustrada. Tento segurar melhor o meu cetro que está entre meus dedos, o lugar parece ter uma névoa por isso é tão escuro, não da pra saber se é dia, ou se é noite, não sei quantas horas passei correndo das árvores ou quantas horas estou aqui. A grande cobra percebe que eu estou tentando segurar o cetro para usar contra ela. Ela bate com o rabo na minha mão, fazendo o cetro voar longe.

_ Acha que pode me matar? Acha mesmo que pode me deter? - Ela me aperta mais ainda e ouço vários ossos meus se quebrarem, dou um grito de dor e as lágrimas caem, merda isso dói muito!
Me concetro em meu poder, isso é difícil por causa da dor que estou sentindo, me concentro, e uma onda de energia sai de mim, junto com uma grande luz, congelando tudo ao meu redor, inclusive a cobra, as árvores, e toda a floresta. Caio no chão ajoelhada e meus ossos voltam ao lugar, me causando muita dor. Me transformo em lobo e corro pela mata, deixo meu extinto me guiar, chego ao coração da floresta, onde tem vários animais, porém tudo congelado. Vejo uma casa, um chalé. Com fumaça saindo da chaminé.
Caminho até a porta na casa, antes de eu bater na porta, ela abre.

_ Olá? - Chamo por alguém, um homem cuja estava fazendo alguma coisa na cozinha me olha.

_ Olá querida, eu sabia que viria , em que posso ajudar?

_ Procuro por uma bruxa que mora por aqui, onde posso encontrá - lá?

_ Por aqui não existe bruxa....

_ Olha aqui, eu estou cansada, imunda, fedida, com fome, e acabei de enfrentar um monstro lá fora, e eu não gostei quando ele me disse que aqui não há bruxa quando eu sei que tem!
_ ... Apenas um bruxo, que sou eu, é falta de educação não deixar as pessoas terminar de falar.

_ Me desculpe.

_ Então foi você quem matou a naja, e toda a floresta com todo esse gelo. Fascinante. Do que você precisa?

_ Eu preciso que extraia o meu poder, e coloque nesse cetro. Pode fazer isso por mim?

_ Você seria uma mera mortal, uma humana, para que quer fazer isso? Quando é considerada a mulher mais poderosa?

_ Isso é pessoal.

_ Como quiser senhorita, tem certeza disso?

_ Sim por favor.

_ Tudo bem querida, porém, tudo tem o seu preço.

_ Qual é o seu? - Reviro os olhos e coloco a mão na cintura. Ele aponta para a cadeira na minha frente e eu me sento.

_ Quero apenas uma mecha de cabelo seu. É o suficiente.

_ E para que?

_ Isso é pessoal- Ele sorri.

_ Tudo bem! - Pego a tesoura que ele me oferece e corto uma mecha de meu cabelo e lhe entrego.

_ Me de á sua mão querida.

Dou minhas duas mãos a ele. Seus olhos ficam brancos e ele começa a dizer coisas sem sentido, meu corpo começa a tremer e eu começo a levitar, meu nariz começa a sangrar, e meu coração começa a fraquejar, até que eu apago.

Wolf and Ice _ Entre o Amor e a GuerraOnde as histórias ganham vida. Descobre agora