Capítulo 2

670 135 86
                                    


Nota: Espero que tenha ficado bom! Boa leitura!!

Contém spoilers.

......................................................................................................................................................


Mei HanXue era uma pessoa estranha. Não estranha, do tipo excêntrico. Ou talvez fosse? Ele era frio, direto e distante. Tinha prazer no silêncio, aversão a promiscuidade e bebidas, e pouca ou nenhuma paciência para sujeitos burros e idiotas. A exceção de um certamente não fazia a regra. E não, ele não tinha aversão a mulheres. Apenas achava a maioria simplesmente muito tola ou muito fingida. Na categoria idiota, meio burro e certamente tolo tinha apenas uma pessoa que ele aguentava.


Ele tem um irmão gêmeo idêntico, que ao tirar a aparência, não têm mais nada em comum consigo. Exceto algo. Ou melhor, alguém. Melhor ainda, o sentimento por alguém. Ambos eram abertos um com o outro, partilhando além da vida e do laço de sangue, um profundo respeito e amizade, mesmo quando seu irmão fazia coisas que deixava qualquer pessoa decente de cabelo em pé. No mínimo atordoante, mas mesmo assim, ele sempre estava ali para ajuda-lo. Sempre esteve lá mesmo que fosse para limpar a bagunça, coisa que acontecia com relativa frequência.


Por terem uma amizade muito distinta entre irmãos, afinal mesmo suas brigas eram peculiares, sem precisarem utilizar os punhos ou palavrões, apenas o cérebro, ainda que seu irmão utilizasse um jogo coquete de palavras, nunca poderia ser chamado de burro, dividiam também suas angústias e frustrações. Ele sabia de todos os romances e interesses libidinosos de seu irmão, e era nessas horas que ele olhava com incredulidade para o irmão, precisando reconhecer que sua gentileza por vezes exigia uma dose bem alta de coragem misturada com uma não aparente estupidez.


Sendo assim não foi surpresa saber de mais um. Sobre ELE. O que o surpreendeu? Que durou. Realmente durou. Que estava durando. Que ele não desistiu também. Seu irmão nunca foi de correr atrás de ninguém, parte por que nunca precisou, parte por que nunca houve um interesse genuíno, então ou a pessoa queria e ia logo ou nada feito. Seu irmão nunca foi de aguentar frescura de gente se fazendo de difícil tentando manter o interesse, até por que pra ele a fila anda. Até ELE. Sim, ELE. Apenas ELE.


Por que tinha relevância? Por que era o amigo de infância deles. O mesmo baiacu que provocavam quando criança. O garoto bonito e sem cérebro, mas justo e leal. Narcisista e esquecido, mas que se importava profundamente com os seus. Imprudente e impetuoso, com uma das línguas mais afiadas que já viu e um amplo conhecimento de palavrões, perdendo apenas para o próprio primo, que tinha no histórico ter crescido na rua e em bordéis.


O mesmo e único idiota meio burro e certamente tolo que ele aguenta desde a infância. Embora, no fundo ele já soubesse que mais cedo ou mais tarde aconteceria, seu irmão passou a nutrir sentimentos por ELE. Assim como ele próprio.


Diferente do irmão que era aberto aos prazeres da vida, ele não bebia e nem se envolvia com pessoas levianamente. Por quê? Por que ele sabia que amava ELE desde há muito tempo. E se não fosse para estar com ELE, não seria capaz de usar outra pessoa apenas como um consolo pessoal. Grande parte por si mesmo, mas sendo honesto, parte talvez também para poder merecê-lo, sabendo como era sua personalidade, como fora criado, tanto pelos pais como pelo Shizun que detinha uma postura incorruptível (mesmo depois do furacão Mo Ran), ele sempre fugiu da frivolidade, não que não tivesse aprendido uns truques de "como agradar e como fazer e se sentir bem", mas mantinha se fiel ao pensamento que se fosse se doar, que fosse a alguém que tivesse mais do que um pouco de afeto.

Deveríamos estar aptos a falar abertamente sobre nossos  sentimentosOnde as histórias ganham vida. Descobre agora