SUAS CONSEQUÊNCIAS EM MIM - Spin-Off Trilogia dos Irmãos Amâncio

19 - DESESPERADAMENTE NA SAUDADE

O Wattpad não anda muito com a minha cara. Não sabem como tem sido difícil atualizar, mas aí vai! 

Espero pelas vossas participações nesses momentos decisivos na vida de outros... Sempre! Não é, Jadir?

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— Você está um pouco mais ausente hoje. Aconteceu alguma coisa?

Duas vezes por semana eu trabalhava no período da manhã na academia da Natalie, que havia sido batizada com o nome "Unlimited" contrastando com suas próprias funções de vida. Bem, talvez ela achasse que ainda conseguiria fazer muito mais... Tomara que assim seja. Acho que trabalhar em um hospital estava me deixando muito pessimista e incrédulo. Enfim, não era com a Natalie que eu estava dialogando...

— Não dormi quase nada nesta última noite.

Assenti em apoio. Disso eu entendia e talvez se eu estivesse 100% em mim eu não faria a próxima pergunta... Talvez.

— E por que disso? Algo o incomoda?

Perguntar ao Adriel se algo o incomodava era retórico. Mas, o que seria desta vez? Era óbvio. Se tratava da projétil do Japão, não havia mais...

Em um passado recente, há apenas alguns pares de meses, fui convidado pelo irmão da Natalie para trabalhar com reabilitação em um anexo na nova academia. Funcionando pra valer a menos de um ano, junto com às modalidades clássicas de uma academia, o "Pilates" havia voltado, meia dúzia de estilos de lutas, a natação, é claro, hidroginástica, Yoga, Tai Chi... Enfim, também havia fisioterapia e um médico cardiologista que atendia uma vez por semana. Eu atendia pela manhã, duas vezes por semana e era mais que suficiente. Naquele dia mesmo, eu não atenderia mais ninguém... Na verdade, nem poderia, afinal estou afastado pelo doutor Cláudio, mas o que mais eu faria? Dormiria e teria mais pesadelos?

— Ela não chegou tão tarde ontem... — começou, tendo a certeza de que eu sabia de quem se tratava. Aquele ar suspirado, ritmo compassado da fala... Ele falava da Estela. De quem mais seria?

— E então? — o incentivei.

— Estava agitada, como sempre, e disse que teria que passar a noite fazendo um trabalho da faculdade.

— Deixando clara a intenção de não querer companhia, a fim de não se distrair - complementei.

— É — concordou seco, olhando cansado para mim. — Mas, ela pegou no sono poucas horas depois, ainda na mesa de trabalho.

— E aí? Você a acordou?

— Não. Ela não tem sono leve... Fiz um esforço para levá-la para o quarto, voltei e terminei o trabalho dela.

— É sério? — ri.

— Pois é. Vasculhei os rascunhos que ela havia deixado, os acessos e escrevi, editei, imprimi e encapei...

— Isso deve ter levado horas...

— Terminei por volta das quatro da manhã. Deixei na mesa, ao lado do laptop.

— Uau! Pensei que você não sabia lidar com a tecnologia — zombei, porém logo o incentivei. Aquela história estava interessante: — Mas, e aí? O que aconteceu?

— Ainda fiquei um tempo acordado a vendo dormir...

Que situação deprimente! — ri por dentro.

— Depois fui fazer o café.

— Hey Adriel, espera! — Estaquei num leve sobressalto. — Sei que você melhorou algumas funções nos últimos anos, após o transplante, mas tudo o que você me relata me parece demais. Você carregou a Estela? Se levantou sozinho da cadeira e cama? Fez café?