Capítulo 2- Aquele com a Tonks Sensitiva

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~Pov Hayley~

Assim que passei pela parede do Caldeirão Furado, saí pela porta, ignorando a existência de qualquer pessoa. Fui caminhando pelas ruas de Londres até chegar do Largo Grimmauld, onde eu e Harry estávamos morando com Sirius, nosso padrinho. Na verdade, ele era padrinho do Harry e Remus era o meu. Mas considerávamos os dois.
Eu sei que eu poderia simplesmente ter aparatado para dentro de casa, mas eu precisava caminhar um pouco e pensar.

Quando cheguei lá, a casa eclodiu entre duas outras casas de trouxas. Eu sempre me assustava quando isso acontecia. Entrei pela porta com a cabeça baixa e escutei as vozes que mais me acalmavam. Sirius, Remus, Tonks e Sra. Weasley estavam conversando na cozinha. Um sorriso involuntário surgiu em meu rosto. Fui correndo para lá e quando entrei eles pararam a conversa e me olharam assustados. Depois de 5 segundos, eles levantaram para me abraçar.

Remus foi o primeiro. Ele me abraçou forte como se quisesse dizer que eu fazia falta. Me soltou, olhou para mim e disse com uma voz paternal:

- Hayley que bom que você voltou. Você está cada dia mais linda querida. E mais parecida com sua mãe.

Sirius veio em minha direção e disse brincando:

- Sai pra lá Aluado. Deixa eu abraçar minha garotinha.

Eu dei um sorriso bobo e ele abriu os braços. Quando abraço ele me sinto como se fosse uma criança. É um sentimento muito bom. Ele disse rindo:

-Lily obrigada por voltar mais cedo. Senti falta de uma presença feminina nessa casa.

Ele sempre me chamava de Lily. Era meu nome do meio e nome da minha mãe. E sempre chamava o Harry de James. Acho que desse jeito ele sentia que, de alguma forma, meus pais ainda estavam vivos. Não era fácil para ele ver eu e o Harry todos os dias e só conseguir enxergar nossos pais, seus melhores amigos. Ele ainda se sentia culpado pela morte deles. Eu e Harry não nos importávamos de sermos chamados pelo nome deles. Era bom na verdade.

Depois dele, a Sra. Weasley quase me esmagou com um abraço. Ela cuidou de mim e do meu irmão como se fôssemos filhos dela. Eu a considerava a mãe que eu nunca tive. Ela era a melhor. Se preocupava demais comigo mas eu gostava. Assim que ela me soltou, me olhou no fundo dos olhos e disse, com a maior sinceridade e boa vontade do mundo:

- Querida você está muito magra. Venha comer alguma coisa agora. Está pálida, coitadinha.

- Muito obrigada Sra. Weasley mas eu não estou com fome agora. Vou esperar todos chegarem para o jantar. - eu respondi um pouco sem graça.

Dei um oi para Tonks e subi para o meu quarto. Não estava com muita vontade de comer e nem de ver mais ninguém porque eu sabia que alguém perceberia que eu não estava na minha alegria de sempre e eu não estava nem um pouco afim de explicar o que tinha acontecido. Até porque, se eu falasse, a Sra. Weasley com certeza iria obrigar George a me pedir desculpas, mas eu queria que fosse algo sincero e voluntário da parte dele.

