CAPÍTULO 40 - JAIME

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Sinto um cutucar no meu braço e acordo assustado.

— O que está fazendo aqui? — Lolla está de pé, olhando o meu estado caótico com uma garrafa de Uísque vazia caída ao lado. — Você dormiu aí?

Ela segura as sandálias na mão e está um pouco descabelada.

Levanto-me me sentindo um panaca. Minha cabeça dói. Eu bebi demais.

Lolla fugiu de mim.

Esse era o óbvio depois de tê-la deixado sozinha no restaurante, mas me deixar preocupado foi cruel. Sentei na porta do seu quarto e acabei pegando no sono.

— Bebeu isso tudo?

— Não, o rapaz do bar me deu com dois dedinhos. Talvez um pouco mais. Não foi cheia, senão eu estava em coma alcoólico — sorrio.

Ela permanece séria.

— Que horas são? — indago, olhando com dificuldade o meu relógio de pulso.

— Já passa das 3 da manhã.

— Onde estava, Lolla? Não pode sair assim sem me dizer onde vai, eu fiquei louco.

— Isso não é da sua conta. Já estou de volta e, como pode ver, viva. Agora vai para o seu quarto que eu preciso dormir.

Sinto meu coração apertar. Nos seus olhos há magoa. Ela mal consegue me olhar.

Deus, essa mulher acabou comigo!

— Onde esteve? — pergunto de novo, sem deixá-la entrar. Eu quero respostas. Quero que ela diga o que imaginei por tantas horas.

— Estive com alguém que fez o que você deixou de fazer.

Sinto meu corpo reagir com raiva.

Pego seu braço e a coloco contra a parede.

— Me solta agora, Jaime.

— Esteve com ele, não é? Mateus. Foi logo para o colo de outro? — Merda! O que eu acabei de falar?

— Cala a sua boca. — Ela me empurra.

— Diga que ele não te tocou, Lolla.

— Não vou dizer isso.

— Por favor... você... você só pode ser minha.

Seu rosto não tem expressão. Nada.

— Não posso ser de quem também não é meu.

— Eu sou... Deus, eu sou seu, Lolla. Você não vê? Eu só preciso de tempo.

— Você está bêbado. Precisa de um banho.

— Eu... eu só preciso de você... Lolla, ouça...

— Não quero ouvir promessas, Jaime. Eu sou grandinha demais para entender o que um homem traidor diz para a sua amante. Eu não cairei nessa.

— Não! — Passo a mão sobre o seu rosto. Tão linda.

— Vamos, Jaime. Eu vou te ajudar a ir para o seu quarto.

Ela me escora. Eu não estou conseguindo pensar direito.

Lolla me guia e me coloca na cama.

— E o banho?

— Não seja ridículo. Eu não te aguento.

— Sim. Isso... eu sou ridículo. Eu deixei a mulher mais linda do mundo ficar sozinha num restaurante de rico. Eu sou ridículo.

Sinto ela se sentar ao meu lado e me esforço para sentar também.

— Eu preciso dizer algumas coisas, Lolla. Algumas que talvez amanhã eu não tenha coragem porque tenho medo.

AGORA OU NUNCA (Spin-off de Tudo ou nada)Where stories live. Discover now