Capítulo 5

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JENNIE

Cheguei ao restaurante na segunda-feira com alguns minutos de atraso, embora tenha saído de casa bem cedo. O metrô que
eu usava para ir ao centro da cidade era expresso e passou direto pela minha estação.

Quando entrei, Minnie já estava à mesa. Ela era tão diferente sem o vestido de noiva que quase não a reconheci. Mas acenou e sorriu como se fôssemos velhas amigas. Eu tinha na cabeça aquela ideia maluca de que ela não
queria comprar meu perfume, mas me atrair até ali para falar pessoalmente o que pensava de mim, ou pior, me mandar
para a cadeia.

Seu sorriso acolhedor diminuiu bem minha
paranoia.

— Oi. — Deixei a caixa em uma cadeira vazia e puxei a outra cadeira, na frente dela.

— Desculpa, me atrasei porque o metrô passou direto pela estação.

— Não tem problema. — Ela estendeu a mão e inclinou a cesta de pão em minha direção, mostrando que estava vazia. — Como pode ver, ocupei bem o tempo. Passei seis meses antes do casamento sem comer nenhum carboidrato. Agora, nas últimas semanas, recuperei o tempo perdido. — Ela
soltou a cesta e estendeu a mão para mim.

— Minnie Manobal, aliás. Não, mentira. Minnie Royce. Ainda não me acostumei com essa mudança.

Sorri, apesar do nervosismo.

— Jennie Kim. — Certa de que a melhor coisa a fazer era deixar tudo bem claro, respirei fundo. — Olha, Minnie, eu peço desculpas pelo que fiz. Normalmente, não sou o tipo de
pessoa que vai a um casamento sem ser convidada.

Ela inclinou a cabeça.

— Não? Que pena. A gente ia se dar muito bem. Eu entrei de penetra em um baile de formatura uma vez.

— Sério?

Ela deu risada.

— Sim. E peguei um cara que estava com outra menina e voltei para casa com a boca inchada.

Meus ombros relaxaram.

— Meu Deus. Você não tem ideia do alívio que sinto por saber que não está brava.

Ela acenou como se não fosse importante.

— Não. Nem pensa mais nisso. Fiquei muito
impressionada com a história que contou. Alguém realmente fez xixi na calça por você?

Sorri com tristeza. A lembrança verdadeira agora era um pouco amarga, considerando que eu nem falava mais com minha irmã.

— Na verdade, fui eu quem fiz isso, e foi na pré-escola. Minha irmã era um ano mais nova e teve um acidente durante o ensaio da apresentação de Natal. Um menino apontou o
traseiro molhado dela e debochou. Eu não podia deixar que ela enfrentasse aquilo sozinha.

— Legal. Minha irmã é mais nova. Mas mesmo assim ela sempre foi superprotetora comigo. Mas não sei se teria ido tão longe a
ponto de fazer xixi na calça para livrar minha cara. — Ela tomou um gole de sua bebida. — Pensando bem, acho que teria. Só não reconheceria que tinha sido para me proteger. Diria que fez xixi na calça e que eu a imitei, provavelmente.

Nós rimos.

— Lisa me contou como você foi parar na festa. Não me surpreendi quando falou sobre o que Hee fez com você, fugir no meio da noite e deixar o aluguel atrasado. Ela sempre foi irresponsável. No primeiro ano da faculdade, viajamos juntas no recesso de primavera. Ela conheceu um cara dez anos mais velho que nós e que só falava francês. No segundo dia de viagem, acordei e encontrei um bilhete dela dizendo que tinha ido para a França conhecer a família do cara, porque estava apaixonada. Ela me deixou sozinha em Cancun. A vadia levou meu sapato favorito.

A Cinderela - Jenlisa (G!P)Where stories live. Discover now