Everllark Real - 1a Temporada

A Vizinha do Luke

Encontrei o Luke conversando com uma garota do lado de fora, em frente a entrada da padaria. Ele tentou manda-la embora quando eu cheguei, mas a garota parecia estar feliz com a minha presença, veio até mim sorrindo e se apresentou dando um beijo em meu rosto. Ellen Willbourn, alta, olhos castanhos claros, cabelo loiro e cacheado. É, acho que pode-se dizer que é uma mulher bonita. Ela estava animada em me ver.

- É muito bom conhece-lo senhor Mellark.

- Apenas Peeta. Eu que adorei te conhecer, mas você não me disse onde mora.

Com o canto do olho eu podia ver o Luke me olhando incrédulo de braços cruzados, mas também rindo e piscando de modo aprovador. Tudo disfarçadamente é claro

- Sou do 11, mas vim morar aqui. Minha casa fica a duas ruas da antiga prefeitura.

- Seja bem-vinda, espero que você goste do 12. Já que boa parte do 12 vai gostar de você.

- Espero que pelo menos a padaria goste...

Dei um sorriso rápido na direção dela e me despedi, o trabalho em primeiro lugar. Na padaria dei de cara com Greasy Sae, que aparentemente observava tudo pelas paredes de vidro transparente na entrada na padaria. Agi normalmente e dei bom dia a ela, pude ver que ela tentou disfarçar uma carranca e conseguiu. Nós dois agimos como se nada tivesse acontecido e logo ela partiu levando uma sacola de comida para a casa da Katniss. Luke entrou assim que ela se foi. Ainda não tínhamos aberto a padaria então não havia nenhum cliente lá dentro, apenas eu, Luke e Chad enquanto o restante dos funcionários chegavam aos poucos. Começamos a trabalhar a todo vapor, como sempre. Antes da abertura é que temos mais trabalho. O Daniel, rapaz que fica no caixa, chegou em cima da hora e tava morrendo de medo que eu fosse dar uma bronca nele. Era engraçado, e eu permiti que o Luke fizesse piada com ele.

Quando tudo estava pronto e abrimos as portas o dia finalmente começou. Frio e chuvoso. O movimento era alto e logo a padaria ficou cheia, e a maior vantagem disso era que quanto mais ocupado eu ficasse, menos pensaria nos problemas. Fiquei umas 2 horas ajudando nos balcões até o movimento estabilizar e fui comer alguma coisa. Estava mastigando um biscoito de chocolate quando o Luke veio atrás de mim.

- Ellen Willbourn, nome bonito hein chefe.

- Parece que vocês se conheciam.

- Ela se mudou pra perto da minha casa há algumas semanas, fez amizade comigo só para te conhecer. Acho que é sua fã.

- E só para não perder o costume, você deu em cima dela. Certo?

- Tentei, mas ela só quer saber do senhor Mellark. – ele fez uma voz feminina ao dizer isso - E então, vai dar uma chance? Investir na garota?

- Quem sabe, daqui a um tempo. Mas por enquanto não.

- Sei que não me perguntou, você é meu chefe e eu apenas seu funcionário, mas acho que deveria agir com a Katniss daquele jeito que agiu com a Ellen. É uma dica.

- Como assim? Do que você tá falando Luke?

- Você jogou charme, paquerou a Ellen e eu me impressionei em ver que você leva jeito.

- Se enganou feio. Eu não levo jeito nenhum.

- Certo, certo – ele levantou os braços em rendição – Mas devia tentar, a Katniss não merece o esforço?

- Claro, mas eu não sei. De qualquer maneira eu te agradeço, vou pensar nisso.

Ele voltou ao trabalho e eu voltei a comer. E a pensar demais. Eu não tenho nenhum interesse pela Ellen, mas admito que eu joguei charme, por razões que desconheço já que a Katniss não estava presente pra sentir ciúmes. Katniss, acho que eu já estou com saudade dela. Mas também estou com raiva, e decidido. Já teve outras garotas na minha vida, e nunca me esqueci da teimosa da Katniss. Nem o telesequestro me fez desencanar dela. Terminei de comer e voltei para o balcão, mas não fiquei lá por muito tempo, logo fui chamado para assinar uns papeis de entrega de produtos e em seguida o Chad me chamou para atender ao telefone, era o meu psicólogo da capital. Como meu humor não estava muito bom eu disse a ele que ligava depois e desliguei pensando em ter paz. Voltei lá pra fora e o movimento na padaria estava tranquilo, apenas com algumas crianças a caminho da escola que paravam para comprar umas balas e pirulitos.