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- Katniss

Mesmo acordada eu permaneço de olhos fechados odiando a ideia de essa noite ter um fim. Alguma coisa me diz que já amanheceu e a folga dos problemas se foi, mas foi bom fingir que eles não existem por uma noite. Depois de tantos percalços, dormir ao lado do Peeta pareceu um luxo, mas na verdade não sei se dormimos, não sei se foi tudo um sonho. Só me lembro de ficarmos deitados de lado, um de frente pro outro, nossas testas e nariz encostados e eu lutava contra o sono pra poder ter mais tempo olhando pra ele. Seus olhos amáveis e claros, porém com um pouco de dor e confusão, seu rosto tranquilo e cansado. Também me lembro de poder sentir seu coração bater ao tocar em seu peito e de um jeito estranho isso me acalmava, como sempre. Não sei por que não podemos continuar assim já que, conforme o que ele mesmo disse, os problemas ainda vão existir então não fará diferença adiá-los por certo tempo.

Sinto que ele se mexe e suponho que vai se levantar, ainda de olhos fechados eu estico o braço pra segura-lo e murmuro baixo:
- Não vai não, ainda ta cedo.
- Você nem sabe que horas são, sua dorminhoca. Larga minha camiseta.

Ele ri segura e minha mão, sinto o calor do seu corpo se aproximando, abro os olhos e o vejo com um meio sorriso voltando a deitar, mas não ao meu lado e sim por cima de mim. Ele se posiciona entre minhas pernas com as mãos estendidas no travesseiro, sustentando seu peso, pairando sobre mim. Ponho os braços em volta do seu pescoço e ele me beija, me mordendo e me provocando com sua boca perfeita. Eu tinha quase me esquecido de como era bom beijá-lo. Mordo seu lábio inferior e em seguida o sugo pra minha boca, fecho meus braços ao redor do seu pescoço e ele junta seu corpo ao meu, para de me beijar e distribui beijos pelo meu pescoço. Dou risada quando ele finge me morder. Ouço sua voz no meu ouvido: "da próxima eu mordo de verdade, não se preocupa". Peeta está bem humorado, muito diferente de como apareceu ontem. Solto seu corpo e tento sair debaixo dele, mas seus braços me seguram e sua boca ataca novamente meu pescoço, ele me arranha e começa a me morder, mas ao invés disso beija e chupa de leve me deixando arrepiada.
- Peeta, seu bobão. Eu vou te chutar...
- Chuta. Quero só ver.
Esse idiota ta me provocando e ainda rindo de mim. Desci a mão pelo seu corpo até o ponto entre suas costelas, onde eu sei que é o único lugar que ele sente cócegas. Em questão de segundos ele estava gargalhando tentando me fazer parar, entretanto eu simplesmente continuo sem dó.
- Katniss, para com isso. Para! Por favor, gente tem que conversar vai!
- Ah, agora você quer conversar? - eu também estava rindo
- Quero! Minha barriga já está doendo.
- Espero que você tenha aprendido a se comportar melhor padeiro.

Finalmente eu o soltei e dei um último beijo antes de me levantar.

***

Encaro meu reflexo no espelho após escovar os dentes e pentear o cabelo, desejando sorte a mim mesma para o assunto que viria. Peeta logo entra atrás de mim, ele já estava com outra roupa pronto para ir à padaria, aperta uns botões da torneira ao lado da que eu usava na pia dupla e começa a escovar os dentes também.

- Não vai dar um jeito nessa barba? Já está me arranhando quase.

Ele dá de ombros e continua a escovar, termina e enxágua a boca com o anticéptico. Espero que ele não queira me beijar após usar isso, detesto o sabor artificial e exagerado de menta que o líquido deixa na boca.

Observo-o lavar e secar o rosto e cruzo os braços fitando sua atitude de não me responder e ele ri da carranca que provavelmente se criou na minha face.

- Barba? Eu nem tenho isso... - pendura a toalha e embala minha cintura em seus braços - É muito bom acordar com você sabia? E amanhã eu faço a barba, agora tenho algo mais importante pra me preocupar.

Everllark Real - 1a TemporadaWhere stories live. Discover now