Capítulo 7

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LISA

— Que porra é essa, Minnie?

— Calma. Calma. Foi por isso que não contei antes. Você sempre reage de um jeito exagerado.

Joguei a pasta em que trabalhava num canto da mesa.

— Estou exagerando? Uma mulher abre a correspondência de outra pessoa e vai ao seu noivado de penetra, um noivado que me custou uma pequena fortuna, diga-se de
passagem, e você quer que a gente invista nessa maluca? Sério, é mais fácil você ter uns parafusos soltos que eu estar exagerando.

Não contei que tinha convidado a maluca para sair. Felizmente, a srta. Penetra também não tinha mencionado esse detalhe nas conversas com minha irmã, pelo jeito.

Balancei a cabeça, ainda digerindo a informação de que minha irmã tinha convidado Jennie para apresentar sua
empresa à equipe de investimentos.

— Não, Minnie. Não mesmo.

— Meu Deus, Lisa. Eu lembro quando você não era uma pessoa perfeita. Se não me falha a memória, papai teve que pagar fiança quando você foi presa por arrombamento e invasão.

— Eu tinha dezessete anos, estava bêbada e achei que aquela fosse nossa casa…

Minha irmã deu de ombros.

— E quando explodiu um banheiro químico em um canteiro de obras? Só não foi presa naquela vez porque papai comprou três banheiros novos para o empreiteiro.

— Eu também estava no ensino médio. Era 4 de Julho, e foi a Rosé que acendeu o M-80, não eu.

— Sabe qual é seu problema?

Encostei na cadeira e suspirei.

— Não, mas tenho certeza de que você vai me explicar.

— Você não é mais divertida. Há cinco anos, teria dado risada se alguém invadisse uma festa em que você estivesse. Agora é tensa e amarga. O divórcio acabou com seu
senso de humor!

Senti minha mandíbula se contrair. Uma mulher com que saí algumas vezes recentemente me disse que eu sorria pouco.
Fui educada e não respondi que era ela que não tinha muita graça, mas o comentário me incomodou.

Na semana anterior, Minji tinha feito um desenho da família na escola. Todos estavam sorrindo. Ela, minha ex-mulher, a babá, até a droga do cachorro, menos eu. Eu estava carrancuda.

Balancei a cabeça e peguei a caneta.

— Sai daqui, Minnie.

— Ela vem fazer a apresentação às duas da tarde. A equipe pode votar com ou sem você.

Apontei a porta.

— Pode fechar quando sair.
    
                                            * * *

— Hee. — Acenei com a cabeça ao entrar na sala de reuniões.

Jennie franziu a testa, e minha irmã fez uma cara feia para mim.

— Que foi? — Dei de ombros.

— Você sabe muito bem o nome dela.

Fiz uma careta e olhei para Jennie.

— Ah, é verdade. Hee é seu alter ego que comete crimes. Aparentemente, Jennie é uma empresária em ascensão que ainda não conheço. Você troca de roupa em uma cabine de telefone ou algo do tipo?

Como eles ainda não tinham começado, eu me acomodei em meu lugar de sempre, na cabeceira da mesa. Estava curiosa para ver como Jennie lidaria com meus ataques. Ela me surpreendeu se levantando e estendendo a mão para me cumprimentar.

A Cinderela - Jenlisa (G!P)Where stories live. Discover now