Capítulo 10

7.7K 1K 146
                                    


Bárbara beijava as mãozinhas, balançando a filha feliz e de gargalhadas entre os braços. Uma absurda felicidade iluminava sua própria face também. Júlia a amava! Não importava que ninguém mais a amasse! E para a criança não fazia a menor diferença se a mãe se lembrava dela ou não.

Estavam numa espécie de ante sala, perto da porta da sala. Estava sendo vigiada por dois homens armados enquanto aguardavam ali, porque Thiago mandou que ela esperasse com a filha enquanto dava alguns telefonemas no escritório.

Causava uma crise de risos em Júlia quando Thiago apareceu e falou apressadamente:

— Dê a menina para Gabriela, Bárbara. Temos que sair agora. — ordenou, voltando-se para o lado de fora enquanto falava com a avó. — Nonna, tenho de ir até a sede, mas você pode ver aquele negócio para mim?

Foi quando Júlia pareceu entender o que Thiago tinha dito e agarrou-se à mãe.

Mamã! Mamã! mamã! — Gritou a criança, interrompendo a conversa, enquanto se recusava a ir para o colo de Gabriela, que lhe estendia os braços carinhosos.

— Gabriela, leve-a daqui! — disse Marieta, irritada. — Bárbara, deixa Gabriela levar a menina de volta para o quarto. Já intervi por você hoje.

— Por favor, não! Não deixe que a tirem de mim, Thiago! — Bárbara implorou. — Não vê que ela está com medo que eu desapareça outra vez? Deve ter ficado aterrada ao voltar a si no hospital, sozinha, entre pessoas estranhas. Deixe-a ficar comigo agora. Pode ser ruim para ela se separar de mim de novo! Por favor!

— Impossível, garota! — falou Marietta, decidida. — Você tem que ir com Thiago agora. Ele me prometeu que ficaria de olho em você, e Júlia só vai atrapalhar.

Bárbara ignorou a mulher, olhando Thiago fixamente, aguardando uma resposta.

— Traga-a com você, então. Mas se ela atrapalhar, ou você aprontar alguma das suas, proíbo de vê-la por um mês inteiro. E saiba que só estou permitindo isso por causa da criança, e não por você. — falou olhando-a fixamente. — Vamos.

Bárbara não entendia por que sua presença era necessária nesse tal lugar. Nem sabia onde ficava! Parecia-lhe muito mais razoável ficar em casa com a filha. Abriu a boca para dizer isso, mas Thiago não lhe deu chance de falar.

— Ande logo! — Ele falou sem paciência alguma, segurando a porta aberta para ela passar, ao que obedeceu sem protestar.

Saíram da casa, atravessaram o mesmo pátio por onde tinham chegado em direção a um carro alto. Antes que Bárbara se desse conta, Thiago a pegou e a carregou ainda com a criança no colo, colocando-a sentada no banco traseiro.

Sem dizer nada, entrou no carro e ele mesmo dirigiu o veículo pela estrada. Em um determinado momento, Bárbara olhou para trás e estavam sendo fortemente escoltados, o que a fez estranhar todo aquele exagero.

Chegaram num grande prédio espelhado. O edifício era um pouco isolado, escondido por trás de um morro cheio de árvores. Haviam vários homens fortemente armados, de terno e gravata fazendo ronda no local, com escutas nos ouvidos e rádios de comunicação, e sem dúvidas, era um local muito movimentado. O estacionamento estava cheio de carros de luxos, de todos os tipos.

— Deixe seu pai carregar você, Júlia.

Apresentando receio, olhou para os braços do pai, e logo depois para o da mãe, como se pedisse permissão. Assentindo com a cabeça e dando um sorriso de incentivo, Bárbara fez com que a criança olhasse para o pai, e compreendesse que ele não ia levá-la embora. O que acarretou na confiança necessária para que Júlia finalmente fosse para o colo do pai.

A Dama Sem Nome: Um Romance da Máfia- NOVA VERSÃO 2023Onde as histórias ganham vida. Descobre agora