Confusões

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Acordei com voz dele na minha cabeça e subitamente estiquei meu braço pra acariciar o seu cabelo, algo que já se tornou um costune, acho que faço isso antes mesmo de abrir os olhos. Mas hoje eu nao acordei com ele do meu lado e minha mao só encontrou um travesseiro vazio. Despertei com o coração acelerado, quase entrando em panico... Até que me lembrei: para todos os efeitos eu também não o queria dormindo comigo! Não sem se desculpar pelo modo como agiu, que droga, até parecia ciúmes. Será?

Me acalmei e admiti pra mim mesma o quanto foi ruim passar a noite sem o Peeta, senti muita falta de abraça-lo e dormir sentindo o cheiro dele. Incrivel como me acostumei tão rápido com o melhor. Mas não importa, quando eu sair do quarto nada disso vai transparecer.Me levantei e fui tomar um banho pra tentar afastar meus pensamentos do garoto do pão, mas não consegui. Infelizmente eu me pergunto o que ele estaria fazendo neste momento já que não está aqui comigo, onde com toda certeza estaria fazendo com que eu me empanturrasse com alguma nova receita.

Mas logo eu fico com raiva novamente. Como ele pôde agir assim? Não parecia o Peeta. Nem mesmo depois do que a Capital fez com ele eu jamais o imaginaria escondido ouvindo minha conversa com a Ripper, sobre o Gale... Queria saber o que ele ouviu. Sei que prestou bem a atenção quando eu disse que estava feliz pelo Gale e gostaria muito de dar os parabéns e abraça-lo. O que isso tem de mais? E mesmo se tivesse, o que ele tem com isso? A vida é minha e depois da guerra eu decidi que farei de tudo para recuperar o controle sobre ela. E, se Peeta queria uma explicação devia ter me deixado falar ao invés de ter feito aquela cena.

Saí do banho com ainda mais raiva, e com fome. Meu estomâgo sentindo falta do Peeta e seus pães cobertos com queijo, lamentável.

Penteei meus cabelos molhados e os deixei soltos (tem dias que minha trança não traz bons sentimentos), por fim resolvi descer pra comer alguma coisa, encontrar a Ripper...

Já estava colocando minha mão na maçaneta da porta quando percebi que estava se abrindo e dei um passo para trás.

Sim, era ele.

Ele entrou no quarto com um leve sorriso, mas com um olhar meio preocupado.

- Bom dia, você dormiu bem?
- Melhor impossível. E você?

Ele deu um riso baixo que me irritou mais.

- Ainda brava?
- Brava não Peeta, chateada.
- Eu sei. Olha Katniss... Ele pegou na minha mão e eu soltei na hora. Mas ele foi insistente e me puxou pelo braço com um pouco de força.
- Para com isso. Me solta agora!
- Não, a gente tem que conversar.

Ele me conduziu até a cama. Depois puxou a cadeira da minha penteadeira e a virou na direção da cama. Ele se sentou e ficamos um de frente pro outro em silêncio, ele tentando pegar na minha mão de novo só que eu não deixei. Me mantive distante e evitando o seu olhar.

- Tudo bem. Se não quer olhar pra mim pelo menos me escuta, ta bom?
- E eu deveria? Você não quis me escutar pelo que me lembro.
- Eu falei com a Ripper. Ela me contou mais sobre a conversa de vocês.. - eu interrompi - Eu teria te contado, se tivesse tido chance.
- Talvez. Mas o que importa é que eu sei que é realmente incrível. O Gale já foi promovido ao cargo máximo no trabalho dele no Distrito 2 e em pouco tempo, e vai ter vários funcionários sob o comando dele. Ele merece os parabéns com certeza. Não deve ter sido fácil e ele conseguiu com esforço, trabalho duro e inteligência. Isso é bem mais do que alguém do 12 sonharia em seus melhores sonhos e, o Gale conseguiu.
- Verdade, isso é quase inacreditável. Quando uma pessoa daqui teria um futuro parecido com esse? Agora você entende porque eu senti vontade de abraça-lo?
- Katniss, você sente falta do Gale? Pensa nele?

Everllark Real - 1a TemporadaWhere stories live. Discover now