13 | Verdades Turvas a Beira do Lago

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Caminho em direção à margem do lago, tomando cuidado onde piso, para não cair

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Caminho em direção à margem do lago, tomando cuidado onde piso, para não cair. É impressionante como as águas refletem serenamente a beleza do céu.

A brisa fria da manhã atinge o meu rosto provocando arrepios. Eu precisava sair de lá, de dentro da cabana, respirar ar fresco, pensar sozinha. Tudo o que havia para ser feito, está feito. O lugar parece mesmo ser um refúgio que ele esperava usar em algum momento. Há comida estocada, talvez não o suficiente para três pessoas ficarem isoladas por tempo demais. Mas o lugar todo é equipado, há um gerador para energia e uma bomba para bombear a água de um reservatório com uma considerável quantidade de água potável.

Agora só nos resta esperar e orar para que o Jonh acorde. Meus pensamentos estão ainda mais conturbados, pois cada vez que me aprofundo nas minhas análises, chego a conclusões terríveis. Essa linda paisagem, que parece tão intocada, me faz sentir ainda mais reflexiva.

Eu não sei com clareza o que está havendo. Eu tive que deixar tudo para traz, deixar o senhor Jósef sem o meu auxílio, apenas com um bilhete contendo uma explicação que se quer fui eu que dei, enquanto sai de Lublin feito uma fugitiva. O padre Tadeusz se recusa a me dizer toda a verdade. Ele diz que não sabe, que tudo que havia para me dizer disse, que apenas o Jonh pode trazer luz ao que eu não sei, a escuridão em minha mente.

Eu não quero sentir raiva do padre Tadeusz, eu o amo, e é por isso que dói tanto sentir o golpe de sua traição. Ele cuidou de mim nos momentos mais sombrios, foi meu conforto e guia. No entanto, toda a gratidão existente não consegue aplacar a mágoa que me consome.

A noite foi interminável, não pela rigidez do pequeno sofá, mas pela vigília constante. A cada olhar para o padre, eu percebia que sua insônia era tão profunda quanto a minha, ambos deitados, separados pelo chão frio.
Eu pensei em um milhão de coisas que gostaria de dize-lo, mas não disse, e não acho que com ele foi diferente.

Rezei incansavelmente, como sei que ele também fez, implorando pela recuperação de Jonh, por sua sobrevivência.

"Ele não pode morrer. Não pode!"

Eu não sou tão inocente ao ponto de não chegar a conclusão de que o que quer tenha acontecido em meu passado, foi algo tenebroso, algo que está inteiramente ligado ao Jonh, ele sabe, sabe de tudo.

Alguém sem alma, de sangue frio e uma crueldade nata, arrancou a minha língua, e por que?

Eu era uma criança. O que poderia uma criança fazer de mal a alguém?

Não foi ele, não pode ser... A maneira como ele me olhou desde o nosso encontro acidental na cafeteria. Eu sou importante pra ele. Mesmo após seu rompante agressivo, uma tentativa de me afastar não me convence do contrário.

As possibilidades do que pode ter acontecido vem rondando a minha mente todos esses anos. Se eu tenho pais, onde eles estão? Ou será que... Estão mortos? Eu tenho algum familiar, alguém que procure por mim? E se existe, por que Padre Tadeusz sempre foi terminantemente contra que eu fosse a polícia?

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⏰ Última atualização: May 17 ⏰

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