( Me diz quando essa quarentena acaba...)
Após passar um tempo de quarentena com seus 3 colegas de trabalho,a atração de Ana Flávia por um deles vem a tona.
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Gargalhei vendo o vídeo que o Luan tinha gravado do Murilo dormindo de boca aberta, esses muleques não valem nada.
- Vocês brincam muito né - o huff falou saindo da cozinha
- Bunitão dormindo, como que pode? - ri
- Brinca mesmo
- Não zoa nosso garoto não - o Luan falou e rimos
Eles ficaram em silêncio e olharam pro corredor e segui seus olhares vendo a Ana Flávia com cara de choro.
Hoje era o dia que ela ia abortar e eu queria implorar pra ela não fazer isso, mas não ia obrigar ela ter um filho que ela não quer.
- Gu, será que eu posso conversar com você? - sua voz saiu baixa
- Eu não quero falar contigo Ana, se for possível eu não quero olhar na tua cara
- Não precisa falar assim com ela né cara - o Luan me repreendeu
- Não, tá tudo bem - ela suspirou - Eu só queria dizer que eu desisti do aborto
Senti meu coração disparar dentro do peito e abri um sorriso involuntário, mas logo voltei a ficar sério e olhei seu rosto.
- Por que? - ela engoliu em seco e algumas lágrimas descerem pelo seu rosto
- Eu vou pro meu quarto - o Luan pegou seu celular na mesa e saiu da sala junto com o Murilo.
- To esperando
- Eu sonhei com uma menininha - fungou - Ela tinha seu cabelo e adorava que você o penteasse
- E isso fez você mudar de ideia? - a olhei com deboche
Não era possível que por tão pouco ela desistiu dessa ideia maluca sendo que eu e os meninos tentamos convencer ela de todas as formas possíveis.
- Você tava no sonho - pela primeira vez ela olhou meus olhos - A gente tava feliz, a nossa família - respirei fundo
- Você tem certeza disso?
- Como assim?
- Eu não quero que você tenha essa criança contra a sua vontade só por minha causa
- Eu quero porque eu percebi que eu posso ser uma mãe boa - fungou - E porque eu quero ter uma família com você - umideci os lábios
- Que bom que você decidiu continuar com a gravidez, mas isso não muda nada entre nós
Eu amava ela, na real eu amo a Ana Flávia pra caralho, mas eu não podia simplesmente voltar pra ela depois de tudo que ela me fez passar nesses últimos dias.
- Eu só vim te avisar
- Beleza - assenti com a cabeça
Ela deu as costas e saiu da sala, suspirei e esfreguei meu rosto tentando secar as lágrimas que não paravam de cair.
Eu vou ser pai, caralho!
- Tá feliz papai? - olhei o huff que me olhava com um sorriso
- Você sabia? - funguei
- Eu fui no quarto dela ontem e a gente conversou - sorriu
- Você conseguiu convencer ela e eu não
- Eu não convenci ela a nada, ela só precisava de apoio e a primeira coisa que a gente fez quando ela falou sobre aborto foi rejeitar ela
Pior que ele tá certo, talvez se eu tivesse dado apoio e cuidado dela nada disso teria acontecido.
- Gustavo - o Luan parou do meu lado
- Fala Luan
- A Naflavia tá vomitando abessa, vai lá ajudar ela
Levantei apressado e fui até o banheiro, empurrei a porta vendo a Ana escovando os dentes.
- Tá tudo bem aí? - me aproximei
- Não, seu filho não deixa nada parado no meu estômago - ri fraco e observei ela cuspir a pasta de dente
- Vou fazer uma sopa pra você
- E desde quando você sabe cozinhar?
- Ah Naflavia, para né - ri fraco - O pai da aula na cozinha
- Não exagera - ela olhou meus olhos e senti um bagulho estranho
Todas as vezes que ela olhava pra mim com os olhos brilhando eu perdia completamente a postura.
Eu não sabia explicar o que era, mas parecia que eu via o mundo através dos seus olhos.
- Me perdoa?
- Que?
- Me desculpa por querer tirar nosso filho - sussurrou
