( Me diz quando essa quarentena acaba...)
Após passar um tempo de quarentena com seus 3 colegas de trabalho,a atração de Ana Flávia por um deles vem a tona.
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Tinha dias que eu descobri a gravidez e ainda estava em choque de saber que tinha um serzinho dentro da minha barriga.
Depois que eu marquei o médico todas as noites o Luan vem no meu quarto ter certeza se eu fiz a decisão certa.
O hff mal olha na minha cara, só fala comigo quando é muito necessário e eu tentei de diversas formas conversar com ele, mas ele sequer consegue ficar perto de mim.
Parei de tirar fotos do céu e sai da varanda entrando em casa, suspirei vendo o Murilo no sofá, ele me olhou por uns segundos e negou com a cabeça.
Entrei no meu quarto e me assustei vendo o Gustavo sentado na minha cama de cabeça abaixada.
- Que susto garoto - botei a câmera encima da escrivaninha - Que cara é essa?
- Por que você não me contou? - me olhou
- Contar o que?
Ele levantou a mão balançando meu teste de gravidez e senti meu coração ir na boca e voltar.
- Hein Ana Flávia
- Eu não queria que você soubesse
- E eu posso saber o por que? esse filho também é meu
- Eu não queria que você soubesse porque eu vou tirar essa criança
- COMO É QUE É?
- Isso mesmo que você ouviu
- Você só pode tá ficando maluca - negou com a cabeça - Você não vai fazer isso
- Você não manda em mim
Ele largou o teste encima da cama, se levantou e num pulo se aproximou de mim me deixando encurralada na parede.
Seu maxilar estava trincado e seus olhos transbordavam raiva como eu nunca tinha visto.
- Você não vai tirar meu filho
- O corpo é meu e eu faço o que eu quiser Gustavo
- O FILHO TAMBÉM É MEU PORRA - socou a parede do lado do meu rosto e respirei fundo pelo susto - SUA EGOÍSTA DO CARALHO
Engoli em seco e funguei sentindo as lágrimas descerem pelo meu rosto, eu não conseguia levantar o rosto pra olhar seus olhos.
Ele tinha todo direito de ficar puto comigo, era o sonho dele e eu to simplesmente jogando tudo no lixo.
- Pode me chamar do que você quiser, eu vou fazer você querendo ou não
- Você não vai tirar meu filho
- Eu não quero ser mãe Gustavo - olhei seu rosto que estava tomado por lágrimas. Eu nem lembrava qual foi a última vez que vi ele chorar - Eu não suporto a ideia de saber que tem uma coisa crescendo dentro de mim
- Você é doente - negou com a cabeça e se afastou - EU NÃO VOU DEIXAR VOCÊ FAZER UMA IDIOTICE DESSAS
- VOCÊ NÃO MANDA EM MIM
- Você não vai fazer isso com o meu filho
- Você não tem que deixar nada - passei a mão no rosto
- Ana - soluçou e mordi o lábio com força. Eu odiava ver ele chorar - por favor
- Não dá Gustavo, sai daqui
- Ana Flávia me escuta
- SAI DAQUI GUSTAVO
Ele me encarou por uns segundos, negou com a cabeça e saiu batendo à porta.
Eu nunca quis ser mãe, nunca soube como tratar uma criança e isso graças aquela mulher que me botou no mundo que nunca cuidou de mim como deveria.
Eu não queria botar uma criança no mundo e ser pra ela o que minha mãe foi pra mim e só por isso eu vou passar por cima do amor que eu sinto pelo Gustavo.
