Capítulo 16 - ADMDA

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Luís Fernando dos Santos Bianchi.

Por volta de meio dia e meia, Rodrigo já havia me levado algumas peças de roupas e alguns pertences pessoais e Leone havia preparado uma lasanha de camarão que estava realmente uma delícia, ele parecia gostar muito de cozinhar, e tudo que ele fazia era gostoso, aliás, quase tudo, rs. Ele seria um bom dono de casa, pensando bem, já é, ele poderia ser um ótimo esposo. Eu sei que parece um estereótipo ridículo à ser seguido, mas mesmo assim, pelo menos para mim, com certeza ele seria um excelente esposo, e eu, o seu incrível marido. Ele tinha todas as qualidades perfeitas para seu meu encaixe, doce, meigo, delicado, indefeso, determinado, e sabe cozinhar, coisa que eu não tenho a menor vontade de aprender. Já ele não, ele quer mais e mais, é o que eu mais notado nele, a vontade de saber das coisas, isso alimenta mais ainda a sua inteligência.

Ainda estávamos degustando a lasanha de camarão, que aliás, eu repeti porque estava bastante gostosa e estávamos conversando sobre diversos assuntos. Era muito confortável, ele se sentia mais seguro e confiante comigo, ele ria, ele ficava tímido, confesso que nunca me senti tão relaxado com alguém assim.

- Me fala mais sobre você, Leo, me fala sobre seus pais, quero saber muito sobre você. Cada detalhe seu me fascina, mas por que você não convive mora com eles? – A forma como ele reagiu foi tensa, distanciava seu olhar de mim e sua expressão era fria.

- Bem, eu convivi com meus pais até os quinze anos de idade, acho que eles se sentiram magoados por causa da minha sexualidade, então, eu precisei crescer mais rápido, ser mais esperto. Eles me expulsaram de casa quando descobriram minha sexualidade e logo após um ano, eu soube que minha mãe ela havia falecido e meu pai continua sendo um bêbado louco, não temos contato mais alguns conhecidos me dizem. – Devastado, era como eu me sentia.

- Você tem seus pais vivos? – Ele questiona.

- Sim, Leo, eu tenho.

- Eu não sei se você conversa com eles o tempo todo, mas... – O interrompo gentilmente. – Eu converso com eles sempre.

- Não é ótimo, poder falar com eles, falar sobre o seu dia, dividir os problemas? Eu já me vi em situações frustrantes, e eu conversava com Deus o quanto queria ter meus pais, mas agora... eu não tenho. – Abaixou a cabeça tentando esconder a tristeza que transmitia dentro de si.

- Você tem algum lugar que se sinta seguro? – Ele fez uma pausa nas palavras, levando um tempo para responder. – Que ótima pergunta... – Ele diz. – Não... eu não tenho. Apesar de ter Henrique e Andrea como meus melhores amigos que me apoiam muito mas, não é a mesma coisa.

Leone relatava os acontecidos de modo tão intenso e frio ao mesmo tempo, ele não queria chorar, mas seus olhos estavam marejados. – Fui morar com meus avós que já estavam bastante velhinhos e se foram dois anos depois, e daí eu precisei ter a minha independência, foi quando resolvi trabalhar e fui crescendo e aprendendo. E depois me mudei para cá com as minhas economias e Henrique ajudou a dividir o valor do apartamento, então eu já considero um grande avanço na minha vida. – Ele não agiu de modo desesperado, algumas lágrimas caíam, claro, mas ele agiu melhor do que eu esperava. Meu coração estava apertado.

- Vem cá, pequeno. – Caminhei até ele o abraçando muito forte, ele confortava seu rosto em meu peito, eu o apertava mais, enquanto ele desabafava com as lágrimas. – Tá tudo bem, eu vou cuidar de você, eu prometo. – Afago seu rosto e dou um beijo no topo de sua testa. – Você está ficando mole, Leone, está sentindo alguma coisa? – Indago sentindo seu corpo amolecido e quente.

- Não, eu estou bem, mas é que sei lá, é involuntário. Sempre quando eu toco neste assunto eu fico assim, não que eu não tenha superado, mas ainda mexe um pouco comigo, entende?

A DIFERENTE MANEIRA DE AMAR - (Romance gay)Where stories live. Discover now