Capítulo 14 - ADMDA

795 68 4
                                    

Leone Monteiro Fazzano.

Estava revendo meus conceitos sobre o Nando, ele está sendo extremamente gentil comigo, me defendendo e me levando para descansar em sua casa, coisa que jamais eu sonharia em fazer. Estávamos indo para minha casa, já que ele insistia em me levar.

- Leo, será que eu poderia assistir a sua apresentação? - Ele questiona, mas não me observa, está vidrado na estradas, com suas mãos firmes no volante.

Uau, foi isso mesmo que eu ouvi? O meu chefe quer assistir a minha apresentação na faculdade? Okay, ele é uma caixinha de surpresas, mas por essa eu jamais iria esperaria.

- Claro que pode. Poderá se sentar ao lado de Marcelo, já que também ele dá aulas lá e além de que é seu amigo. - Noto ele esboçar um sorriso sutil.

- Estou ansioso para me surpreender mais ainda, quero ver a sua performance e aposto que vai se dar bem. - Ele diz, ainda com as mãos controlando o volante.

Algum tempo mais tarde, já estávamos em frente ao prédio que eu vivia. Fernando havia deixado o veículo em repouso, mas não parava de me olhar e aquilo me constrangia.

- O que foi? - Questiono sentindo meu rosto corar. - Quer me dizer alguma coisa?

- Só estava admirando o brilho que existe nos seus olhos, já percebeu? - Sinto sua palma alisar meu rosto. Fecho meus olhos tendo um turbilhão de sensações neste momento. - Você é lindo, Leo.

- Assim você me deixa sem jeito, Nando, ainda terei que me acostumar te chamar assim. - Digo.

- Eu gosto de te deixar assim, na verdade, esse é o meu intuito, ver você sem jeito, é a coisa mais fofa que já vi. - Ele finaliza, o que me faz sorrir sem querer.

- Você quer entrar? - Ele me lança um olhar surpreso. Eu também sei ser uma caixinha de surpresas quando eu quero, rs. - Se quiser, é claro.

- É claro que sim. - Ele sorri e assim como eu, ele sai do carro e entramos juntos no edifício. Seguimos até o elevador que nos leva ao corredor do andar que eu morava. Destranco a porta e entramos juntos, avistando novamente, Henrique e Marcelo, que estavam sentados juntos no sofá.

- Boa noite, rapazes. - Cumprimento ambos que estavam abraçados e encolhidos um no outro. - Boa noite, Henrique e Marcelo respondem juntos. - Boa noite à todos. - Dessa vez, Fernando os cumprimenta o que faz com que Henrique me olhe boquiaberto.

- Olhem só, todos reunidos novamente, será que é alguma conspiração do destino? - Comenta Marcelo, olhando para mim e para Fernando. Já sei aonde ele queria chegar. - Vieram juntos de novo, hmm. - Ele termina.

- Isso é uma longa história, mas tenho uma justificativa para isso, aliás, duas. - Digo sério. Ambos me encaravam agora esperando realmente uma justificativa para o caso, Fernando se acomoda no estofado com as pernas entreabertas, que também me encarava e sinalizava com a cabeça concordando para o que eu iria dizer. Começo a narrar os fatos ocorridos desta vez, eu estava bem calmo, e era perceptível o choque que ambos haviam tido. - Bem, então isso resultou que ele me deixasse passar à noite na casa dele, já que você Henrique disse que iria dormir na casa do Marcelo e eu não queria ficar sozinho. E hoje, eu peguei no sono e ele me deixou dormindo também na casa dele, satisfeitos?

- Ai, mano... eu não sabia real, eu espero do fundo do meu coração que você esteja bem, imagino o quanto deve ser horrível ser assediado e sofrer racismo, que bom que você o defendeu, Fernando, e o acolheu também. - Henrique diz

- Só fiz o que qualquer pessoa sensata faria, foi a minha obrigação protege-lo. Mas ainda sim, eu não acho correto que ele saia por aí sozinho tarde da noite e em lugares desertos, concordam? - Indaga Fernando, e eu sabia que todos ali iriam concordar com ele.

- Sim, eu concordo. - Marcelo afirma. - Não é seguro, eu também não gosto quando o Henrique sai sozinho, por isso eu faço questão de leva-lo e busca-lo para qualquer lugar. Não é, amor? - Henri assente sorrindo e dá uma beijo nos lábios de Marcelo.

