Capítulo 56

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...

Eu murmuro surpresa. Ele passa a mão no meu cabelo aprofundando o beijo.

Eu me agarro a ele, passando meus braços em volta de seus ombros. Sinto tudo em mim tremer.

Eu definitivamente não esperava por isso... Esse beijo não é nada parecido com o último.

O Peter geralmente é tão controlado, tão frio. É como se uma barreira dentro dele estivesse se rompendo.

Sua língua possessiva explora minha boca e acabo soltando um gemido de satisfação quando sinto ele sugando meu lábio inferior.

Ele desce os beijos pela minha mandíbula até meu pescoço. Tento me mexer e sinto uma certa pressão em minha barriga. Esfrego-me só para ter certeza e escuto um gemido baixo dele.

- Assim não, Laura...

Ele diz levantando os olhos e me encarando. Sorrio. Ele está tentando se controlar.

Seguro seu cabelo preto e puxo sua boca para a minha novamente.

Antes mesmo de sua boca encostar na minha, ele recua.

- O professor está voltando, esqueceu a pasta preta que está em cima da mesa dele...

Olho para ele surpresa. E fico mais surpresa ainda quando ele me abraça e aperta seu corpo contra o meu.

- Você não tem ideia do que está fazendo comigo...

- E isso...é bom?

Ele não me responde. Simplesmente me solta e vai até sua mesa pegar seus livros.

Me apoiei na mesa que está atrás de mim, sentindo ainda meu corpo trêmulo.

Segundos depois o professor abre a porta e assusta ao nos ver.

- Eu esqueci minha pasta. Estão esperando a próxima aula?

- Já estamos indo embora.

Ele acena e pega sua pasta preta, do jeito que o Peter falou e sai.

- Não vai se repetir isso...

Olho para trás confusa.

- Eu não sou o cara certo para você, Laura. Espero que entenda isso antes que alguém se machuque.

Com isso ele sai da sala batendo a porta com força.

...

Hoje já fazia dois dias do acontecido na sala com o Peter. Ele andou me evitando, mas pego muitas vezes ele me encarando nas aulas. Obviamente, ele desviava o olhar rapidamente.

Hoje a Sarah me convidou para passar a noite na casa dela. No começo eu até neguei, mas ela é muito insistente. As vezes isso me faz bem, estou precisando me distrair.

Já começo a me arrumar para ir até a casa dela. Visto uma calça e uma camiseta simples, uma roupa bem casual.

Eu corro pelas escadas. O Nicolae é o único que sabe que eu vou dormir em outro lugar essa noite.

Quando chego lá embaixo encontro com o Peter, que parece surpreso em me ver. Devia estar pensando que já essa hora eu não sairia mais do meu quarto.

Resolvo passar por ele sem falar nada, ele não está me ignorando?

Mas assim que eu passo por ele e chego na porta de casa, eu ouço ele me chamar.

Sua voz sai mais rouca que o normal, como se ele tivesse a muito tempo sem falar nada. O que é provável...

- Onde você vai a essa hora?

Então é assim? Ele me trata como uma estranha depois do beijo mais gostoso que eu já senti na minha vida e depois quer saber onde eu vou?

- Já dei explicação para quem tinha que dar.

Ele também parece mal-humorado. Mesmo que um vampiro não precise dormir, ele parece cansado.

- Não vai me dizer?

- Minha vida te interessa agora?!- ele fecha ainda mais a cara.- Ah certo, me desculpe, com toda a atenção que você anda me dando, eu costumo esquecer o quanto eu sou importante para você!

Ele franze a testa. Obviamente nada feliz com o meu comentário.

- Onde você vai, Laura Camille?

Seu tom sai mais como reprovador do que curioso.

- Não te devo satisfação!

Eu me viro e estou prestes a abrir a porta quando sua mão fria aperta meu pulso, me obrigando a parar no meio do caminho.

O que deu nele?

Me viro furiosa, meus olhos escorregam até seus lábios, é inevitável e eu coro.

Eu ergo a sombrancelha esperando por uma explicação.

Ele parece surpreso e olha para sua mão em meu pulso. Ele imediatamente o solta.

- Me responda!

Quem ele pensa que é?

- Não é da sua conta! Você deixou perfeitamente claro que não quer nada comigo!

- Isso não é o que eu...

Ele parece ferido como se minha atitude o machucasse. No entanto, quem decidiu isso tudo foi ele.

- Eu não estou fazendo tudo isso, para você estupidamente se colocar em perigo. Eu gostaria de saber onde você vai, sozinha, tão tarde.

- Fazendo tudo o que exatamente? Me ignorar não parece ser um problema para você.

- Você não poderia estar mais errada...

- Se é tão complicado, então por que nós dois estamos passando por tudo isso?

- Eu só quero o seu bem.

- Então acha que me ignorando está me fazendo bem? Está piorando tudo.

Ele é tão inseguro e isso tudo está me cansando.

- Eu vou dormir na casa da Sarah. Eu não acho que esteja arriscando minha vida então pode ficar tranquilo.

- Você vai pra Sarah... ficar lá a noite toda?

- Dormir na casa dela significa passar a noite toda lá.

Ele cruza os braços irritado, e eu quase sinto que ele vai tentar me impedir de ir.

- Que foi, Peter?

- Eu não gosto disso.

- E por que?

- A Sarah. Ela gosta muito de você.

- Sim, ela é minha amiga, e geralmente eu não escolho pessoas que me odeiam como amigos...

Eu abro a porta e desta vez ele não tenta me impedir.

Is it love? PeterWhere stories live. Discover now