Capítulo 4 - O vigésimo sétimo dia

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Tradução e revisão: VJF3374

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"..."

Pedir carne na frente de um monge é uma coisa vergonhosa.

O monge trouxe o mingau branco ao lado de sua cama, mas no momento em que ouviu essa frase, todo o seu corpo se moveu com ela.

Ele revirou os olhos para olhar para ele.

Ele nunca viu tal olhar no rosto do outro.

Ele estava brincando, levemente malicioso, como se estivesse falando sobre coisas do dia a dia, afirmando seus desejos, mas havia um evidente ar de sarcasmo.

Quando adormeceu com ele, era como uma pessoa diferente.

"O que? Estou errado?"

Embora o Templo de Tianji raramente se aventurasse em Jianghu, isso não significava que não houvesse templos por perto. Shen Du não se interessava por assuntos budistas, mas era impossível para ele ignorar que os monges sigam as regras da Dinastia Qing e não comam carne.

Ele fez isso de propósito.

Vendo este monge olhando para si mesmo, ele parecia ter um sentimento de desaprovação em seus olhos. Pelo contrário, ele estava mais motivado e cada vez mais irritado com as palavras.

"Tenho ferimentos em meu corpo. Não é suficiente comer seu mingau. Além disso, não quero ser um monge. O que você disse? Ajude as pessoas até o fim e envie o Buda para o oeste. Embora eu não seja um deus compassivo ou Buda, mas um monge é compassivo. Você pode ver que meu ferimento não está bom, certo?"

Na verdade, ele tinha força para se comunicar tanto mal quanto manter essa postura chique. A lesão dele está muito melhor do que na noite anterior.

Claro, beber mingau era desagradável.

No entanto, em comparação com comer carne, não havia muita diferença. A Liuhe Divine Art foi a coisa mais difícil para Shen Du.

Mas ele se recusou a dizer essas palavras.

As pessoas estão entediadas e precisam se divertir. Sem dúvida, o monge mudo à sua frente proporcionava um excelente entretenimento.

O monge franziu um pouco a testa, não apenas por causa de suas observações, mas também por causa desse gesto malicioso não provocado.

Suas sobrancelhas também eram bonitas.

Não tão afiadas e frias quanto Shen Du, o Bodhisattva* franzia as sobrancelhas com um tipo de calma e compaixão; mesmo que ele franzisse a testa, não conseguia sentir a menor raiva.

(*Em sânscrito, uma das línguas sagradas do budismo, Bodhisattva significa, literalmente, "aquele cuja essência é a iluminação". Caracterizaria qualquer pessoa que, ao alcançar a iluminação, decide permanecer no mundo físico a fim de auxiliar os demais seres viventes nessa missão. )

Shen Du não pôde deixar de ficar fascinado.

Ele gostaria de poder pegar uma caneta e traçar as duas sobrancelhas no papel para poder vê-las claramente. Como podia ser tão bonito?

Mas quando ele levantou os dedos assim, entendeu que não haveria gosto se ele pintasse sozinho.

Essas duas sobrancelhas, ao que parece, só podem ser vistas no rosto do monge, e somente com seus olhos elas podem ser tão bonitas.

Pobre Monge/ Pin SengKde žijí příběhy. Začni objevovat