Destinos Traçados

Prólogo

Estou na agência, atolada de trabalho até o pescoço, e meu celular não para de vibrar dentro da gaveta, olho e vejo que é meu amigo. Quando vejo que insiste, acabo indo ao banheiro e atendo a ligação, já preocupada.

 - Gui, aconteceu alguma coisa? Você nunca me liga quando estou trabalhando. – pergunto desconfiada.

 - Rebeca, você precisa vim se encontrar comigo agora! Precisa saber o que está acontecendo. – ele fala nervoso.

 - Guilherme, me fala o que diabos está acontecendo! – exijo.

 - Rebeca, embora esteja louco pra lhe contar, não posso. Você precisa ver com seus próprios olhos.  – merda, é algo sério.

 - Ok, Gui, me passa o endereço. – anoto e vou à sala do meu chefe, invento um desculpa e saio. Corro para onde Guilherme me espera.

 Quando chego fico assustada com a cara de pânico do Gui, sem falar nada ele me leva ao local do crime.

 Não posso acreditar no que estou vendo.

Eduardo está me traindo com esse projeto de cadela!

 - O QUE É ISSO? – Eduardo e a cadela me olham assustados.

 - Rebeca? Mas... Calma meu amor! - sinto um nó na garganta.

- Que nojo de vocês! Eduardo... EU TE ODEIO... Seu cachorro! 

Ele empurra a vadia pra longe e vem em minha direção atordoado.

 - Meu amor, me perdoe, eu posso explicar! – ele chega mais perto.

 - Não encosta em mim. Não quero ouvir nada que saia dessa sua boca imunda. Você acabou de jogar todos esses anos no lixo. – a cadela sorri ao lado dele, enquanto minhas lágrimas começam a descer. – Não me procure mais, esqueça que existo!

 Saio correndo, aos prantos, sem esperar o pobre do Gui. Entro em meu carro e saio. Meu carro não é tão potente, mas corro, corro como nunca fiz antes. Preciso fugir, quero chorar, mas longe de todos.

 Chego em casa e desabo em minha cama. Não posso acreditar que em cinco anos acreditei no amor desse idiota, confiei nele em todas as viagens que ele fez ao lado da cadela da Suzana.

 Que raiva! Como pude ser tão otária a ponto de deixar que me passassem para trás assim?