Fuck Me [HS]

3.2

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Eu conseguia ouvir as risadas e os gritos do pessoal se jogando na cachoeira.

Depois de meia hora de carro, havíamos chegado ao lugar que Harry tinha indicado. Ele realmente tinha ido na frente e já estava na água, quieto e pensativo, quando descemos da van.

As meninas não demoraram a exibir os seus biquínis e pular na água. Sky em um amarelo que combinava com a cor de seus cabelos brilhantes, e Maya em um branco que contrastava lindamente com o tom bronzeado de sua pele. Liam juntou-se às duas e Niall preferiu ficar sentado em uma pedra, observando Maya.

A mim restou ficar sentada, a uma distância segura da água e do clima constrangedor com Harry. Mas, ao contrário de mim, ele não parecia desconfortável. Abriu um sorriso quente e brincalhão assim que as meninas se juntaram a ele. Era como se eu não existisse.

Fiquei sozinha, olhando em volta e pensando sobre o que Niall tinha dito. Não justificava as atitudes babacas de Harry, mas havia sido o bastante para me deixar desconfortável com o meu prejulgamento.

Eu tinha culpa, no entanto? Eu não sabia dizer, só conseguia entender que estava curiosa.

Saber que ele tinha o futuro na palma da mão e ainda assim resolveu se isolar do mundo, só me deixava mais suspeita sobre sua história. Perguntava-me o que podia ter acontecido naquele meio-tempo. O que podia ter mexido tanto com Harry a ponto de fazê-lo virar outra pessoa, como Niall insinuou.

Peguei-me observando-o, ignorando o incômodo na boca do meu estômago quando o vi rir de alguma coisa que Maya tinha dito. Ele parecia mais leve, um garoto jovem se divertindo com os amigos... Quem o visse assim, mal poderia imaginar como Harry conseguia ser inconveniente e rude às vezes.

Enquanto meus olhos dançavam por suas linhas, uma esperança boba brincava com a minha mente. Eu esperava que ele devolvesse o meu olhar e desse um daqueles sorrisos travessos que já estavam começando a ser comuns para mim. Parte de mim dizia que aquilo era um absurdo, que eu não deveria querer aquelas coisas dele, afinal, ele era Harry.

Ainda assim, esperei que ele dissesse alguma bobagem e me fizesse rolar os olhos. Ou que ao menos notasse a minha presença, mas isso não aconteceu. Era como se eu nem estivesse lá... E, talvez, eu não deveria estar.

Em um suspiro cansado, eu me levantei, decidida que voltaria para a fazenda mais cedo. Sem querer chamar a atenção de todos, aproximei-me a contragosto da água o suficiente para chamar por Liam. Disse que não estava me sentindo muito bem e que voltaria a pé. Ele me alertou que seria uma longa caminhada e me perguntou se eu queria que ele me levasse de volta, mas eu o tranquilizei, dizendo que estava tudo bem. Eu queria caminhar.

Então eu me virei e fui para a estrada de terra, dando passadas preguiçosas e bolando teorias para o passado de Harry. Vinte minutos depois, eu estava morta.

O Sol estava infernal. Minha energia estava no mínimo e eu continuava andando, estreitando os olhos em busca de algum vislumbre da casa da fazenda, mas não conseguia ver nada à frente.

Minha boca estava seca e os cabelos da nuca estavam pregados de suor quando eu ouvi o barulho de motor atrás de mim. Olhei para trás e vi uma caminhonete azul aparecer no fim da estrada, aproximando-se aos poucos.

Apertei os olhos, esperando que a caminhonete obra da minha imaginação desaparecesse, mas isso não aconteceu. Ela continuou se aproximando, diminuindo a velocidade quando chegou perto.

Parei de andar, olhando confusa para a janela aberta ao meu lado. Limpei a testa suada e forcei a vista. E a primeira coisa que eu vi foi um sorriso de tirar o fôlego se formando em um rosto desconhecido.