- Só que vocês estão juntos, eu não tenho namorado e além do mais, posso chamar um motorista por aplicativo ou pegar um táxi. Não tenho muitas vantagens e não posso ficar dependendo do meu chefe para me levar e me buscar quando eu quiser ir aos lugares. - Digo.

- Não namora porque não quer. - Henri diz me contrariando. - E aposto que não seria problema algum o Luís Fernando te levar e buscar aonde quisesse ir, não é Fernando? - Fuzilo Henrique com meu olhar, apesar das inúmeras gentilezas do Nando, ele continua sendo meu chefe.

- Não vejo problema nenhum nisso, além de que, os horários de Leone coincidem com os meus. Posso vir buscar ele todos os dias, para empresa e traze-lo de volta. Posso também, até leva-lo para faculdade e buscar, ou quando eu não puder fazer isso, ele pode ir com você, Henrique, junto com o Marcelo e vocês poderiam voltar juntos também. Caso vocês queiram ir para casa do Marcelo, poderiam me avisar que eu pedia para o Rodrigo, meu motorista, ir busca-lo se eu também não pudesse. - Fernando se posiciona, e como sempre, incisivo naquilo que dizia.  — Até que faz sentido tudo que ele disse, mesmo eu não estando de acordo, mas se era para o meu bem, não tinha escolha.

- Então estamos de acordo, a partir de hoje, Leone não sairá mais sozinho para os lugares. Acredite Leone, estamos preocupados com a sua segurança, é melhor para que não aconteça nada injusto contigo. - Marcelo parecia se importar. - Tudo bem, gente. - Assinto.

As horas passavam e estava cada vez ficando mais tarde. Marcelo, Fernando e o Henrique, estavam comendo um lanche prático e gostoso que eu havia preparado, enquanto eu estava na cozinha conversando com a Andrea pelo telefone, contando tudo que havia acontecido comigo nos últimos dias. Ela estava feliz e triste ao mesmo tempo. Triste porque haviam me acontecido coisas horríveis e feliz porque eu estava um pouco íntimo com meu chefe.

- Bem, já está na hora. - Ouço Fernando dizer, e sinto que preciso desligar o telefone. Acabo de me despedir com a Andrea e desligo e encerro à ligação.

- Ué, por que não dorme aqui? - Henri o questiona.

- Seria muito abuso da minha parte. - Fernando diz, se ajeitando para poder ir.

- Jamais, o Marcelo também vai dormir aqui. Ele vai dormir comigo, você pode dormir no quarto com o Leone, a cama também é de casal e é espaçosa. - Aquilo me atordoava de tanta vergonha.

- Caso não seja um problema para o Leone, então eu fico sim. - Eu já sabia das intenções do Henrique, portanto, não vou nem mais me importar, apenas deixar fluir. - Ele não vai se importar, não é Leo? - Henrique se manifesta.

- Não tem problema, pode dormir aqui. - Afirmei e ele esboça um sorriso e vem até mim.

- Bem, então boa noite para vocês. - Diz Henri, apanhando as mãos do Marcelo que também nos desejou boa noite e foram juntos para o quarto de Henrique, deixando Fernando e eu a sós.

- Bom, vamos? - Ele assente e me segue até o meu quarto. - Pode ficar à vontade, não tem o mesmo luxo que o seu, mas é amplo e bem organizado. - Digo.

- Fique tranquilo, Leo, para mim está ótimo. O problema é que não trouxe roupas, será que eu poderia dormir de cueca? - Fico por alguns segundos em silêncio, mas ele me tira do transe. - Leo?

- Ah sim, claro. Pode dormir de cueca, só vou tomar um banho e volto logo. - Apanho um blusão que eu gosto de dormir por ser bem confortável, junto com a toalha e vou até o banheiro e fico por alguns minutos lá me banhando. Ao finalizar, retorno para o quarto e vejo a cena mais maravilhosa e desejada de toda minha vida. Fernando usava uma cueca branca, que exibia o belo mastro atrás dela, era tão grande que pesava em sua cueca. Ele tinha pelos nas pernas e nas coxas e uma quantidade razoável em seu peitoral.

- Voltou. - Fernando diz, já acomodado na cama. - Voltei. - Digo e deito ao seu lado, me acomodando. Sinto seu braço pesar em minha cintura e sentia sua respiração forte na minha nuca. - Boa noite, pequeno.

Continua...

A DIFERENTE MANEIRA DE AMAR - (Romance gay)Where stories live. Discover now