à plus tard.

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...

Fool me once, fool me twice
Are you death or paradise?
Now you'll never see me cry..

Chovia do lado de fora, os trovões estavam altos, eu não vi Lalisa depois que saí do hospital, ela também não atende minhas ligações, sei que devo explicações do porquê ocultei aquilo dela, mesmo que a todo momento eu quisesse que ela sabia.

Nós funcionárias do local que Ravi ficava, organizamos todo o velório dele e avisamos ao familiares, seu corpo está gélido, é triste o ver nessas condições, ele foi um senhor tão amável, não notei que estava chorando quando me entregaram um lenço, o rapaz sem minha autorização descansou as mãos em minhas costas, peguei o lenço e afastei sua mão de mim.

-Você é a Jennie, né? Sua mãe disse que você estaria aqui, então perguntei se poderia vim te dar suporte, e ela disse que faria bem.

-Aqui é um local privado, como entrou aqui?

-Eu sou seu noivo, claro que eles me permitiriam entrar.

Respirei fundo e me afastei daquele rapaz que insistia em me seguir para todo lugar que eu iria.

-Sai do meu pé! Eu não sei quem você é, eu não sei o que você quer comigo, e não sei porque você também está aqui sendo que não foi convidado, tenha o respeito e vá embora, isso aqui é um velório não é uma pós festas com íntimos!

Fiz um sinal para os seguranças do local que direcionaram a saída para o rapaz, que no começo se negou, toquei minha testa e senti uma mão no meu ombro, por impulso afastei sem ver quem era.

-Calma!

Minha melhor amiga disse, e fechei meus olhos, aquela situação toda estava me deixando exausta, era tão estranho estar naquela situação, meu pai sempre me disse que eu iria em enterros de pessoas importantes e que me machucaria profundamente ao ponto de eu sentir meu coração se quebrar, eu criei sim um apego por Ravi, mas algo parental, minha amiga me abraçou e chorei novamente.

-Ele te puxaria as orelhas se te visse nesse estado.

Ela disse com humor e fez um carinho em meu cabelo.

-Ela não vai vir, né?

-A neta do Ravi? Duvido muito, nem a filha dele deu as caras, e quando avisamos, ela disse que não iria comparecer pois ele não era digno da presença dela.

-Essa mulher é louca.

Disse baixo e me recompus quando ouvi barulho de saltos no salão, aquela maluca estava ali e com Lalisa, Lalisa usava um óculos escuro, não me aproximei e deixei que elas se despedissem do Ravi de uma forma confortável, Lalisa usava preto, como todos ali, mas eu sabia que ela havia chorado a noite toda.

Tive vontade de abraça-la e a confortar, mas eu era a última pessoa do mundo que ela iria querer isso, ela tocou o rosto do senhor Ravi e vi uma lágrima escorrer de seu rosto.

-Por que não me contou?

Ela perguntou com uma voz chorosa pra ele, me virei de costas e encarei a janela, a chuva estava parando, minha amiga apoiou as mãos em meu ombro e a olhei rápido.

-Ela vai ficar bem.

-Você foi o único que soube me amar, vovô..

Minha vontade foi de tampar os meus ouvidos, não por falta de respeito, pois aquelas palavras estavam me machucando internamente e fisicamente, as outras enfermeiras observavam a situação em silêncio prezando total respeito.

-Diga pra mim que isso é apenas um pesadelo e você vai sair daí, por favor!

-Eu preciso de um ar.

Sai daquela sala e abri a porta que dava para o jardim, fiquei um bom tempo ali pensando e as vezes me pegava chorando, mas não incomodei ninguém, me sentei em um banquinho que tinha ali e encarei a flor que nascia.

...

Faz dias que não falo com Lalisa, faz dias que não apareço no trabalho, eu tinha que colocar minha cabeça no lugar, arrumar uma solução pra tudo, escutei a campainha tocar e desci as escadas até a sala, abri a porta e encarei Jisoo.

-Boa tarde, precisa de alguma coisa?

-Preciso, preciso que convença a minha prima a não ir embora.

-Não tenho esse poder, Jisoo.

Dei abertura para ela entrar e andei pela minha sala.

-Claro que tem, Lalisa gosta de você, e eu sei disso, também sei que vocês dormiram uma vez juntas mas vamos poupar detalhes.

-Lalisa não quer me ver, muito menos falar comigo, desde o que aconteceu no hospital..

-O que aconteceu no hospital?

Fiquei em silêncio e me sentei no sofá.

-Você pegou o avô dela?

-Que horror, não! Digo, eu fui privada de contar a Lalisa sobre a doença de Ravi, e quando eu disse que contaria, a mãe de Lalisa me "ameaçou".

-Que filha da puta..

Jisoo tampou a boca e se corrigiu.

-Perdão tia, você não tem culpa da sua filha ser uma cuzona, com todo respeito.

O celular de Jisoo tocou e ela se afastou o atendeu.

-Meu amor, eu não fui atrás de Lalisa no aeroporto, eu estou na casa da vizinha a convencendo de ir até Lalisa.

Ela afastou o celular da orelha e olhou para a tela confusa.

-Ela desligou..

-Lalisa não vai me ouvir.

-Vai sim! Para de pensar negativo.

Rosé disse entrando em minha casa.

-E se ela entrar naquela porra de avião, você vai pegar o próximo para onde ela estiver ido e vai convencer ela a voltar.

Cruzei meus braços e Rosé levantou uma sobrancelha.

-Estou falando sério.

-Não vou fazer isso.

-Você vai sim!

[...]

Quem é vivo sempre aparece né?
Ai gente mil perdões de coração, é que meu horário de trabalho é todo maluco sabe? Ai eu chego em casa muito cansada, não posso prometer voltar a escrever 100% mas sempre que bater um pico de energia eu volto aqui, escrevo um pouco e posto.
Deixei esse capítulo pequeno porque preciso o próximo capítulo mais longo e o final desse vai me ajudar no outro, espero que entendam, e votem tá?
É como uma luz pra mim voltar a escrever.

À Paris. - JenlisaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora