Capítulo 8

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JENNIE

Eu não conseguia superar a carta em minhas mãos. Dez dias haviam se passado desde minha apresentação na Manobal Investments. Como prometido, deixei as amostras para Lisa. No dia seguinte, Minnie me ligou para dizer que tinha insistido para ela responder a todas as perguntas e me
mandou uma mensagem com a classificação e a pesquisa completa.

Quando o pacote chegou, fiquei surpresa ao ver que ela incluiu uma tonelada de lindos gráficos que Minnie tinha encomendado ao departamento de marketing. Ela até criaria
algumas frases de impacto que ficariam perfeitas do lado de fora das embalagens que eu precisaria mandar fazer.

Liguei para agradecer, e passamos quase duas horas ao telefone falando sobre todas as ideias. Também voltamos a conversar meia dúzia de vezes depois disso. A empolgação dela era palpável, mas, depois das últimas decepções que tive com financiamento, eu estava tentando não alimentar muitas esperanças – embora Minnie dificultasse esse processo.

Quando conversamos dois dias antes, ela me disse que tinha recebido o perfume que criei para Lisa. Ela estava viajando a negócios, então ela deixou o perfume na cadeira
dela com um bilhete, de forma que ela o encontrasse assim que voltasse. O pai do marido dela teria que passar por uma
cirurgia de emergência no coração, e Minnie passaria uma semana na Califórnia, mas disse que queria me encontrar na
volta.

Eu havia sido induzida a pensar que a Manobal Investments era negócio fechado, por isso ainda estava chocada com a carta que acabei de ler pela segunda vez.

“Cara srta. Kim,
Agradecemos seu interesse em trabalhar com a Manobal Investments. Embora seu produto seja impressionante, lamentamos não ser possível fazer uma proposta neste momento. Desejamos sorte em suas futuras empreitadas. A seu dispor,
Lalisa Manobal”

Decepção era pouco para descrever o que seu sentia. De novo. Ainda chocada, reli a carta de novo. Não queria telefonar para Minnie e perguntar o que havia acontecido, não enquanto ela cuidava da saúde do sogro. Além do mais, a única assinatura na carta era de Lisa, e, se eu tivesse que esperar
uma semana até ela voltar, subiria pelas paredes. Por isso decidi telefonar para ela. Precisava saber ao menos o que os
fez mudar de ideia, porque eu sabia que não havia sido o perfume que eu tinha criado para ela.

Meus dedos tremiam quando digitei os números no celular. A recepcionista animada atendeu no primeiro toque.

— Manobal Investments, boa tarde. Como posso ajudar?

— Oi. Eu gostaria de falar com Lalisa Manobal, por favor.

— Um minuto, vou ver se ela está disponível.

Esperei por um minuto, até ouvir uma voz que reconheci. Era Helena, secretária dela. Eu a encontrei nas duas ocasiões em que estive no escritório. Ela foi supersimpática e adorou a
ideia da Signature Scent.

— Oi, Helena. É Jennie Kim. Posso falar com Lalisa?

— Oi, Jennie. Ela acabou de sair de uma reunião. Acho que tem uma brecha na agenda, mas preciso ver se realmente está
disponível.

Ela voltou à linha trinta segundos depois, e sua voz não soava mais tão animada.

— Ah… desculpa, Jennie. Ela está na outra linha. Posso pedir para ela retornar sua ligação?

Algo me dizia que ela não estava em outra linha, só não queria me atender. Mas eu estava perturbada; ou seja, podia ser só paranoia.

— Sim, é claro.

Deixei meu número comercial e esperei pacientemente. Mas ela não ligou. Na tarde seguinte, liguei de novo e falei com Helena. Dessa vez, quando ela disse que Lalisa não
estava disponível, a frustração me fez bufar.

A Cinderela - Jenlisa (G!P)Where stories live. Discover now