Capítulo 11

6 0 0
                                    

Na manhã do dia 28 de dezembro fechei minha mala, olhei para a Cúpula do Prazer e sorri. Espero que a próxima hóspede do quarto 23 do Hotel Pôr do Sol Guesthouse viva tantas loucuras quanto eu e que sua sorte seja melhor que a minha. Fecho a porta e vou à recepção pagar minha conta, a recepcionista sorriu, provavelmente se divertiu com o meu show sobre a chuva, noutro dia, fico brevemente envergonhada.

— Bom dia, Srta. Gomes. Espero que tenhas apreciado a estadia.

— Sim, obrigada! — Sorrio e entrego as chaves, pago a conta e saio do hotel, carregando duas malas e o que me sobrou da minha dignidade. Um táxi estava estacionado não muito longe. Em cidades pequenas é difícil encontrá-los, porém tive sorte, eu acho.

— Bom dia! Aonde esta bela rapariga vai?

— Bom dia! — Entrego a mala maior a ele. — Rua Dr. Miguel Bombarda, por favor.

— Certo. — Ele sorri e coloca minha bagagem no porta-malas. Conforme o carro segue o trajeto, vou observando a paisagem, as casas coloridas tinham ares aconchegantes e receptivas, as pessoas se cumprimentavam de forma amistosa e apesar do clima chuvoso, todos pareciam sempre contentes.

***

  A casa do Rafael está barulhenta. Da porta posso ouvir a gargalhada do Luis Miguel. Aperto a campainha, Rafael abre a porta e sorri, mas seu sorriso diminui o perceber a mala aos meus pés.

— Day, entra! Só faltavas tu! — Ele pega a mala e me arrasta pra dentro. Luis Miguel jogava dama com Hélder, Sandra como sempre estava na cozinha. Os homens me abraçam e me beijam no rosto, os mais velhos bebiam whisky. Ariana Grande canta Somewhere Over The Rainbow ao longe. Era uma atmosfera familiar sem deixar de ser sensual, ainda mais por causa do Rafael, que estava com um charuto. Adorava vê-lo fumar. Ele voltou à sua poltrona perto da janela. Estava nublado lá fora, parecia fim de tarde. Enquanto jogavamos dama e Rafael fumava nos encarando, a fumaça o cercava, lhe dando um ar misterioso, e a maneira sacana que me olhava me deixava excitada. Se ele soubesse como ficava sexy fazendo aquilo... “Cala-te, Daiane interior, nada de ideias sacanas”, me repreendo. Ele é comprometido e eu me obriguei a ser apenas sua amiga.

***

   Uma vez ou outra, durante o jogo de dama, me dava o luxo de encarar meu objeto de desejo. Saber que ele era comprometido só me atiçava para vê-lo sussurrando meu nome em pleno orgasmo. Balanço a cabeça para tentar clarear as ideias, viro o copo de whisky na boca de uma vez, como se o álcool pudesse desanuviar meus loucos e sacanas pensamentos. Ele me dá uma piscadinha safada e sorri. Capeta, adora me provocar! Mas nesse jogo se jogam dois. Me levanto.

— Com licença rapazes, vou ao banheiro. — Sorrio, passo por ele como se não o conhecesse e vou para o banheiro no seu quarto. Deixo a porta aberta, tiro o sobretudo, ergo a barra do vestido, apoio o pé no vaso sanitário e começo a abrir minha bota. Não demora dois segundos e sinto a mão dele apertar minha bunda sob o vestido. Sorrio, ele beija meu ombro.

— Estás a provocar-me, diabinha?

— Não sei do que está falando. — Me faço de inocente, fingindo arrumar algo dentro da bota.

— Há mais duas casas de banho nesta casa. — Declara.

— Gosto dos azulejos deste aqui. — Ofego quando ele passa o dedo entre os grandes lábios da minha buceta, ele sorri.

— Mentira. — Sussurra e mordisca minha orelha. — Confesse que veio aqui porque sabia que eu a seguiria.

— Não seja tão egocêntrico. — Me viro de frente para ele, deslizo a mão por seu maxilar, a barba começando crescer. Rafael morde meu dedo, com a outra mão aperto sua ereção por cima da calça, ele geme e toma minha boca para si. Charuto, chocolate branco e hortelã, adoro, vou sentir falta desse gosto. Mordo seu lábio inferior e enfio a mão para dentro da calça dele. Estava babando de excitação. Massageio a glande inchada, interrompo o beijo e chupo meu dedo, ele adora isso. Empurro-o contra a parede e o beijo com voracidade. Mergulho os dedos nos seus fios loiros. Quando ele estava a ponto de tirar meu vestido, me afasto, pego o sobretudo e saio do banheiro, deixando-o lá com cara de tacho.

Um encontro em Portugal (REPOSTADA)Where stories live. Discover now