Mais um capítulo para vos compensar os últimos dias!!!
Notem o rumo que estamos tomando nesta história...
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Eu sabia que o Natiel detestava quando a Natalie fazia isso...Aliás, acredito que essa seja a verdadeira razão dela vir até mim. A melhor maneira de provocá-lo, era se encontrar comigo sem a presença dele... Eu estava sendo usado mais uma vez, mas não pagaria por isso desta vez.
— Melhor você vir logo, sujeito da touca — falei ao celular, enquanto no banheiro. — Mais um pouco ela me enlouquecerá com tanto falatório e melindres.
Eu tinha certeza que ele chegaria em cinco minutos. Eu só esperava que ele não perdesse a cabeça no caminho... Posso ter sido meio inconsequente com isso, mas eu não queria ser réu de mais um crime.
Fui até a Natalie e disse, sério, meio robótico:
— Se recomponha, ok? Ele está vindo...
— Quem? Você falou com o Natiel? — Seu espanto era visível.
— Não era isso o que você queria?
Natalie piscou, desviando o olhar, como que não acreditando. Foi devagar que se levantou com apoio, devido a dificuldade da distrofia muscular. Eu não me movi.
— Por que você fez isso? — Proferiu, ofegando um pouco.
— O que mais eu deveria fazer? O problema é de vocês... Precisam conversar e resolver sozinhos.
Ela me olhou com incredulidade. Seus olhos castanhos claros ainda reluziam.
— Está certo — concordou cabisbaixa.
Dei dois passos para trás.
Natiel logo chegaria e eu não veria, nem ouviria mais.
— Até uma próxima — me despedi, distante, e saí. Eu logo teria plantão.
***
Aquele dia parecia já durar um mês!
— Hey Jadir, por que você está tão calado hoje?
— Ah, Keller, irmão... Muita coisa acontecendo...
— Eu que o diga — falou, fitando o suporte com medicamentos. — Já me picaram tanto que acho que nem sai mais sangue do meu braço... Isso aqui é água, ah é água.
Eu ri, enquanto ele batia no próprio braço. Foquei-no:
— Vai deixar de andar de moto depois dessa, não vai? Faz quase vinte dias que você está por aqui e saiu há pouco da terapia intensiva.
— Não tem como, Jadir... Uma vez motoqueiro, sempre motoqueiro.
Expirei um riso e disse:
— Simbora levantar e caminhar. Chega de moleza!
O ajudei com o suporte de medicamentos e lhe ofereci o braço para apoio.
— Ainda bem que não tem muita gente por aqui agora...
— Por que? — Intriguei-me.
— Poderiam interpretar mal essa nossa amizade — riu.
Acompanhei o riso e reforcei:
— Deixe de preconceitos e se concentre no caminhar, caso queira sair daqui algum dia...
— Ok, mas me fala aí... Qual é o veneno que estão me dando agora?
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SUAS CONSEQUÊNCIAS EM MIM - Spin-Off Trilogia dos Irmãos Amâncio
General FictionEstar disposto a auxiliar os que precisam parece ser um legado que Jadir carrega desde que decidira se empenhar pelos pais. Por assim sendo, decidiu se dedicar na área da saúde. Ainda enquanto estudante de fisioterapia conheceu os "irmãos Amâncio"...