Prenda-me Se for Capaz.

Uma ligação.

O relógio digital ao lado da cama de Jungkook indicava oito da manhã, seus olhos abriram-se lentamente buscando não doer perante os raios de sol; ao ver o céu azul pela janela, percebeu que seria possivelmente um dia sem chances de nuvens carregadas. Observou o homem deitado ao seu lado, estava com o peitoral exposto e a coberta macia envolta de sua cintura, as mãos do detetive foram de encontro aos ombros de Jimin dando leves balançadas indicando uma tentativa de faze-lo despertar. 

Jimin sentia-se na melhor época de sua vida, tudo parecia um eterno algodão doce. Não estava acostumado com a calmaria após anos contínuos de tempestade, anos que havia entrado em um ciclo de ódio e vingança; ao abrir seus olhos, a primeira visão que teve fora de Jungkook o observando com um leve sorriso formado em seus lábios finos. 

─ Bom dia ─ a voz grave, o cabelo bagunçado caindo sobre o rosto indicava uma noite bem dormida ─ acho que ainda estou sonhando, você realmente estava me admirando? 

─ Claro, eu sempre o observo ─ soou ameaçador, um tanto atraente. 

─ Óbvio que estava, quem não me admiraria? ─ disse convencido sentando-se a cama. 

─ Jimin, você é meu agora, nenhum outro par de olhos além dos meus deve lhe admirar ─ respondeu-lhe desfazendo o sorriso esnobe estampado no rosto do antigo alvo. 

Jungkook desferiu um selar na testar de Jimin e levantou-se indo ao banheiro escovar os dentes e tomar banho; algo rápido, iria até a padaria comprar alguns pães, bolo e comidas que agrade o paladar de Park, aproveitaria para passar no mercado, comprar ingredientes para o almoço, desejava algo diferente, afinal, agora estava de volta ao relacionamento que durou anos e de anos trás. 

Quando chegou, Jimin estava na mesa encarando a aguá ferver no fogão enquanto parecia imerso em sua mente imprevisível, Jungkook sorriu e aproveitou para assusta-lo por suas costas. Colocou as sacolas na mesa e foi retirando tudo que havia comprado, colocou o café da manhã na mesa e em seguida, guardou o que havia comprado para o almoço. 

Jeon geralmente evitava abordar questões relacionadas ao trabalho quando estava na companhia de outras pessoas, consciente de que precisava desconectar um pouco e se concentrar em seus momentos de lazer, estes que eram pouco frequentes antes de Jimin aparecer em sua vida novamente. Seu celular frequentemente tocava com chamadas, e-mails e mensagens, que ele deliberadamente ignorava até a segunda-feira. No entanto, hoje foi uma exceção marcante e pode-se dizer: trágica. Taehyung, havia enviado uma série de mensagens urgentes demonstrando seu desespero ao saber que Jeon estava prestes a ser demitido. Não demorou para que o detetive retornasse as ligações rapidamente.

Ao atender o telefonema de Kim estava claramente assustado com a perspectiva de Jeon perder o emprego. Taehyung,  Jeon ouviu atentamente enquanto Kim delineava os motivos pelos quais a demissão iminente seria uma grande injustiça e como isso afetaria negativamente não apenas a Jeon, mas toda a equipe. As palavras de Taehyung ecoaram na mente de Jeon enquanto ele refletia sobre a atitude de Min Yoongi, o chefe empático não é quem mostra ser. Ele sempre valorizou sua equipe e dedicou-se incansavelmente ao seu trabalho.

─ Me explique, como assim ser demitido? 

Eu sabia que Yoongi não deixaria meu passado ser apenas um detalhe. 

─ Precisei entrar na sala de reuniões, o chefe vive por lá e acabei vendo seu nome e uma lista de outros nomes, depois desci na recepção para pedir um agendamento de reunião e ela me questionou se eu já sabia o motivo da reunião ─ suspirou ─ acabou me contando que o caso será passado a frente e você será desligado do departamento. 

Maldito celular, Pitter. Caralho, Min, você é péssimo. 

Agradeceu por Kim avisa-lo e bateu a tela do celular na mesa conseguindo o susto e atenção de Jimin, este que seguiu Jungkook té o quarto questionando o que havia acontecido para despertar sua raiva.