Capítulo 42

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...

- Você não quer falar sobre isso né?

Quando ele se vira para me olhar, vejo incerteza em seus olhos claros. Ele não confia totalmente em mim ainda.

- É complicado. Briga de décadas. Não quero que você ache que merecemos alguns, só isso. Não é muito divertido ser caçado.

- Eu não acho que seja culpa sua, os humanos tem medo do que não entendem.

- É verdade, mas nem sempre fomos bons... Infelizmente.- arregalo meus olhos.- Sabe como que é, quando fomos transformados ficamos com uma ânsia de matar, teve uma época que tudo virou um massacre. Muitos vampiros foram transformados e muitos mortos.

- Bom... Isso é passado, não fique se culpando por isso. Se você não machuca ninguém, não há motivos para eles te caçarem.

- Eu também gostaria que eles pensassem assim...

Ele diz apenas, olho para ele mas ele não faz o mesmo. Parece perdido e longe demais...

O resto do caminho foi assim, em total silêncio. Logo já estávamos dentro do campos.

- Vou te deixar aqui, temos aulas diferentes hoje. Mas se quiser, pode me esperar quando sua aula acabar e vamos embora juntos.

- Tudo bem, eu espero sim. Tenha um bom dia.

Ele sorri para mim e se vira indo embora. Oba, vamos passar mais tempo juntos!

Ao longo do meu dia, encontrei a Sarah e só faltou ela se ajoelhar pedindo perdão para mim. Eu a deixei tranquila e falei que estava tudo bem.

Estávamos agora sentadas na cafeteria conversando. Ela não me parecia tranquila, parecia que queria me contar alguma coisa.

- Você quer me contar alguma coisa?

Ela se assusta quando eu a pergunta e vejo seu rosto corar. Ela olha para longe e engole em seco.

- Eu queria conversar com você sobre uma coisa...

- É sobre a festa? Aconteceu alguma coisa quando eu fui embora?

- Não, não é isso... É sobre você e o Peter.

O Peter? O que ela quer dizer?

- Eu notei que vocês parecem muito... próximos um do outro, não é mesmo?

- Nós moramos na mesma casa, isso automaticamente nos aproximou. Eu gosto dele.

Ela franze a testa, visivelmente chateada.

- Parece que é muito mais que um simples "eu gosto dele"! Você sabe o que ele é, Laura!

Não gosto nem um pouco do tom de censura dela. O que ela tem com isso?

- E dai? No que importa ele ser diferente de mim? Eu também não sou normal.

- O fato de você ver fantasmas nem se compara o fato dele ser um assassino!

- Eu tenho certeza que ele nunca matou nenhum humano. Ele não é quem você pensa.

- Você que está enganada sobre ele, não eu!

Já chega! Eu já estou cansada de todo mundo achar que eu não posso fazer minhas próprias decisões. Irritada, eu me levanto e coloco minhas mãos sobre a mesa.

- Eu juro que pensei que você fosse minha amiga, Sarah, e os amigos deveriam apoiar os outros! Odeio gente que julga os outros sem conhecer.

Ela fica com os olhos arregalados, surpresa com a minha reação. Ela percebe que eu estou muito nervosa e suaviza sua expressão.

De repente, sinto dois olhos verdes mergulhados em mim. Peter está do outro lado da cafeteria e não está com uma cara muito boa. Ele ouviu tudo.

Ele se levanta e caminha calmamente até nós.

- Oi Sarah, estou vendo que, como de costume você está querendo interferir onde não te interessa.

A cor do rosto da Sarah some e ela volta a ficar nervosa. Ela se levanta e fica de frente para ele.

- Qualquer coisa envolvendo a Laura me interessa.

- É mesmo, Bruxa? Eu acho que você está enganada.

Eu fico do lado do Peter e passo meus braços em volta de sua cintura, mostrando a Sarah que eu quero ele sim. Gostando ela ou não.

- Meu relacionamento com o Peter não é da sua conta, especialmente se for para julgá-lo. Vejo você mais tarde.

Um brilho aparece nos olhos claros de Peter.

Ele parece surpreso, como se fosse a primeira vez que alguém preferisse ele.

A Sarah me olha com tristeza. Quando as coisas se acalmarem, vou tentar falar com ela novamente. Peter pega minha mão e me arrasta dali.

Eu passei o dia inteiro sozinha, não querendo piorar a situação entre os dois.

Perdida em meus próprios pensamentos, eu sento em um banco em frente a universidade esperando o Peter para irmos embora.

De repente sinto uma presença ao meu lado. Eu me viro e fico surpresa em encontrar os olhos azuis do Loan. Eu bufo e estou preste a sair quando ele segura meu braço.

- Eu só quero conversar, Laura.

Eu decido dar uma chance a ele. Mas quando vejo seu sorriso típico de playboyzinho, eu me arrependo.

- Eu sei que nosso relacionamento não começou bem...

- Nós não temos um relacionamento, Loan.


Is it love? PeterWhere stories live. Discover now