Ana Flávia NARRANDO
7 meses depois
Esses meses foram os mais difíceis da minha vida, minha barriga não parava de crescer e já estava duvidando se tinha só a Aurora aqui dentro mesmo.
Eu vivia passando mal, tendo crises e os meninos eram obrigados a aguentar minhas mudanças de humor.
O quartinho da Rora estava perfeito, do jeitinho que eu queria e com uma mão dos meninos que fizeram questão de botar algo que eles queriam no quarto.
- Vocês são muito bagunceiros, que ódio - peguei uma camisa do huff que estava jogada no sofá - Olha isso - apontei pra outra camisa no chão e senti minhas pernas molharem
- Caralho Ana Flávia, não é só porque eu sou bagunceiro que tu vai mijar na minha camisa
- É Ana Flávia - o Luan concordou - Nojenta
- Minha bolsa seus idiotas
- O que sua bolsa tem a ver com isso?
- MINHA BOLSA ESTOUROU MURILO HUFF, CARALHO
- Caralho Naflavia
- Tá doendo huff - choraminguei
- Vou ligar pro Gustavo, calma
- Calma? Essa porra dói
- Aguenta mais um pouco aí Aurorinha, teu pai tá longe - o Luan falou pra minha barriga
Se eu não estivesse sentindo uma dor fudida eu acharia graça do seu desespero.
- A afilhada de vocês tá me machucando
- Calma aí comadre
(...)
Depois de alguns minutos esperando o Gustavo e mais uma hora pra chegar no hospital eu já estava na sala só esperando tudo ficar pronto pra eu dar a luz a minha princesa.
- Vai ficar tudo bem - o Gu falou e apertou minha mão - Eu amo você
- Te amo - sussurrei
- Agora vai ser nós três - sorriu
- Cinco - corrigi - Tem os agregados, Luan e Murilo - ri fraco
- É verdade - ele riu
- Ana, respira fundo - a médica disse
Apertei a mão do Gustavo e fiz toda a força que eu conseguia e soltei um grito, aquilo estava doendo pra caralho.
- Fica calma Ana Flávia - a médica voltou a dizer
- Vamos amor, você consegue - olhei o Gustavo e suspirei
- Porque não é você que tá sendo rasgado seu arrombadinho
- Amor - riu fraco
Respirei fundo e apertei a mão do Gustavo mais forte e fiz mais força ainda, gritei e em segundos ouvi o melhor som do mundo, o chorinho da minha neném.
Abri um sorriso e senti as lágrimas descerem pelo meu rosto, ela é linda demais.
- Parabéns mamãe - me entregou a Aurora
- Oi meu amor - sussurrei - Você é tão linda, eu te amo. Amor - chamei o Gustavo, mas não conseguia tirar a atenção da pequena nos meus braços - Ela é linda né
- Muito - escutei sua voz embargada
- Quer cortar o cordão umbilical? - a médica perguntou pro Gustavo que assentiu rapidamente
O Gustavo cortou o cordão umbilical em meio às lágrimas e pegou nossa pequena no colo com todo cuidado do mundo.
Senti meu corpo fraquejar, um barulho alto ecoou no quarto e a última coisa que eu vi foi a doutora tirando a Aurora dos braços do Gustavo.
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Quarentena - MIOTELA ✓
Historical Fiction( Me diz quando essa quarentena acaba...) Após passar um tempo de quarentena com seus 3 colegas de trabalho,a atração de Ana Flávia por um deles vem a tona.