42/ Eu te amo

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Ana Flávia NARRANDO

Olhava o Gu que me encarava sem reação alguma e já estava ficando agoniada

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Olhava o Gu que me encarava sem reação alguma e já estava ficando agoniada.

- Eu que te devo desculpas, eu nem tentei escutar você, não tentei entender seus motivos

-É - torci o lábio - Mas eu acho que no seu lugar eu faria o mesmo

- Não faria - negou com a cabeça - Você sempre foi melhor em tentar entender as pessoas - sorri sem mostrar os dentes e peguei sua mão entrelaçando nossos dedos

- Eu sinto sua falta

- Você me machucou - soltou minha mão - Muito

- Mas...

- Ana - suspirou - Agora eu entendo você, mas isso não anula o fato de que você me magoou - franzi a testa - Meu sonho sempre foi ser pai, agora imagina eu escutar a mulher que eu amo falar que vai abortar nosso filho

Não consegui escutar mais nada depois de "a mulher que eu amo", ele nunca disse que me amava.

- Tá me ouvindo? - suspirei

- Você me ama? - ele assentiu com a cabeça

- Mais do que deveria e por isso tá doendo tanto. Eu via uma família contigo e parece que do nada você me deu uma apunhalada

- Gustavo, me poupe - passei por ele mas ele puxou meu braço

- Imagina você, você quer construir uma família comigo e eu não quero ter um filho. Como você ia se sentir?

- Eu entenderia seu lado, porque quando a gente ama alguém, a gente tenta entender os motivos da pessoa

Puxei meu braço com brutalidade e sai do banheiro entrando no meu quarto.

(...)

Escutei umas batidas na porta, me encolhi na cama pelo frio e mandei entrar.

O Gustavo passou pela porta segurando uma bandeja e se aproximou deixando a mesma encima da cama.

- Foi você que fez? - ri fraco olhando a sopa e um copo de suco que julguei ser de laranja

- Foi o LP pô

- Com certeza foi ele, você não serve pra essas coisas - ri

- Valeu pô

- De nada - sorri forçado

- Como isso foi acontecer hein? - olhou pra minha barriga

- Com seu pau gozando dentro de mim

- Nossa Ana Flávia - gargalhou - Posso? - esticou a mão pra tocar minha barriga e assenti com a cabeça. Ele fez um leve carinho na minha barriga e sorrimos - Obrigado por isso

- Agradece seu pau - ele riu

- Idiota - olhou meus olhos

- Que foi?

- Eu te amo

- Tá falando isso da boca pra fora?

- Você sabe que não - umideceu os lábios

- Deixa eu comer né

- Quer na boquinha? - riu

- Quero - gargalhei

Ele se sentou na cama de perna aberta e fiquei de frente pra ele com minhas pernas encima da sua cоха.

- Só não vomita encima de mim

- Fala isso pra teu filho - ri.

Ele abaixou um pouco encostando a cabeça na minha barriga e ri

- Filho, não vai fazer a mamãe vomitar no papai hein - ajeitou a postura e ri negando

Quarentena - MIOTELA  ✓Where stories live. Discover now