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MAROLA

— É isso aí chefe— fala— tô pra bater de frente mermo, colar peito mermo, TCP agora e sempre.

— E o que teu irmão acha disso?— indago o mesmo— se tu tá traindo sangue do teu sangue o que me faz confiar em tu?

H

enrique: Tem que ter fé pô, além do mais ele é um tilt, morô? Fez algo contra a leis da favela, contra as leis do meu coroa. — suspira e minha curiosidade se atiça na minha mente. Arqueio a sombrancelha esperando que ele apagasse minha curiosidade me falando o que tinha acontecido, ele me olha depois para os cantos da sala e depois pra porta aonde tinha um meu de confiança.— ele estuprou uma mina tá ligado? Duas na verdade uma no Alemão e outra na Rocinha, meu coroa sempre deixou certo que isso era a lei inquebrável da favela, sem perdão, e sempre deixei claro que eu nunca iria ficar do lado dele caso isso acontecesse, eu queria até matar ele, mas eu sei que tu e Caranguejo tem vontade de torturar ele, então vim ajudar, vou contar tudo o que eu sei, não era de dentro do crime mas cresci com gente forte nisso.

  Ryan: Forte o quê menor?— Henrique vira mais uma vez pra encarar ele na porta —Teu irmão é um tilt que não coloca a cara pra trocar tiro, teu irmão sem o pai não seria nada— cospe as palavras carregando um fuzil— se eu vejo ele pipoco ele todo, sem quais quais.

Henrique me olha de novo não dando atenção pra Ryan que bufa atravessando a bandoleira na costa. Sinalizo pro Ryan dá uma parada na emoção.

Ryan era novinho demais pô, agora que meu cria tinha quinze anos, treino desde moleque pra não ficar dando bobeira por aí. Principalmente com Ares querendo se vingar com o que fiz com a princesa dele.

Apenas pego uma pistola que tava na minha cintura e entrego pro Henrique. Ryan revira os olhos e saí dali, não presto atenção nele apenas converso como seria a vida de Henrique agora e que amanhã a gente ia ter um papo maneiro.

Ele sai da minha visão me deixando sozinho ali. Palmeio meu bolso retirando meu Samsung entrando na conversa do mano Caranguejo.

Pô, esse cara me  fortaleceu demais, quando tinha nego querendo minha cabeça me ajudou pra caralho, em troca ajudei ele a tomar umas favelas do Professor.

Aquele pau no cu do caralho, ele e o filho dele. Fico pensando  como vai ser a reação que eu trouxe o filho dele, sangue do seu sangue pro TCP.

Thalita

Peço pro Ares me deixar na casa do meu pai, deposito um beijo rápido em seus lábios e entro na casa que estava em completo silêncio, apenas subo para o meu quarto tomando um banho e troco do roupa me sentando na frente da minha escrivaninha pra terminar meus afazeres.

A porta se abre e fios de cabelo preto aparece atrás dela, os olhos lindos piscam rapidamente e me encaram.

Niara: Posso entrar?— pergunta e eu assinto, Niara se acomoda na beira da minha cama, meus lábios se esticam em um sorriso pra ela— tu sabe o quão doida eu sou pra te ver atrás do teu sonho, e não admito você ficar com medo por causa do que teu pai vai pensar ou não. Aliás o sonho é teu, e ele deve apenas te apoiar e se ele não te apoiar, foda-se ele, eu te apoio.— ela suspira e passa a mão na barriga— Thalita, você sempre curtiu sua vida mas passou por momentos péssimos, na verdade ainda passa, eu sei que não entrei na sua vida como mãe, mas amo fazer o papel.

Essa era verdade, Niara era minha mãe, a mulher que pra alguns " destruiu" meu lar, pra mim criou algo novo pra se chamar de casa. Tudo que seus filhos recebiam ela me dava, Vinícius e Lívia sempre me trataram como uma irmã, Niara foi uma mãe e do caralho pra nós três, e sabia que seria também para a nova criança.

Niara: Por isso eu fiz sua inscrição para a faculdade de moda em Londres — suas palavras saem rápido da boca, Niara morde o lábio inferior e fecha os olhos. O quarto fica em silêncio, ela apenas me encara com o olho direito. — E você conseguiu uma bolsa.

— Como? Como assim?— ela se levanta e caminha até mim segurando minhas mãos— Como?

Niara: Eu pesquisei como era a inscrição, aí entreguei tudo direitinho, desde seu boletim impecável até seus certificados da língua inglesa perfeitamente  eu só ia te dizer se você conseguisse a bolsa e parabéns meu amor, você conseguiu.— ela me puxou pra um abraço e eu queria gritar de felicidade. Meu sonho.



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