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Thalita

Cheguei no churrasco e fui direto falar com Niara, que me puxou pra dançar pagode com ela.

Niara: Que tempo que você não vem pra cá, tava com saudades tchutchuca. - me deu um beijo na minha bochecha me oferecendo seu copo de cerveja.

- Tá corrido, tô atrás de um emprego sabe?- tomei o pouco do líquido que desceu amargo, cerveja não é o meu forte- terminei a escola tem meses e não quero ficar na custa do meu pai.

Niara: Já discutiu aquilo com ele?- neguei- tem que falar é o seu sonho.

- Mas ele nunca vai aceitar- falei triste, meu sonho era cursar moda em Londres, mas meu pai nunca me deixaria ir tao longe assim. Olhei para o quintal que se lotava de gente- nunca vi a casa tão cheia assim.

Niara: É só um churrasco de boa vinda para o filho do professor - eu já tinha ouvido uma história de novo chefe, meu pai não queria ficar por muito tempo então o filho de Professor iria ficar, eu não sabia quem era, na verdade eu nem conhecia muito Professor vi poucas vezes pelo que eu sei ele vivia fora da favela pra não dá b.o.- Ares, o vulgo dele.

- Ares? O Deus da guerra.- falei com um pouco de deboche, pelo o que eu já ouvir dele por ai, era louco da cabeça, ainda bem que nunca trombei e nem pretendo tão cedo.

Subi pra tomar um banho e trocar de roupa, só coloquei um short preto e um biquíni azul. Desci me juntando a Lívia que já tava destruindo os petiscos.

Ela me olha com aqueles dois pares de olhos lindos, ajeita o prato com pedaços de carne nas coxas, as mãos vão de encontro aos cabelos castanhos lisos, montando um coque bem alinhado. Sobrando apenas duas mechas de cabelos nas laterais da cabeça.

- Quanto tempo não te vejo- dei um beijo na bochecha dela.

Lívia: Ai amiga, a faculdade tá me matando sério. Eu acho que as vezes quero ficar sendo bancada pelo meu marido pra sempre.

- Acredite você não quer, meu sonho é tá cansada depois de chegar da faculdade, eu preciso ter minha independência.- ela arregalou um pouco os olhos e sorriu pra mim.

Lívia: Amiga, que bom que você falou disso, meu professor de Direito Civil queria alguém pra tirar foto do jantar de casamento dele, falei de você pra ele, mostrei seu trabalho e os modelos de vestido que você fazia de quebra né, ele como é mão de vaca não queria pagar um fotógrafo e um estilista caro queria falar com você. Ele amou seu trabalho e queria te conhecer.- nesse momento eu queria pular de emoção, era o que tava faltando na minha vida. Ela tirou da bolsa o papel pequeno com o número dele, já logo mandei mensagem e marcamos um encontro amanhã a noite com a mulher dele. - enquanto mais ela falava mas eu via uma luz no fim do túnel. Esses últimos meses foram um inferno na minha vida.

- Obrigada amiga, de verdade mesmo.

Lívia: Foi nada amiga, você merece muito eu sei do teu talento pra essas coisas.

Não demorou muito Isa se sentou na mesa e contei logo pra ela que já imaginou eu rica bancando ela.

Ficamos conversando assuntos aleatórios até que eu percebi um homem alto, bem alto mesmo com tatuagens pelo braço, a camisa do Brasil jogada no ombro junto com o boné da mesma seleção que dava um charme. Ele tava encostado na batente da porta com um copo de cerveja na mão observando o churrasco com a cara fechada.

Só poderia ser Ares, por que o jeito que ele se portava gritava esse vulgo.

Um arrepio percorreu o meu corpo quando seu olhar cruzou com o meu, e eu queria parar de encarar ele, mas mantive meu olhar e ele também.

Só tive coragem de parar quando ele deu um meio sorriso mostrando um dente de ouro.

LANCE BANDIDO Where stories live. Discover now