Capítulo 02

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  Ouço um gemido rouco saindo do fundo da garganta dele. Isso me instiga a aprofundar o beijo, então eu seguro sua nuca e o puxo pra mim. Suas mãos pegam minha cintura e a apertam e, aos poucos, vou diminuindo o beijo. Por fim, chupo seu lábio superior, depois o inferior e termino com uma mordidinha. Rafael me olha e sorrio de lado. Ele está ofegante e vermelho de vergonha.

— Isso foi... Isso... Uau! — Comenta ele.

— Acredita agora?

— Ainda não, podes repetir? — Brinca, encostando nossas testas. Eu rio.

— Safado. — Comento,  e ele me dá um selinho.

— Só contigo. — Declara antes de me apertar num abraço de urso. Solto um gemido por falta de ar e ele sorri. — Tu estás aqui comigo. — Diz pra si mesmo. — Quero apertar-te até fazer pif! — Declara. Rimos, me encosto no ombro dele e ficamos em silêncio. Não era um silêncio incômodo, era um silêncio terno, agradável, apreciando a companhia um do outro enquanto observávamos um grupo de quatro pessoas andando perto do cais. Eram três homens e uma mulher, ela de mãos dadas com o homem que parecia ser o líder do bando. Típico, a garota bonita sempre fica com o macho alfa. Rafael fica tenso quando eles nos veem e sorriem, o quarteto se aproxima, nos levantamos.

— Vagner, que bom ver-te de novo!

— Olá Alexandre, como estás?

— Bem. — Responde o rapaz sorrindo, ele era bonito, alto, cabelos castanhos num estilo moderno e roupas de frio. Eles apertam as mãos, a mulher que estava com ele sorri e Rafael a beija no rosto.

— Oi Bea, como estás?

— Bem, e tu? A tua mãe falou-me sobre o Pantufas, eu sinto muito. — Diz a loira de olhos verdes.

— Obrigado, terei que me acostumar a não tê-lo por perto. — Ele sorri taciturno e depois cumprimenta os outros dois. — João, Diogo.

— Olá. — Dizem, aceno em resposta, então o quarteto fica me olhando, curiosos.

— Ahm, deixe-me apresentar-vos a minha amiga, Day. Estes são Alexandre (macho alfa), Beatriz (luna), João (beta) e Diogo (ômega), meus amigos das antigas. Pessoal, esta é Daiane, minha amiga que veio do Brasil. — Rafael faz as apresentações, ele claramente sempre foi um ômega, tímido e recluso. Aperto a mão deles e sorrio, deixando bem claro que sou uma loba solitária e, cuidado alcatéia, estou caçando no território de vocês.

— Então és uma rapariga de Ipanema? — Brinca Diogo, certamente o palhaço da turma.

— Longe disso. Moro no interior do país, estou mais pra índia.

— E o que estás a achar do frio de Portugal? Já que moras em um país tecnicamente equatorial. — João arruma os óculos quadrados no rosto. Demoro um pouco para assimilar a pergunta, devido o sotaque.

— Eu gosto, moro em uma cidade muito quente, um pouco de frio me fará bem. — Digo, simplesmente, e sorrio.

— Precisamos ir! Vamos marcar pra sair juntos qualquer dia destes? — Alexandre pega a mão da namorada, ou mulher, sei lá.

— Claro, combinem com o Rafael. — Concordo. Eles me olham como se eu tivesse chifres, talvez por não o chamarem de Rafael. Sorrio e eles entendem, sorrindo de maneira maliciosa. Todos se despedem de nós e se afastam, e Rafael me olha, sorrindo como se pedisse desculpas pelos amigos. — Então?

Um encontro em Portugal (REPOSTADA)Where stories live. Discover now