Des menaces.

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Andei até o quarto de Ravi e abri para que as mulheres da limpeza pudesse limpar enquanto ele estava ausente, andei até sua escrivaninha e vi um envelope, sei que não é da minha conta, mas ele é o meu paciente.

Abri o envelope e era a logo do hospital que sempre o observava todo mês, li algumas partes e descobri que seu câncer havia piorado, e que ele teria apenas mais um mês de vida..

Minha vista embaçou e larguei o documento encima da escrivaninha de volta, senti uma das faxineiras me segurar.

-Você está bem?

Os médicos sempre deram falsas esperanças sobre q situação dele, para deixar tudo menos grave pra gente, ele foi o primeiro senhor que fui tão empática, vejo ele como um avô, como as coisas saíram tanto do meu controle? Eu deveria ter insistido.

Me soltei e neguei com a cabeça, guardei o documento no envelope e saiu do seu quarto levando o envelope, minha vista embaçava de lágrimas que muitos que me encaravam no corredor não entendiam.

Eu sei que agora é um pouco tarde para recorrer por ajuda, mas eu vou tentar ao meu máximo o ajudar nesse último mês, nem que depois eu morra de saudade por sua presença.

Peguei meu celular e liguei para os melhores hospitais da cidade, do país, eu precisava saber se era possível reverter aquilo, eu quero dar a ele uma segunda chance, um tempo a mais do que ele mereça.

Meses atrás..

Entrei em seu quarto e lá estava Ravi, ele admirava a foto de sua esposa falecida, seus olhos brilhavam mas logo se tornou lágrimas que caiam de uma forma incontrolável de seus olhos, ainda me mantive distante.

-Meu amor.. eu estou chegando, nós ainda seremos um casal novamente.

Ele dizia, encostei na porta e o observei, ele andou até a janela e olhou a lua que brilhava ao lado de fora enquanto secava suas lágrimas.

-Com certeza você é a estrela mais bonita do céu.

Ele disse em um tom de sussurro, ele sentia a falta dela, e pois mais que os meses se passaram ele ainda não conseguia superar a saudade que tinha dela, com certeza pessoas assim deveriam viver mais.

-Eu sei que está na hora de eu estar na cama, senhorita Kim.

Ele se virou sorrindo pra mim e largou o porta retrato na cabeceira da cama.

-Então porque o senhor ainda não está na cama?

Ravi sorriu mais ainda pra mim, mas seu sorriso morreu, ele tocou o peito e caiu de joelhos no chão desmaiado, desesperada sai de seu quarto chamando alguns funcionários para me ajudar, voltei para o quarto e verifiquei seus batimentos cardíacos.

Não consegui conter o choro, o sacudi diversas vezes na intenção de o fazer acordar.

-Para de brincadeira comigo, levanta logo daí.

Disse chorando enquanto tentava o levantar do chão, encarei as pessoas na porta e eles estavam em total choque igual a mim.

-CHAMEM LOGO A AMBULÂNCIA!!

Gritei com eles e logo se afastaram fazendo o que pedi, alguns me ajudaram a colocar ele em sua cama, aquilo era um pesadelo terrível.

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Tempo Atual.

Todos os médicos diziam a mesma coisa, não tinha mais como o salvar, me sentei no chão e desliguei a última chamada enquanto batia em minha cabeça como uma criança em crise.

-Eu deveria ter insistido..

Mina entrou na sala e se agachou ao meu lado me acolhendo.

-Você precisa ser forte, eu estou sabendo de tudo.

Ela me puxou um pouco mais para perto e abracei seu pescoço chorando em seu ombro, me sentia uma criança de 5 anos chorando porque meu cachorro morreu, Mina deixou um carinho em meu cabelo, a encarei e ela limpou minhas lágrimas.

Escutei uma batida na porta e me levantei do chão depois de Mina dizer a frase "pode entrar", fiquei de costas para a pessoa que entrou na sala e olhei a vista da janela.

-Quero falar com a Senhorita Kim.

Era a voz daquela mulher um tanto arrogante, a filha do Ravi.

Olhei meu reflexo no espelho e a encarei, dando um sinal para que Mina saísse.

-Vim falar sobre a situação do meu pai.

-Eu imaginei.

Me sentei e a vi sentar também, a encarei e seu olhar era sem nenhuma expressão, frio, não tinha emoção nele.

-Vou deixar bem claro, sei que minha filha veio visitar o avô, Lalisa, não tem ideia da doença de seu avô, e eu espero que ninguém desse hospital conte a ela.

-O que?

-Vou ser bem direta, tenho objetivos para Lalisa, e ninguém vai desestabilizar ela, quando o meu pai morrer a única coisa que vai ser dita a ela é "foi a idade." E se forem contra a minha ordem, eu derrubo esse hospital, está me entendendo?

-Está me amaçando?

-Leve da forma que quiser.

Ela disse sinica e peguei meu celular mandando mensagem para os seguranças do hospital.

-Você não deve escolher por ele, Lalisa pode sim, não descobrir por mim, mas quem garante que o próprio Ravi não conte, não é mesmo? Você é tão baixa que ao invés de tentar entender a situação e por empatia ajudar o seu pai, você faz o oposto, mulheres como você são podres!

A insultei e logo os seguranças entraram.

-Tirem ela daqui e não permitam mais a entrada dela, ao menos que eu permita.

Bati na mesa e sai da sala indo para o corredor enquanto escutava ela humilhar, ameaçar e insultar os seguranças.

Massageei minhas têmporas e respirei fundo a vendo ser arrastada para fora do hospital.

-Pessoas como você, nunca mais vai pisar dentro desse hospital, e eu espero de coração que Lalisa descubra!

Gritei com ela e respirei fundo, a raiva já me consumia por inteiro, minhas mãos tremiam, como aquilo era possível?

-Descobrir o que? Mãe, o que faz aqui?

Lalisa apareceu atrás de mim e meu coração parou de bater por alguns segundos, eu só queria evaporar dali, mas eu não me importo com ameaças, até minha mãe faz isso comigo, vocês acham que eu vou ter medo de alguém como ela?

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Continua..
Vou tentar atualizar tudo essa semana tá, vai ser fanfic nova, que se chama "Girl from the Rio" e tenho 7 rascunhos prontos.
Não tá revisado, qualquer erro, relevem tá.

À Paris. - JenlisaKde žijí příběhy. Začni objevovat