Capítulo 14

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Já faz 5 dias, desde que voltei á Portugal, Rafael sai para trabalhar ás 06 da manhã e vem ficar comigo depois das 08 da noite, saímos do hotel para jantar e caminhar um pouco, Lisboa é uma cidade muito bonita. A capital de Portugal recebe muitos visitantes no verão, quando o tempo é mais aberto e os turistas podem conhecer as praias perto de Lisboa. Mas visitar Lisboa no inverno também tem seu charme romântico, já que as temperaturas não são tão baixas em comparação com outros lugares da Europa, Apesar de ainda ser outono, a temperatura já caiu bastante, hoje está ventando bastante, e os termômetros marcam agradáveis 18°C.

No inverno de Lisboa os dias são mais curtos. Por isso, um programa ideal é observar o pôr do sol nos miradouros da cidade, que acontece entre às 05h e às 06h da tarde, assim você pode aproveitar o fim de tarde e ainda curtir outro programa durante a noite na cidade.

E é isso que estou fazendo hoje,  estou no miradouro de Santa Justa, o lugar é muito bonito, tem muitos casais no local apesar do frio. Tiro algumas fotos e posto, ainda bem que me lembrei de trazer uma garrafa térmica dessa vez, e nela tenho um pouco de chocolate quente, que comprei numa padaria aqui perto, isso me mantém aquecida conforme tomo alguns goles, enquanto observo o sol desaparecer devagar no horizonte.

— Independentemente do que digam, Deus é justo. — A voz de Xrysa me assusta, mas finjo que não ligo. — Eu estava realmente querendo te encontrar, vagabunda. — Ela trava o carrinho de bebê e me encara, a mulher me olha com repulsa, faço cara de paisagem.

— Boa noite pra você também.

— Não venha para cima de mim com piadas! — A grega gesticula e fala alto, chamando a atenção de algumas pessoas. — Essa sua cara de menina boa não me engana mais! Eu sabia, no momento em que te vi na festa do Alexandre, eu sabia que você ia arruinar meu casamento. — Enquanto ela fala, vejo algumas pessoas comentarem entre sí, me julgando e me condenando como uma destruidora de lares, mas mantenho a postura. Afinal, não é como se o casamento deles fosse blindado e perfeito.

— Não sabia que era vidente. — Minha zoação deixa a grega ainda mais irritada.

— Não havia homens suficientes naquele seu país do terceiro mundo? Teve que ir atrás do meu marido novamente, e atrapalhar nossas vidas. Destruidora de casas! — Me acusa, Xrysa tenta segurar as lágrimas, mas elas escorrem por seu rosto, quanto mais ela desabafa seus sentimentos, mais chora, sinto até um pouco de pena.

— Abaixe o tom. — Me levanto do banco e a encaro, não gosto de fazer cena, mas não vou ficar aqui ouvindo desaforos.

— Como se atreve a dizer-me para ficar quieta? Você é amante do meu marido, por causa de você, Vagner tem dormido fora de casa, ele está abandonando eu e nosso filho, por uma puta barata! — As ofensas e acusações continuam, suspiro, cansada dessa patifaria.

— Oh meu amor, assim tu me ofende. Posso ser muita coisa, mas barata nunca. Não é culpa minha se você não tem atrativos o suficiente para satisfazer o Rafael. — Dou um sorriso debochado. — Só no seu mundinho mesmo, pra você acreditar que um filho vai segurar homem. — Aponto o garotinho com desdém. — Coloque-se no seu lugar, acha mesmo que vou me abalar por causa dessa cena patética que você está criando? — Aponto em volta para os espectadores. — Está apenas se expondo ao ridículo, eu não moro nesta cidade, em alguns dias, terei ido embora, mas amanhã ou depois, você será vista pela cidade e vai ser lembrada como a mulher traída que fez escândalo em público. — Ao ouvir minhas palavras, Xrysa tem um instante de inércia, ela fica parada a centímetros de mim, apenas me olhando e quando penso que ganhei a batalha, ela me acerta um tapa no rosto com força, deixando a mim e ao público, surpresos.

— Cadela, piranha, vadia, puta, desgraçada! — Ela começa a gritar e me atacar freneticamente. — Eu vou te matar, você sem vergonha, destruidora de casas, infeliz, caçadora dos maridos alheios, desgraçada! — Seus gritos assustam o menino no carrinho, que começa a chorar, mesmo assim, ela continua me atacando.

Um encontro em Portugal (REPOSTADA)Where stories live. Discover now