Fuck Me [HS]

06 : regra número um

PLAYLIST de FM disponível na minha bio e descrição da fanfic. :)

✾✾✾

harry

Já era tarde e todos estavam em seus respectivos quartos quando ela finalmente bateu na minha porta.

Meus olhos continuaram no céu estrelado do interior enquanto eu permanecia encostado à janela, de braços cruzados. A única mudança na minha expressão foi o curvar de um sorriso cafajeste. Eu estava prazerosamente satisfeito por Melissa estar batendo na porta do meu quarto, ela era bem-vinda.

Respirei fundo e me despedi das estrelas que apenas o céu de Lakeland conseguia mostrar, apreciando o vento refrescante daquela noite quente de verão que entrou pela janela, quando Melissa bateu com mais força contra a madeira, contrariada.

A ruivinha estava ficando brava, do jeitinho que eu gostava.

Melissa era uma garota bonita, visivelmente gostosa – ou, como a palavra discreta que ela tinha usado para me descrever: atraente.

Era atraente quando lia algum livro de princesas no cercado da fazenda, quando conversava distraidamente com suas amigas ou resmungava sozinha pelos cantos. Mas a minha Melissa favorita – eu tinha certeza que existiam duas, ou mais – era a Melissa irritada.

O jeito como seus olhos faiscavam, as bochechas ruborizavam e seu corpo incendiava quando ela me enfrentava... Ela era fogo.

Era quando ela me mostrava que era mais que a patricinha que tinha chegado na fazenda. Era mais que a menina mimada que torcia o nariz para seus sapatos caros sujos de terra. Mais que a garota da cidade grande que desprezava o meu estilo de vida do interior.

Ela tinha mais. E eu queria mais.

Queria descobrir todos os segredinhos que aqueles grandes olhos misteriosos guardavam. E isso ficaria mais fácil agora que a princesa Melissa seria a minha doce colega de quarto.

Cheguei até a porta e coloquei a mão sobre a maçaneta, suspirando uma última vez. Afinal, eu sabia que uma vez que a porta estivesse aberta, não teria mais volta, Melissa me incendiaria com sua intensidade. E eu estava pagando para ver como seria a sensação.

Olhei-a com falso ar de inocente pela fresta, encontrando sua cara amarrada.

— Posso ajudar? – ergui as sobrancelhas, atiçando-a.

— Não me testa.

Ri do seu tom azedo e abri a porta de vez, dando espaço para que ela entrasse.

Mel hesitou. No meio de suas malas grandes, a menina ruiva engoliu em seco e brincou com os dedos, demonstrando seu nervosismo.

Eu sabia que ela estava desconfortável, então controlei a vontade de provocá-la. Se eu queria conhecê-la, a garota por trás da máscara, tinha que tê-la confortável o suficiente para me deixar entrar.

Melissa respirou fundo e balançou a cabeça para si mesma, selando um acordo interno que eu só podia imaginar qual era, e finalmente entrou.

Encostei à parede, assistindo-a analisar o quarto com calma. Ela se abraçou e caminhou pelo cômodo, estudando os lençóis, armários, porta do banheiro e a minha escrivaninha. 

Senti de longe seu deboche quando Mel olhou para os livros ali abandonados, ela não precisou abrir a boca para que eu soubesse o que estava se passando em sua mente, provavelmente se perguntando se um caipira como eu lia alguma coisa. Também percebi que ela notou a minha gaveta com fechadura, seus olhos brilharam em curiosidade, mas ela não comentou nada sobre.