CAPÍTULO 22 - JAIME

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Não dormi a noite passada. O fracasso do jantar na casa da minha família com a minha noiva me deixou decepcionado. Não sabia como iria agir daqui para frente. A aprovação deles para mim é importante. Ponderei durante a madrugada e conclui que nada melhor do que o tempo. Celina mostraria sua doçura para eles e todos iriam se apaixonar por ela assim como eu me apaixonei.

Revolvi ficar a manhã com Celina. Ela estava triste por causa do jantar. Explicou o seu problema com comida e como tentava melhorar com a ajuda de um psiquiatra. Mas, pelo jeito, o tratamento não ia muito bem porque quando sugeri que almoçássemos juntos, ela desconversou e contou que teria que participar de um congresso em São Paulo nesse final de semana. Pensei por um momento em me convidar para acompanhá-la, mas logo desisti. Fiquei meio chateado por ela me contar tão em cima da hora sobre a viagem, mas, como sempre, era importante.

Sai correndo de casa. Queria que desse tempo de almoçar com a Lolla já que eu tinha perdido a participação na sua primeira aula de inglês. No fim, fiquei irritado.

Lolla tem esse poder. Eu me sinto um maldito bipolar quando estou com ela.

Resolvi tudo em uma tarde. Não a traria mais para a Prime. Aluguei uma sala comercial e, próximo, um apartamento para a Lolla e Minga.

Fabrício não ficaria mais em cima dela como um gavião querendo atacar a presa. Filho da puta! Eu falei para ele não se meter com ela!

Agora ela me deixa aqui, parado, na calçada, enquanto atravessa com pressa para a praia.

Em vez de ir para o estacionamento para pegar meu carro, resolvo atravessar a rua e ver o que, realmente, ela foi fazer.

Eu preciso ir agradecer. Preciso pegar uma onda.

Sou atraído até ela. Caminho um pouco mais atrás vendo ela desfilar pela rua de pedras portuguesas, da orla de Ipanema, até chegar no Posto 9.

Eu me sinto um babaca por estar seguindo-a, mas a curiosidade é maior do que eu.

Ela entra na areia, tira os tênis e caminha saltitante. Lolla encontra um grupo de pessoas. Fala com todas ela. Tira foto com alguns, assina algo para outros e começa a tirar a blusa e calça, ficando apenas de biquíni.

Sento-me no quiosque e peço uma água de coco. Acabei não almoçando por causa dela. Filha da mãe.

Ela ri para eles. Um sorriso leve, espontâneo, expressivo.

Um dos caras dá uma prancha enorme para ela que corre para o mar.

Lolla pega onda.

Ela disse que iria fazer isso! O que eu estava pensando?

Eu sou um grande babaca mesmo.

De repente, uma ideia magnífica vem à mente.

Pronto! Lolla vai me ajudar a cumprir uma promessa.


AGORA OU NUNCA (Spin-off de Tudo ou nada)Where stories live. Discover now