Capítulo 13

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LALISA

O almoço de negócios virou festa. Robyn, a âncora do programa, convidou a pessoa que apresentava e um produtor de segmento, o chefe de compras levou alguém, e Rosé
também decidiu nos brindar com sua presença.

Com tanta gente, e Jennie disposta a levar amostras para todo mundo, fui de carro para facilitar as coisas. Meu estacionamento ficava a alguns quarteirões do escritório, por isso saí mais cedo e disse a Jennie para me esperar no térreo em quinze minutos.

Ela esperava na frente do prédio quando parei no semáforo na esquina. Isso me deu uma oportunidade de observá-la sem
que ela soubesse. Havia dois grandes vasos de flores, um de cada lado da entrada principal do edifício. Eram antigos barris
de vinho, e eu nunca tinha prestado muita atenção neles, embora passasse por ali todos os dias.

Só notava que a manutenção trocava as flores com certa frequência. Vi de longe como Jennie olhava ao redor, como se quisesse descobrir se alguém prestava atenção nela, depois se inclinava. Pensei que ela ia cheirar as flores, mas seu alvo era o barril. Ela
cheirou o vaso?

Ri sozinha de como ela era maluca. Sempre que pensava saber o que ela ia dizer ou fazer, descobria rapidamente que estava errada. Era estranhamente revigorante. Cinco minutos depois de conhecer a maioria das mulheres, eu adivinhava que tipo de salada iam pedir ou se praticavam ioga ou tênis.

Mas com Jennie não tinha padrão. Ela se aproximou do vaso do outro lado da porta e, de novo, olhou em volta para ver se ninguém estava prestando atenção antes de se abaixar e cheirar. Mas desta vez ela não
dobrou os joelhos. Só inclinou o corpo para a frente. O que me permitiu ter uma visão sem obstáculos daquela bunda… daquela bunda fenomenal.

Ótimo. Que ótimo.

Pisei no acelerador assim que a luz ficou verde e parei na frente do prédio. Tinha levado as caixas para o térreo antes de
buscar o carro no estacionamento e desci para carregá-las.

— Pode entrar enquanto eu pego as coisas com o segurança. Parei em fila dupla — avisei, ao passar por ela.

— Ah… está bem.

Depois de acomodar tudo no porta-malas e fechá-lo, esperei uma brecha no trânsito para abrir a porta do motorista e entrar no carro sem causar nenhum acidente.

— Obrigada por cuidar disso — disse.

— Não foi nada. — Coloquei o cinto de segurança. — Temos uma hora para chegar ao restaurante, mas, com esse trânsito, devemos levar quase isso. — Olhei pelo espelho e esperei. Demorou um pouco para eu conseguir sair de onde estava. Jennie inspirou fundo algumas vezes.

— É novo?

Meu carro tinha três anos, mas parecia novo, porque eu dirigia pouco.

— Tem alguns anos.

— Ainda tem cheiro de novo.

— Ah, é? Gosta mais desse cheiro ou daquele que sentiu nos vasos do prédio?

Ela suspirou.

— Você viu?

— Vi, sim.

— Fiquei curiosa para saber se eram mesmo barris antigos usados para guardar vinho.

— E eram?

— Não sei. Só senti cheiro de terra.

Dei risada.

— Em grande quantidade, terra costuma ter esse cheiro, mesmo.

— Que carro é este? Bem bonito por dentro.

A Cinderela - Jenlisa (G!P)Where stories live. Discover now