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Le point de vue de Kim Jennie.

A tarde até que não foi tão chata, gosto de dias assim, por mais que não aparento ser o tipo de pessoa que sai de casa. Deixei Ravi no seu devido quarto e atendi a ligação da minha mãe.

-Do que precisa que é tão urgente assim, mãe?

-Até que enfim hein, preciso de você, tenho um assunto a tratar com você.

-Não posso.

-Você vai vim sim! Você tem duas horas, te espero no restaurante de sempre.

Ela disse e desligou, entrei no meu carro e jantares com minha mãe, são um tanto exaustivos, mas veremos o que a senhora Kim, quer de mim.

Hoje o caminho de volta pra casa foi silencioso, eu gostava de quando papai estava por perto, ele nunca exigiu tanto de mim, mas minha mãe sempre quer mostrar para os seus amigos a filha perfeita que ela tem.

Entrei em casa e subi para o meu quarto, já eram 7 horas da noite, olhei algumas roupas em meu guarda-roupa e uma sensação ruim me atingiu.

Peguei um vestido preto que eu sei que fica justo nas minhas curvas, e o deixei encima da cama e fui tomar meu banho.

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E aqui estou eu parada em frente ao "Le Ciel de Paris Restaurant", respirei fundo e me olhei na câmera do meu celular e entrei no local.

-Bonne nuit, você já tem uma reserva?

-Preciso saber onde a mesa da Senhora Kim.

O rapaz olhou no tablet que estava em suas mãos e sorriu.

-Mesa 12, ela está a sua espera.

-Eu sei que tá..

Disse baixo para mim mesma e segui até a tal mesa e lá estava ela, mamãe estava formal como sempre, ela tomava seu vinho seco e mexia em seu celular, assim que notou o barulho dos meus saltos ela olhou pra mim rapidamente.

-Está atrasada.

-5 minutos não vai mudar sua vida.

Disse e me sentei na cadeira a sua frente, és respirou fundo e colocou o celular encima da mesa.

-Não vou ficar pra jantar, então seja breve.

-Arrumei um noivo pra você.

Soltei uma risada alta e neguei com a cabeça, ela só podia estar brincando com a minha cara.

-Eu estou falando sério, Jennie.

-Não vou me casar com quem você acha que é bom o suficiente pra mim.

-Prefere se casar com uma mulher que não tem base familiar?

-Sim, quero me casar por amor, não porque você acha que aquilo é bom pra mim.

-Pois eu sinto muito acabar com o seu conto de fadas minha querida, pois quem manda em você sou eu, e você vai fazer o que eu quiser!

-Vai sonhando, eu sou dona do meu próprio nariz, eu sou uma mulher adulta e não é só porque eu sai de dentro de você que você vai comandar minha vida como se eu fosse um fantoche.

-Jennie!

-Jennie nada, eu segurei essas palavras por anos dentro de mim, você acha o que? Que só porque me trouxe ao mundo que eu estou em suas mãos? Sinto muito te informar Senhora Kim que as coisas não funcionam assim, você me deu a vida sim, mas não significa que vai me moldar da forma que você quer.

-Onde eu errei com você?

-Em nenhum momento, não vou cumprir suas vontades de me casar com um homem, ter filhos e ser dona de casa.

-Mais esse é o papel da mulher!

-Só se for no seu mundo, já que não tem mais nada a falar, eu vou me retirar.

-Não ouse a se levantar dessa cadeira, caso o contrário eu tiro o seu nome na maldita herança do seu pai.

-Não ligo para o dinheiro de vocês, faça o que quiser.

Me levantei da cadeira sorrindo e a olhei, meu coração doía, eu odeio ter que a tratar dessa forma, eu odeio a forma que ela tenta me moldar, eu odeio a forma que ela me trata, talvez eu problema fosse eu.

-Sua.. lésbica imunda! Você vai se casar sim com o filho do sócio do seu pai e fim de conversa!

Ela disse em um tom mais alto e se levantou batendo na mesa, neguei com a cabeça e um choque de lembranças me invadiu, peguei minha bolsa e sequei aquela lágrima teimosa, ser forte sempre me desgatava internamente.

-Bon retour chez vous, mademoiselle.

Entrei em meu carro e bati no volante, aquilo de novo não, a rejeição da minha mãe me fazia mal, ela não aceitar quem eu sou de verdade me matava lentamente.

Eu nunca fui o suficiente pra ela, sempre faltava algo, se eu tirava boas notas sempre era um "Com certeza tinha que tirar boas notas, você não faz nada."

Liguei o carro e dirigi de volta para a casa tentando calar as vozes da minha cabeça enquanto uma música aleatória tocava alto o suficiente, para que eu não pudesse ouvir meus soluços.

Você pode deixá-lo ir
You can let it go

Você pode dar uma festa cheia de todos que você conhece
You can throw a party full of everyone you know

E não convide sua família, porque eles nunca demonstraram amor por você
And not invite your family, 'cause they never showed you love

Você não precisa se desculpar por partir e crescer, mmh
You don't have to be sorry for leaving and growing up, mmh

Estacionei o carro em frente minha casa e sequei minhas lágrimas, mas ouvi alguém falar meu nome, não tinha notado que Rosé estava com visitas.

-Jennie?

Me virei na direção da voz e avistei Lalisa, ela estava muito bonita, roupa social cai bem nela, ela andou até mim e passou o polegar pela minha bochecha, meu corpo todo se esquentou e pedi aos céus por não ser um sonho.

-O que fizeram com você?

Ela perguntou baixinho e não sei o que deu em mim, mas me senti segura pela primeira vez na vida com uma pessoa totalmente estranha, cai em lágrimas por me lembrar de tudo que já passei e por ser forte todos os dias.

-Não chore, estou aqui com você..

Ela me abraçou e foi o melhor abraço que já recebi por anos, afundei meu rosto em seu peito e chorei por incansáveis horas.

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Levem como um desabafo meu, porque eu chorei horrores escrevendo isso.
Até o próximo capítulo.

À Paris. - JenlisaWhere stories live. Discover now