8 - A MÁSCARA DA ANSIEDADE

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Após as férias dos irmãos, algo que o Jadir não teve, parece que eles estão de volta. No entanto, os problemas não deixaram o nosso protagonista. Isso poderá desestabilizá-lo de vez em algum momento?

Tentarei atualizar toda a semana novamente. Talvez ainda nesta semana outra vez! Vocês querem? Vamos lá! Confiram o capítulo de hoje!!!

***

Sabe pai já faz algum tempo que eu não atendo chamadas de telefone. Também deixo o volume do meu celular no mudo, com vibração apenas para chamadas selecionadas. Não sei se é uma boa ideia, já que desconfio que, nas vezes em que isso acontece, minha pressão arterial ultrapassa a altura elevada da torre Eiffel. Não se trata de algo tão frequente, mas quando acontece eu sei que se trata de uma bomba pronta para estourar e bem na minha cabeça.

Ainda assim eu tenho alguns truques para tentar controlar a ansiedade, e não estou falando em bebidas e baladas. Não quero ter que descrever o imenso vazio que sinto mesmo em meio ao culto do deus Baco. Poderia até dizer que estou ficando velho e por isso mais aborrecido com essas atividades insanas joviais, mas o senhor bem sabe que nunca gostei de nada disso. Só as pratico com mais frequência do que deveria para me punir. Mas, essas punições deveriam ser extinguidas de vez. Não quero ter que prejudicar mais nenhuma pessoa, que não seja eu, devido às minhas péssimas escolhas. E disso o senhor bem entendia, não é pai?

Estava eu entediado em um dia qualquer para variar, já que para mim todos os dias são iguais. Minha sensação não era das melhores... Eu não estava inspirado e não parecia um bom dia para fazer os atendimentos de fisioterapia no hospital. Mas, fazer o quê? Era o meu trabalho. Eu fiz um juramento...

— Oi Jadí.

Ok, meu vazio foi preenchido positivamente outra vez.

— Lila? Que faz hoje aqui? Você não ia viajar com sua avó? — Agachei para ficar na altura aproximada da pequena boneca falante.

— Eu ia, mas eu não quis...

Sua expressão congelada se moveu pouco, mas o suficiente para eu perceber o semblante de tristeza. Logo eu descobriria que a tia, filha da avó da Lila, havia discutido com ela e deixara claro que não as iria receber. Sabe pai, eu não gosto de pensar mal de ninguém, principalmente não sabendo todo o ocorrido, mas me soava absurdo demais alguém rejeitar uma criança, independente das circunstâncias.

Eu estava possesso e tive uma ideia.

Abri um largo sorriso para a figurinha radiante a minha frente e a convidei:

— Vamos ao jardim do hospital? Que tal a terapia hoje ser ao ar livre?

— Oba!

Eu diria que a Lila se animou com a ideia, mais do que soveti como ela mesma diria.

Ao chegarmos, coloquei a Lila em um banco e logo me sentei ao seu lado. A avó estava a poucos metros, nos observando com a expressão costumeira de aflição. Ainda bem que a pequena Lila tinha alguém como ela em sua vida.

Coloquei a mão no bolso, o que não escapou a esperteza de minha acompanhante.

Qui voxe tem aí?

— Nada demais, apenas o meu celular. Eu sei que você sabe usar, não sabe?

— Eu sei.

Lila logo se apressou em pegar o aparelho da minha mão e se pôs a mexer nele assim que o desbloqueei. Sorri com a situação, claro.

SUAS CONSEQUÊNCIAS EM MIM - Spin-Off Trilogia dos Irmãos AmâncioWhere stories live. Discover now