À Paris. - Jenlisa

Papa.

{...}

Encarei Lalisa, o seu olhar transmitia curiosidade, escutei chamarem meu nome tomando totalmente minha atenção, era minha mãe.

-Jennie Ruby Jane Kim, quem você pensa que é pra me deixar falando sozinha?

Respirei fundo me retirando dali, podia ouvir os saltos da minha mãe atrás de mim, coloquei minhas mãos em meu bolso e fui para o jardim.

-Por que insiste em me chamar assim?

-Porque é o seu nome!

-Não, não é o meu nome.

-Olha, não vim falar sobre isso, preciso de você amanhã a noite.

-Vou estar ocupada.

-Não te perguntei, você vai e pronto.

-Espera bem sentada então, porque eu não vou dar minha cara em um jantar ridículo onde você está me submetendo a algo que eu não quero, eu não vou me casar com um desconhecido por conta dos seus negócios.

Cruzei meus braços a encarando, eu poderia ser bem cabeça dura quando eu quisesse viu, e aquele momento minha decisão já estava tomada.

Avistei Lalisa no começo do corredor, ela estava procurando por algo, ela seria uma ótima distração e uma forma de deixar minha mãe zangada.

Acenei pra ela, e andei em sua direção.

-Eu..

Ela iria falar mas olhei na direção da minha mãe, seu olhar estava confuso, mas ela ainda mantinha seu olhar em nós, em um movimento rápido beijei os lábios de Lalisa a calando.

Ela demorou um pouco para corresponder mas correspondeu, nossas línguas dançavam em completa sintonia, se eu pudesse numerar os melhores beijos que eu já dei em toda minha vida, ela entraria no meu top um.

As mãos dela rodearam minha cintura me puxando para mais perto, e meu corpo não queria que aquilo não acabasse nunca, sintomas de paixão, mas eu não estava apaixonada, quando a falta de ar se fez presente e desviei meu olhar constrangida por aquilo.

Mas ver a raiva da minha mãe já era um prêmio.

-Me desculpa por isso..

Sussurrei pra ela, ela deixou um beijo em minha bochecha e a olhei.

-Está tudo bem, eu gostei, você quer sair comigo amanhã?

Minha mãe agarrou meu pulso me afastando de Lalisa, e acertou meu rosto, eu não revidaria nem se eu estivesse o mais brava possível, de qualquer forma era minha mãe.

-O que a senhora está fazendo?

Lalisa me puxou e me colocou atrás dela.

-Solta a minha filha.

-Para a senhora a bater novamente? Não.

Lalisa se virou pra mim e tocou no local onde minha mãe havia batido, eu já estava acostumada, mas aquilo partiu meu coração de um jeito, minha visão já estava embaçada o suficiente com as lágrimas que se acumularam.

Ela apoio minha cabeça em seu peito e não me segurei, eu não gostava de chorar na frente da minha mãe, mas me senti acolhida nos braços de Lalisa.

-Está tudo bem, eu estou aqui.

{...}

A noite já havia se aproximado, minha mãe saiu brava do hospital, mas o que eu poderia fazer? Não foi um erro meu, a responsável do hospital viu as câmeras e decidiu me liberar mais cedo, eu insisti que poderia ir embora sozinha, mas Lalisa não deixou.