47/ A bolsa

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Ana Flávia NARRANDO

Ana Flávia NARRANDO

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7 meses depois

Esses meses foram os mais difíceis da minha vida, minha barriga não parava de crescer e já estava duvidando se tinha só a Aurora aqui dentro mesmo.

Eu vivia passando mal, tendo crises e os meninos eram obrigados a aguentar minhas mudanças de humor.

O quartinho da Rora  estava perfeito, do jeitinho que eu queria e com uma mão dos meninos que fizeram questão de botar algo que eles queriam no quarto.

- Vocês são muito bagunceiros, que ódio - peguei uma camisa do huff que estava jogada no sofá - Olha isso - apontei pra outra camisa no chão e senti minhas pernas molharem

- Caralho Ana Flávia, não é só porque eu sou bagunceiro que tu vai mijar na minha camisa

- É Ana Flávia - o Luan concordou - Nojenta

- Minha bolsa seus idiotas

- O que sua bolsa tem a ver com isso?

- MINHA BOLSA ESTOUROU MURILO HUFF, CARALHO

- Caralho Naflavia

- Tá doendo huff - choraminguei

- Vou ligar pro Gustavo, calma

- Calma? Essa porra dói

- Aguenta mais um pouco aí Aurorinha, teu pai tá longe - o Luan falou pra minha barriga

Se eu não estivesse sentindo uma dor fudida eu acharia graça do seu desespero.

- A afilhada de vocês tá me machucando

- Calma aí comadre

(...)

Depois de alguns minutos esperando o Gustavo e mais uma hora pra chegar no hospital eu já estava na sala só esperando tudo ficar pronto pra eu dar a luz a minha princesa.

- Vai ficar tudo bem - o Gu falou e apertou minha mão - Eu amo você

- Te amo - sussurrei

- Agora vai ser nós três - sorriu

- Cinco - corrigi - Tem os agregados, Luan e Murilo - ri fraco

- É verdade - ele riu

- Ana, respira fundo - a médica disse

Apertei a mão do Gustavo e fiz toda a força que eu conseguia e soltei um grito, aquilo estava doendo pra caralho.

- Fica calma Ana Flávia - a médica voltou a dizer

- Vamos amor, você consegue - olhei o Gustavo e suspirei

- Porque não é você que tá sendo rasgado seu arrombadinho

- Amor - riu fraco

Respirei fundo e apertei a mão do Gustavo mais forte e fiz mais força ainda, gritei e em segundos ouvi o melhor som do mundo, o chorinho da minha neném.

Abri um sorriso e senti as lágrimas descerem pelo meu rosto, ela é linda demais.

- Parabéns mamãe - me entregou a Aurora

- Oi meu amor - sussurrei - Você é tão linda, eu te amo. Amor - chamei o Gustavo, mas não conseguia tirar a atenção da pequena nos meus braços - Ela é linda né

- Muito - escutei sua voz embargada

- Quer cortar o cordão umbilical? - a médica perguntou pro Gustavo que assentiu rapidamente

O Gustavo cortou o cordão umbilical em meio às lágrimas e pegou nossa pequena no colo com todo cuidado do mundo.

Senti meu corpo fraquejar, um barulho alto ecoou no quarto e a última coisa que eu vi foi a doutora tirando a  Aurora dos braços do Gustavo.

Quarentena - MIOTELA  ✓Where stories live. Discover now