O despertar

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A lua estava em seu ápice naquela noite, a rainha dava a luz ao seu primogênito em sua cama com detalhes em ouro e prata.
Os gritos ecoavam por todo o castelo indicando que a criança estava para chegar a qualquer instante, o rei Jeon I estava na varanda com seu charuto nos lábios, com o vento ricocheteando seu rosto.
O silêncio pairou no ambiente e dama de companhia entrou em seus aposentos trazendo consigo o bebê real, seus cabelos eram negros de tamanho médio e seus pequenos olhos tão negros quanto ébano.
Ela estendeu a ele o bebê e ele jogou seu pequeno charuto pela janela, limpou suas mãos em suas vestes e abraçou aquele ser tão pequeno enrolado em lençóis de seda branco.

-Eu te amo meu filho

O rei disse ao abraçar o bebê e ele sorriu para seu pai que estava tão cheio de felicidade e carinho.

(...)

O príncipe estava brincando pelo castelo com seu cachorrinho, por nome de Bam. Eles corriam um atrás do outro sem se importar com o local que estavam, o pequeno Jeon estava passando pelo escritório do seu pai quando viu ele e sua mãe discutindo, ela dizia que ele devia ter misericórdia do seu povo e que jamais deveria os enganar.
É claro que o pequeno príncipe não entendeu pois a idade não lhe permitiu, afinal ele tinha apenas 3 anos.

(...)

-Mais um aniversário mamãe? Cadê o papai?

-Eu sinto muito querido, ele teve que se ausentar para tratar de assuntos importantes da corte.

-Ele nunca está. -Ele cruzou seus pequenos bracinhos desmontando o quão descontente estava.

-Sopre as velas sim...

O pequeno anjo já fazia 5 anos e como de praxe seu pai nunca estava para comemorar tal data.
Na noite do seu aniversário ele teve um pesadelo e foi ao encontro de sua mãe para que ela o acalentasse e acalmasse seu pequeno coração.
Ele a encontrou chorando abraçada a sua dama e melhor amiga.

-Eu não quero que a maldade que existe no coração dele atinja meu filho, eu não quero. Enviar frutos podres e deixar que seu povo passe fome não é algo que um rei digno deve-se fazer.

-Se acalme senhora, tudo há de acabar bem.

Ele não quis interromper e então voltou para seu quarto, subiu os pequenos degraus de sua cama e se enrolou em seus cobertores quentes e macios. Seu pai era alguém tão amoroso e afetuoso com ele, porque seria diferente para com seu povo? Não faria sentido em sua cabeça.

(...)

A rainha veio correndo até o quarto do pequeno o pegando em seu colo e o levando de seus aposentos, ela correu pelo corredor sem olhar para trás.
O pequeno Jeon abriu seus olhos e viu o castelo sendo invadido e o som de bombas dando início, uma guerra havia começado e o povo havia se revoltado contra o reinado do rei Jeon I.
Eles entraram em uma espécie de esconderijo e ela chorava com seu pequeno filho nos braços, a noite deixava tudo mais assustador e tenebroso no momento, o pequeno não entendia somente ficava em silêncio ouvindo as lamúrias de sua mãe.
Escondidos entre grandes barris de vinho a lua iluminava o pequeno lugar, ela ergueu seu olhar e uma lágrima pingou no rosto do seu herdeiro.

-Eu não posso mais suportar tal dor, cuide do meu filho. Faça dele um homem forte, eu o entrego a ti.

Ele viu quando os olhos negros de sua mãe se tornaram tão verdes quanto as folhas da sua árvore preferida do jardim, a lua que antes estava em sua cor de pérola foi atingindo outra tonalide se tornando vermelha como uma poça de sangue, na qual o rei se encontrava no andar de cima.
Sua mãe era a primeira bruxa já existente naquela época e ela entregou seu pequeno e único filho a lua sangrenta na qual a tornaria um homem forte.
A lua sangrenta aparecia uma vez ao ano concedendo desejos e pedidos aqueles mais necessitados, era como fazer um pacto com o diabo. Eu lhe dou o que você quiser, mas não será bom, será doloroso da pior forma.

A rainha amoleceu seus braços e o pequeno a olhou, seus olhos estavam fechados e seu coração não batia, ela estava morta. E ele entendia a gravidade da situação, seu corpo começou a queimar e a dor o consumir por inteiro, ele rolou no chão procurando melhorar de tal crise mas não havia como.
Pequenas presas surgiram em seus dentes e seus olhos se tornaram como os de sua mãe verde e logo passaram para vermelhos carmesim.
A lua havia lhe concedido o desejo de ser o homem mais forte entre seu povo, ele se tornou um vampiro o primeiro e único em seu mundo. Um ser imortal que traria honra a seu povo, algo que seu pai em toda sua vida miserável jamais havia feito.

🧛‍♂️

Olá olá morceguinhos, criei um grupo no WhatsApp sobre essa fic. Quem se interessar me manda msg que envio link ❤️

A Lua Sangrenta - O despertar - JikookWhere stories live. Discover now