43/ batidas do coraçãozinho

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Ana Flávia NARRANDO

A doutora pediu para que eu abaixasse um pouco a minha calça, e em seguida espalhou um pouco de gel na minha barriga

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A doutora pediu para que eu abaixasse um pouco a minha calça, e em seguida espalhou um pouco de gel na minha barriga.

Era minha primeira consulta e eu estava completamente nervosa, não mais que o Gustavo que roía as unhas ao meu lado.

Olhei para a tela do computador, sem entender nada, só via uns borões.

- E ai? - perguntei sentindo meu coração acelerado

- É perfeito - a doutora falou sorrindo - Tá vendo? - ela mostrou para mim na tela - Ele tem quase 10 centímetros e pesa menos de 4 gramas. Os órgãos vitais estão totalmente formados e já funcionam, e a cabeça tem quase metade do comprimento do corpo inteiro - meus olhos lacrimejaram - A testa ainda está saltada, mas logo vai assumir uma forma mais humana. Eu diria que você está de aproximadamente 10 semanas, não mais que isso

- Caraca - o Gustavo fungou enquanto acariciava minha mão

- Pronta pra ouvir o coração?

- Aharam - sorri animada e ela colocou um pouco mais de gel na minha barriga

A sala ficou em silêncio por alguns segundos, e então eu ouvi as batidas do coração do meu neném.

Foi impossível segurar o choro, era a melhor sensação do mundo, sem duvidas.

- Eu nunca achei que pudesse sentir um bagulho tão forte - o Gustavo falou com a voz completamente embargada

- É lindo mesmo - a doutora falou - Parabéns mamãe - sorri - Os batimentos dele estão ótimos. O embrião está ótimo! Com 10 semanas, é provável que ele comece a mexer muito em breve. Todos os dias surgem novos detalhes, como as unhas e um pouco de cabelo, uma leve penugem.

- Quando vai dar para ver o sexo? - o Gustavo perguntou afobado

- Eu acredito que possamos ver na próxima ultra, mas tudo depende do embrião

Escutei o coraçãozinho dele por mais uns minutos enquanto a doutora me explicava todos os detalhes. Em seguida, ela me deu todas as recomendações necessárias e o Gustavo fez questão de escrever tudo no bloco de notas do celular.

(...)

- Como foi? - o Huff perguntou assim que nos aproximamos

- Já deu pra ver se é menino ou menina? - o Luan perguntou afobado - Por que vocês tão com a cara vermelha?

- Foi foda, ele é pequenininho - o Gustavo falou com um sorriso nos lábios

- Não deu pra ver o sexo ainda - falei meia decepcionada

- Escutou o coração? - dessa vez o Gil perguntou

- Sim, é o melhor som do mundo, melhor que todas as minhas musicas

- Gustavo - sorri olhando seu rosto avermelhado

- Obrigado por me fazer o homem mais feliz do mundo - beijou minha testa e sorri

Fomos para a cozinha e comi três pedaços de lasanha enquanto escutava os meninos me zoarem.

- Eu como por dois cara

- Você sempre comeu por dois né aninha - o Luan falou rindo e mostrei o dedo do meio

- Meu neném ta com fome tá

- Ele ou a mãe dele?

- Você vai deixar ele falar assim comigo? - olhei o Gustavo que riu

- Ele não falou nenhuma mentira - dei um tapa nele - Aí

- Idiota, respeita a mãe do teu filho

- Falar nisso - umideceu os lábios - Tenho que avisar minha família

- Não sei se to preparada pra isso, e se eles não gostarem?

- Eu já sou grandinho o suficiente e minha família te ama. Fica tranquila - pegou minha mão e depositou um beijo.

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