Capítulo 15

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Resumo:

Mei Hanxue era um safado sem vergonha, mas conseguiu esconder bem a satisfação quando ouviu Xue Meng respirar fundo e dizer num fio de voz. "Vou experimentar essa coisa..." e puxando sem delicadeza alguma ele vociferou a Mei Hanxue "Se você contar isso a alguém você é um homem morto."

Notas Iniciais:

Momento mais fofo com toque de humor.
Para quem ainda não leu, ou não terminou, contém spoilers.

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Ele podia fazer isso. Sim. Ele podia!

Não!

Não, ele não podia! Não, não, não, não e não! Decididamente não podia!

Mas estava.

Xue Meng respirou fundo, tentando não entrar em pânico. Ele não era covarde, repetiu mais uma vez.

Um passo de cada vez, um após o outro. A raiva e a frustração ainda presentes, mas cada vez mais ofuscadas por um estado de crescente ansiedade.

Eu posso fazer isso, pensou novamente. Eu posso! Eu consigo!

Uma mão persuasiva em suas costas e outra segurando sua mão direita, abraçando-o elegantemente como quem diz estritamente "propriedade particular, não toque, não olhe!"

Era ridículo por que Xue Meng usava uma capa.

Orgulhosamente ali estava ele. Não que estivesse se orgulhando de fato, mas ainda tinha algum ego sobrando o suficiente para provar a Mei HanXue que eles estavam errados.

Colocando no rosto sua melhor expressão confiante ele aprumou o porte e avançou, caminhando para a escadaria que levava aos salões de festa de Jiangdong Hall.

Se estivesse menos tenso, certamente ele teria olhado com mais apreço a decoração que agora tremeluzia pelas colunas elegantes de mármore, e certamente também pensaria que aquele tipo de piso da escadaria, se fosse no seus mais de três mil degraus, refletiria muito mais o esplendor magnânimo dessas pedras reluzentes, possivelmente deixando sua residência ainda mais próxima do que seria a morada do queridinho dos céus.

Provavelmente se estivesse menos ansioso e menos irado (Sim, ele estava), não deixaria passar alguns detalhes do requinte do ambiente sendo profanado. Ainda estava processando direito toda essa história que o levara a estar aqui. Remoendo tudo no ódio e no silêncio. Então, como todo bom birrento cheio de raiva, Xue Meng maldizia a sua sorte, perguntando-se o que fizera de errado na ultima encarnação, se atirara pedras no túmulo dos ancestrais para estar passando por isso nesta vida. Logo, prestando atenção apenas e unicamente ao seu sofrimento pessoal, Xue Meng não reparou que a decoração da até então esplendorosa e requintada Jiangdong Hall estava mergulhada em devassidão, tão opulenta e luxuosamente extravagante que mais parecia que estavam entrando em um distrito de luzes vermelhas.

Se pudesse se situar na atmosfera a seu redor, Xue Meng certamente pensaria que os ancestrais da seita e os antigos líderes estariam se revirando na tumba se pudessem ver a decadência moral em que sua até então respeitada seita estava entrando, com todos os escândalos envolvendo o nome de sua atual líder. E a devassidão e corrupção dos conselheiros que permitiram tal declínio...

Xue Meng estava com os passos leves e elegantes, a mão em seus dedos e em suas costas deixando claro que qualquer tentativa de fuga seria frustrada, então só se resignava a subir, degrau por degrau até o topo da escadaria. Cortinados vermelhos contornavam os balaústres e também havia fitas vermelhas entrelaçadas contornando as colunas. A luz refletia um tom gritante por causa da cor vibrante.

Deveríamos estar aptos a falar abertamente sobre nossos  sentimentosWhere stories live. Discover now