Meu quarto era lindo. Sirius deixou eu decorar do meu jeito. Ele comprou um monte de móveis cor de rosa pra me fazer uma surpresa há dois anos mas eu detestei. Eu não era o tipo menininha delicada. Assim que ele percebeu minha decepção, me deixou devolver tudo e escolher o que eu realmente queria. E foi assim que eu consegui o quarto dos meus sonhos. As paredes eram todas brancas, com exceção de uma que eu pintei de lilás. Bom, talvez isso fosse ser menininha delicada, mas eu realmente não gostava de rosa. Minha cama era enorme e ficava bem no meio do quarto. Tinha uma escrivaninha em um canto e uma penteadeira no outro. Do lado da penteadeira eu coloquei um guarda-roupas lindo e enorme. E do lado da escrivaninha tinha uma estante gigante cheia de livros. Todos os móveis eram brancos com detalhes em lilás. Além de tudo isso, tinha uma janela de vidro com vista para Londres e um banco embutido na parede com um estofado lilás que eu usava pra ler admirando a paisagem. Era meu lugar favorito do quarto. Eu também tinha colocado vários porta retratos tanto na parede, quanto na escrivaninha, com fotos de todos os meus amigos, da minha nova família e dos meus pais. Quando eu entrei senti um cheirinho de baunilha, que eu amava. Eu amava tudo naquele quarto. Naquela casa. Era minha casa. Finalmente sentia que tinha um lar de verdade, cercado de pessoas que me amavam. Estava arrumando minhas coisas, tirando tudo da mala, quando alguém bateu na minha porta.

- Pode entrar. - respondi.

- Oi pirralha. Quarto maneiro. - Tonks entrou tropeçando no micro degrau que tinha na porta.

Ela sentou na cadeira da minha escrivaninha, observando tudo em volta. Assim que seu olhar caiu em mim, percebi que ela estava desconfiada. Ela me conhecia muito bem e parece que sabia tudo o que se passava na minha cabeça. Tentando evitar qualquer pergunta, me virei de costas para ela e continuei a arrumar minhas roupas. Ela suspirou fundo e falou:

- Anda pirralha, desembucha logo. O que tá acontecendo?

Ainda de costas, fiz uma cara que significava "droga, ela sabe". Virei para ela, coloquei um sorriso no rosto e disse:

- Nada. Não sei do que você está falando.

Ela me olhou com desconfiança, mas ignorou minha mentira descarada.

- Tá bom. Se você não quer conversar eu respeito. Mas se precisar de mim, você sabe que pode me chamar a qualquer hora, não é?

- Sei sim. - respondi, querendo desabafar mas não querendo ao mesmo tempo. - Obrigada Tonks.

Dei um sorrisinho e ela saiu. Assim que ela passou pela porta suspirei aliviada. Acho que ela não ia comentar com ninguém o quanto eu estava mal.

Depois de mais ou menos uma hora, escutei um estalo no andar de baixo. Eles tinham acabado de chegar. Criei coragem e desci para dar oi. Assim que cheguei no fim da escada, dei de cara com o George. Abaixei a cabeça, falei um oi bem baixinho e segui até a cozinha. Ajudei a Sra. Weasley a terminar o jantar, junto com Hermione. Assim que servimos a comida e nos sentamos, George, do outro lado da mesa, me olhava com cara de cachorrinho abandonado. Só olhei para o prato e comecei a comer.

Enquanto Fred fazia comentários desnecessários sobre o relacionamento de Harry e Gina, e Hermione discutia com Rony pela milésima vez sobre a falta de responsabilidade dele de não ter voltado para Hogwarts, eu brincava com Teddy, que estava no colo da Tonks. Ela chegou bem perto de mim e disse em um tom que misturava raiva com indignação:

- Você não tá mal por causa do George de novo, não é Hayley? Pelo amor de Merlin, tem que superar e seguir sua vida.

- Como você sabe? Por acaso você leu minha mente sem eu perceber? - pergunto tentando fazer uma piadinha.

- Olha Hayley, eu te amo, mas você tá sendo bem burrinha. Ele tem namorada e você fica aí sofrendo igual boba. Tem milhares de meninos caindo aos seus pés e você quer justamente aquele que te vê só como amiga? Você é inteligente, mas às vezes, só por Merlin...

- Olha Tonks, eu tô bem, tá legal? Não é por causa disso que eu tô triste. Ele me tratou com frieza quando me viu e isso foi bem ruim. Ainda não decidi se vou deixar passar ou se eu planejo uma pegadinha pra dar um sustinho nele e só depois perdoá-lo. - falo com um sorriso malicioso.

- Por Merlin menina, você é igual ao Sirius. - ela fala dando uma risadinha.

Mais que amigos - George WeasleyWhere stories live. Discover now