Chapter Sixteen

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Saibam que essa merda me dá, tipo, muito trabalho mesmo. Comprei um caderno, escrevi os casos, reli a fanfic mais de dez vezes, peguei o resumo que tinha feito dela logo no início da postagem, e agora só tenho uma coisa a dizer.

Se vocês tem alguma teoria, HA-HA-HA, preparem o emocional pro que vem a seguir. E, com a seguir", quero dizer em todos os capítulos que serão postados a partir de agora. Não existe mais capítulo inútil em HQiller. Acabou a introdução, e agora, como dizem os sábios, a porra ficou séria.
E, só pra confirmar isso, hahaha,

Luke POV

Quando minha mãe começou a apresentar sintomas depressivos mais graves, uma das vizinhas, Sra. Andrews, sugeriu uma enfermeira particular. Ela sabia que recebíamos um auxílio-doença do trabalho de Liz, de forma que teríamos perfeitas condições de bancar alguém para cuidar dela.

Isto, é claro, se o filho mais novo abdicasse da universidade particular da qual os irmãos tiveram direito, e dos cursos de línguas, e de tudo o mais que fosse privilégio. O dinheiro encurtou de repente, e eu senti o baque pois era o homem da casa naquela época. Aliás, permaneci no posto.

O fato é que contratei Dakota. Com vinte e cinco anos, ela era uma criatura bastante paciente até. Minha mãe se recusava a tomar os remédios, e Dakota se recusava a parar de insistir para que ela o fizesse. Se chegasse cedo da escola, eu ainda teria tempo de ver Liz empurrar a enfermeira na parede, ameaçando-a.

Mantive Dakota até conseguir tudo o que queria. A convenci de que o quarto dos meus pais trazia más lembranças à minha mãe, e fiz com que Liz e eu trocássemos de quarto. Uma suíte em vez de um cubículo com apenas uma janela.

Também consegui remédios mais fortes. Comprimidos que deixavam Liz inteiramente dopada. Era uma vantagem, nas minhas idas e vindas durante a noite. Minha mãe fazia muito barulho pela casa, e tinha olhos que viam demais. No entanto, depois dos remédios tarja preta, sua presença se tornou mais fraca.

Como uma névoa.

Meu objetivo inicial era "lobotomizá-la" com altas doses de remédio. Transformá-la numa coisa que apenas vagaria pela casa, fazendo as tarefas ainda que de cabeça ausente. Mas Liz era persistente. Ela continuava pedindo para ver meus irmãos, trazer meu pai de volta, parar de tomar os remédios. E Dakota era um impedimento para ela.

Foi quando fizemos o acordo, eu e ela. Eu demitiria a enfermeira, e ela tomaria os remédios. Eu enviaria suas cartas aos meus irmãos, e ela ficaria em silêncio.

Acordo fechado.

Observando as costas nuas de Michael, e a forma como seus braços se esticavam para dentro do armário ao canto do quarto, eufóricos, me senti especialmente nostálgico a respeito disso.

Contei exatos quatro minutos no relógio do celular. Seria o tempo livre dele até a minha interferência. Era mais do que suficiente, considerando que eu havia deixado a chave do armário logo na primeira gaveta do criado-mudo, como presente.

Imaginei que ele suspeitaria da facilidade, mas a curiosidade logo substituiria sua desconfiança.

Suas mãos ergueram as fotos de família antigas, que pegou dentro de uma das caixas organizadoras, e pude vê-lo observando cada detalhe. Absorvendo pistas, informações, qualquer coisa a meu respeito. Mas ele pouco descobriria sobre mim naquelas fotografias.

Primeiro, porque eu não estava nelas. Em nenhuma delas. Não era muito adepto às fotografias, como toda criança de nove anos, e Liz não fazia questão da minha presença, de qualquer forma. Ben e Jack eram os seus favoritos, os seus meninos de ouro. Ou era assim que ela costumava chamá-los, quando nos levava de carro para a escola.

HQiller ☂ [Muke Clemmings]Where stories live. Discover now