Capítulo 10- Aquele do Término

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~Pov Hayley~

Passei o resto do dia com o Oliver no Caldeirão Furado. Rimos muito, relembramos bons momentos do passado e conversamos sobre tudo. Me senti como a mesma menina de 15 anos que era caidinha por ele. Foi bom. Eu me sentia bem perto dele, ele era um bom amigo. Quando começou a anoitecer, nos despedimos. Ele então disse:

- Posso ser sincero com você sobre uma coisa?

- Claro! - respondo com um ar de dúvida.

- Eu nunca cheguei a dizer a verdade sobre o nosso término. Eu estava ficando cada vez mais apaixonado por você. Eu acho que seria capaz de matar e de morrer por você. E aquele sentimento me assustou. Eu nunca tinha me sentido assim antes. Eu sei que eu te magoei e eu sinto muito. Muito mesmo. E eu sinceramente espero que um dia você possa me perdoar e que possamos ser amigos. - ele diz, com a cabeça baixa.

- Oliver, eu já te perdoei. Há muito tempo. E é claro que podemos ser amigos. Seria uma honra. - dou uma risadinha.

Nos abraçamos e ele vai embora. Aquela conversa foi boa. Me fez sentir mais leve.
Assim que cheguei em casa, todos já estavam me esperando. Depois do jantar, sentamos na sala para conversar. Eu podia ler as mentes de quase todos. Eles queriam saber sobre o Oliver. Acho que tinham me visto saindo da loja com ele. Então, para encerrar o assunto, comecei a falar:

- Só queria deixar claro que não aconteceu nada entre mim e o Oliver. - todos me olharam com cara de espanto. - Só saímos e conversamos como amigos. Na verdade, ele vai se casar em breve, com uma artilheira do time de quadribol em que ele joga. Não precisam se preocupar.

- Ai graças a Merlin você falou alguma coisa. Eu já estava ficando louco aqui. - Fred disse rindo.

O assunto se encerrou rapidamente e começamos a conversar sobre outras coisas. Percebi que George estava meio triste e distraído. Preferi não perguntar nada. Infelizmente, era muito difícil para mim ler a mente dele. Ele sempre foi muito fechado e isso dificultava as coisas. Depois de algum tempo, fomos todos dormir.

No meio da noite fui acordada com um barulho que vinha do andar de baixo. Peguei minha varinha e desci devagar.

- Lumus. - murmurei e um feixe de luz saiu da ponta dela.

Fui andando em direção à cozinha. Assim que passei pela porta, dei de cara com o George.

- Que droga George! Quase me matou de susto. O que tá fazendo acordado tão tarde? - pergunto.

- Desculpa Hayley. Não queria te assustar. Não tô conseguindo dormir. - e novamente ele me chamou de Hayley.

- George fala a verdade. Eu sei quando você tá mentindo. Pode me contar qual é o verdadeiro problema.

- Prefiro não falar sobre isso. Principalmente com você. - ele diz com um tom ríspido.

- Nossa... Tudo bem. Me desculpa. Vou voltar a dormir. Tchau George. - me viro para voltar para o meu quarto.

- Espera. Me desculpa por ter falado assim. É que o problema é a Angelina. Não achei que você fosse querer falar sobre ela.

- George eu continuo sendo sua amiga apesar de tudo. Podemos conversar sobre qualquer coisa. - digo, tentando ser o mais simpática possível.

Ele suspira e começa a falar:

- Nosso relacionamento tá desandando. Desde que ela começou a fazer a faculdade de estudo de criaturas mágicas está ruim. A distância é muito difícil.

- Você deveria conversar com ela. Dizer como se sente. Talvez juntos, vocês encontrem uma solução. Nenhum dos dois pode abrir mão de suas próprias vidas, mas talvez exista uma maneira de continuar que deixe os dois felizes e satisfeitos. - digo, calmamente.

- Você tem razão. Você sempre tem razão. Obrigado. - ele sorri fraco.

- Tenho que dormir George. Precisando é só chamar. Só evita ter problemas antes das nove da manhã. Senão você já sabe...

- Você me mata? - ele diz rindo.

- Exatamente. - dou uma risada, uma piscadinha e saio.

No dia seguinte acordei quase na hora do almoço. Quando desço as escadas, sinto um clima pesado rondando a atmosfera. Vejo Fred conversando com George que, por sua vez, está abraçado em uma almofada com a cabeça baixa. Fred levanta a cabeça quando escuta o ranger da escada e me vê. Dá um tapinha nas costas de George e vem em minha direção.

- Eles terminaram hoje de manhã. Ela terminou na verdade. Ele tá bem triste. - Fred sussurra no meu ouvido.

Termino de descer os degraus, me sento ao lado do George e o abraço. Na mesma hora, ele solta a almofada e retribui. Falo bem baixinho no ouvido dele:

- Sinto muito.

Sinto algo pingando no meu ombro. Acho que é uma lágrima. Passo a mão no cabelo dele para tentar acalmá-lo. Ficamos em silêncio por um tempo, abraçados, até que decido falar:

- Georgie, você tem cheiro de chocolate com canela.

Ele ri. Foi bom ouvir a risada dele. Apesar da minha paixão por ele, nós ainda éramos amigos. Ele ainda era meu melhor amigo e protetor. E eu era dele. Nós nos conhecíamos bem e nos entendíamos bem. Às vezes eu esquecia como era ter ele só como amigo, sem as complicações do amor. Era bom. Era fácil. Me fazia bem.

Mais que amigos - George WeasleyOnde as histórias ganham vida. Descobre agora